Capítulo 2

Miranda acordou em quarto de hospital, a cabeça ainda zonza doía e o cômodo girava sultimente, ao lado da cama uma moça jovem parecia vigia-la e se levantou assim que percebeu seu despertar.

— Onde estou? —

Miranda perguntou olhando assustada para os lados, tentou se levantar mais foi impedida pela jovem.

— Calma querida está tudo bem.—

Disse ajeitando os lençóis sobre ela

—Vou chamar o doutor e dizer que já acordou.—

Saiu sem sequer se apresentar, Miranda se sentou a cama, olhava com atenção para o lugar bonito e sofisticado, sabia que de certo tudo aquilo custaria uma fortuna que ela não poderia pagar. Quando o médico entrou no quarto olhou para ela com olhos atentos, pegou ao pé da cama o prontuário e parou ao lado de seu leito.

— Teve sorte menina, apenas arranhões, na sua testa foi necessário alguns pontos mais acredito que não deixaram cicatrizes.—

Escrevia no objeto enquanto Miranda o ouvia em silêncio.

— Aqui estão os medicamentos que irá precisar, basicamente são alguns analgésicos então não a com que se preocupar, ficou sedada para realização de alguns exames em observação por três dias então receberá alta hoje.—

Miranda arregalou os olhos ao ouvi-lo.

— Por Deus, estou aqui a três dias? Lívia, meu Deus minha irmã.—

— Calma Miranda, ela com certeza está bem.—

O homem disse tentando acalma-la

— O senhor não entende Doutor, sou tudo que ela tem—

— Entendo mais acredito que seja lá quem tenha sido encarregado de cuidar dela não a jogaria na rua não é mesmo? —

Miranda respirou fundo, tentou se acalmar afinal aquele homem estava certo, Dona margarida era como uma mãe para ela e a irmã, não deixaria a pobre criança a Deus dará.

—Doutor, No acidente. —

Tocou sutilmente a mão do médico

—Ninguém mais se feriu não é mesmo?—

Não escondia a preocupação.

— Tive a impressão de ter batido em algo, acredito que tenha sido um cão ou algum outro animal mais não consegui vê-lo, desmaiei e quando acordei estava aqui ,o senhor sabe de algo?—

O homem a encarou por algum tempo, olhou para porta como se esperasse por algo ou temesse o que estava atrás dela, sorriu sem jeito para Miranda depois desviou seu olhar.

—Não, Nenhuma vítima, você chegou sozinha ao hospital, um senhor gentil a trouxe.

Entregou a Miranda o receituário e a conta e saiu, A jovem olhou por algum tempo os papéis que foram entregues a ela, quase caiu para trás ao ver os valores descritos nele, não teria como pagar por algo como aquilo, era muito mais do que ganhava em três meses duros de trabalho o que a levou ao desespero, Miranda andou devagar até o banheiro, ainda vestida a camisola do hospital pensou em fugir, em sua cabeça um misto de medo e preocupação, pelo visto estava alí a mais tempo do que pensava, não sabia o que havia acontecido a sua irmã já que a senhora que cuidava dela não tinha notícias suas a pelo menos três dias, Quando tomou coragem para sair e seguiu em direção a recepção Miranda foi amparada pela mesma jovem de boa aparência que estava no quarto quando ela acordou.

— Pronta para irmos querida?—

Ela disse a Miranda que não entendeu nada.

— Irmos?—

Perguntou confusa

— Aí meu Deus vão me prender porque não tenho como pagar a conta? —

Tentou correr mais foi segurada levemente pela mulher.

— Não! Não é isso, fique calma a conta já foi paga por meu cunhado, foi ele quem encontrou você depois do acidente, é um homem altruísta e bondoso.—

Ela sorriu de um jeito que provocou arrepios em Miranda.

— Vou levá-la em casa.—

— Não é necessário senhorita já fizeram tanto por mim, posso pegar um táxi.—

— Me chame de Jordana, faço questão de acompanha-lá. —

Saiu levando Miranda enquanto de um dos consultórios um homem sem expressão caminhou em direção a sala de espera.

—Fez o que ordenei?—

Perguntou alto ao médico que se encolheu.

—Sim Don Vincenzo, ela não sabe de nada. —

Gaguejou enquanto trêmulo estendeu a mão ao homem diante dele

— Sua esposa e filha já foram enviadas a funerária como exigiu, sinto muitíssimo por sua perda.—

Vincenzo o olhou dos pés a cabeça com desprezo, ignorou o aperto de mão gentil que homem lhe ofereceu fazendo sinal para um de seus soldados.

— Matem todos não deixem ninguém vivo.—

Saiu em direção a porta, os gritos altos dos alí presentes ecoaram pelo espaço, uma chuva de tiros fazia a trilha sonora do massacre ordenado por ele que ignorou completamente qualquer pedido de clemência, O hospital estava cheio e aquilo de certo estamparia as manchetes no dia seguinte mais ele não ligava, havia perdido o único motivo que ainda lhe trazia um pouco de humanidade e agora em seu peito apenas escuridão e maldade reinavam.

Quando Miranda chegou a pensão que morava foi direto para casa de Dona Margarida, bateu na porta até que a senhora já idosa abrisse, Jordana olhava todo lugar com uma expressão de nojo que não conseguia disfarçar, quando abriu a porta a mulher abraçou forte Miranda.

—Meu Deus criança, achei que estivesse morta—

Disse ao segurar o rosto da jovem nas mãos.

— Me desculpe dona Margarida, eu sofri um acidente, só agora consegui sair do hospital. —

Sorriu tristemente.— Pode chamar Lívia para mim?—

Olhava para dentro da casa a procura da irmã.

—Sinto muito filha, eu não pude fazer nada.—

A senhora secava as mãos molhadas no avental.

— Por Deus dona Margarida onde está minha irmã?—

Miranda já chorava naquele momento.

— O Rivera esteve aqui com os capangas dele, Não pude impedir que levasse a menina, é filha dele.—

Miranda se desesperou, precisou ser amparada pelas duas mulheres diante dela para não ir ao chão

— Venha filha sente-se um pouco, tome uma água. Dona Margarida e Jordana a guiaram até o sofá.—

—O que aquele maldito quer com a Livi? nunca ligou para ela, ele disse alguma coisa?—

— Que você sabia onde encontrá-lo, e que está a sua espera —

Miranda se levantou imediatamente, correu em direção a porta sem saber que tudo aquilo se tratava de um plano cruel do homem que agora faria de sua vida um verdadeiro inferno.

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Comments

Nice Ribeiro

Nice Ribeiro

E que culpa tem os médicos???? Acidentes acontecem. Já não estou gostando desse Vicenzo.

2024-05-04

1

Cris Ferreira 🖤

Cris Ferreira 🖤

🖤meu Deus 😱

2024-04-28

0

Cris Ferreira 🖤

Cris Ferreira 🖤

🖤 errei....e a cunhada cobra

2024-04-28

0

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