Lidiane
— Bom dia, Gustavo! — Ele acena com a cabeça e entra na sala.
Passado alguns minutos eu entro na sala, mas fico calada. Ele me olha.
— Você queria me dizer?
— O Caio quer saber quando você vai jogar com ele.
— Pode ser na quarta?
— Sim! Eu vou avisar para ele, muito obrigada. Vou sair agora.
— Espere.
— Sim?!
— Estou esperando a visita da Carine, como eu vou sair para um almoço com um amigo do Rio que está aqui. Quando ela chegar, você manda ela esperar no meu escritório.
— Tudo bem com licença.
...⏳...
— Boa tarde!
— Boa tarde! — Falei olhando para uma loira alta vestida com um macacão preto com um decote bem profundo na frente. — Você está em muito boa forma.
Ela sorriu — Obrigada. Eu vim falar com o Gustavo, ele já sabe que eu viria.
— Ele não está, mas você pode esperar por ele no escritório. Por favor, me acompanhe. — Entro com ela na sala do Gustavo — Você quer alguma bebida?
— Não, obrigada! — Ela caminha até o sofá.
— Com licença, qualquer coisa é só chamar. — Saio da sala. — Loira falsa, aposto que é toda feita no bisturi. — Falo apontando para a porta do escritório do Gustavo.
— Lidiane! Está tudo bem? — Escuto a voz do Gustavo.
— Ai que susto! — Olho para ele com a mão em meu peito.
— Sim, a sua visita acabou de chegar.
— Certo, vou entrar então.
...⏳...
— Amiga, o que você tem? Está tão distraída. — Carla me perguntou na hora da saída.
— Vou conversar com o Miguel hoje.
— Sobre?
— Vou pedir que ele dê entrada na documentação para o divórcio e vou pedir as chaves da casa.
— Ai amiga! Estou tão feliz com essa notícia. — Ela me abraça.
— Nós estamos no estacionamento. — Tento fazer ela me soltar.
— Eu não posso abraçar uma amiga não? A gente tem que comemorar. Vamos sair na sexta? Eu, você e a Gabi?
...⏳...
— Boa noite, Miguel. Quando você chegou? — Ele estava sentado no sofá.
— Boa noite, Lidiane. Acho que faz uns dez minutos.
— Você já jantou?
— Sim, antes de vir para cá eu passei na casa dos meus pais.
— Então vamos iniciar a nossa conversa. — Sentei no outro sofá — Eu te chamei aqui porque já tenho a resposta para a sua pergunta. Eu não quero mais continuar com o nosso casamento, foi bom enquanto durou, mas agora é hora de seguirmos por caminhos diferentes.
— Lidiane, tem certeza? Pensa nos meninos. Vamos nos dar mais uma chance.
— Miguel, eu não te amo mais, e acredito que você também não me ame mais, então antes que a gente se machuque mais, vamos por um ponto final aqui.
— Você tem outro?
— Não. Mas se eu achar alguém que eu me sinta atraída eu vou me envolver.
— Você não quer pensar mais um pouco?
— Não, essa é a minha decisão. Então, por favor, organize os papéis para o divórcio e vamos nos separar legalmente.
— Tudo bem, se é isso que você quer eu vou fazer. — Ele se levantou e caminhou para a porta de saída.
— A chave que você usa, eu quero.
Ele tirou a chave do bolso e jogou para mim. — Lidiane, você ainda pode reconsiderar sua resposta.
— Não, essa é a minha decisão. Agora você pode sair por favor. Eu estou um pouco cansada. — Ele sai sem dizer mais nada.
...⏳...
— Olá, rapazes! Trouxe um pedaço de bolo. — Entrego um pedaço para o Caio e outro para o Gustavo.
— Obrigado! O Breno não vai jogar com a gente? — Ele pergunta enquanto leva um pedaço de bolo para a boca.
— Ele está estudando — Responde o Caio.
— Isso mesmo, ele tem umas tarefas da escola para fazer. Gustavo, o bolo está bom?
— Sim, está delicioso.
— Que bom! — Dou um sorriso.
— Mãe, eu quero mais.
— Caio, você ainda nem terminou o seu pedaço. E você sabe que só pode comer um pedaço.
— Mas eu quero outro!
— Não. — Saiu em direção a porta. — Estou indo para a cozinha. Qualquer coisa me chama.
...⏳...
— Filho, tá na hora de dormir. — Falo quando entro na sala.
— Deixa só a gente terminar essa partida. — Gustavo responde.
— Tudo bem. — Quando eles terminam a partida, Caio vem até mim.
— Mãe, posso não ir para escola amanhã?
— Você me atormentou esses três dias para eu fazer brigadeiro para você levar para sua coleguinha que está aniversariando amanhã e agora não quer ir à escola?
— Caio, eu venho jogar outro dia com você. — Gustavo caminha até ele. — Mas você não pode faltar na escola.
— Hum! — Ele demora um pouco para responder. — Tá bom então.
— Gustavo, obrigada por vir.
— Não precisa agradecer, foi muito divertido. Boa noite, baixinho.
— Boa noite, tio.
Pego na mão do Caio. — Vamos pôr o pijama? — Levo ele para o quarto.
Após colocar o Caio na cama, vou para a sala de jogos arrumar um pouco da bagunça. — Pensei que você já tinha ido. — Entro e vejo Gustavo organizando os brinquedos. — Não precisa arrumar, deixa que eu faço. — Caminho até onde tem uns brinquedos espalhados e vou colocar no cesto. Ficamos em silêncio até terminarmos de organizar os brinquedos.
— Bom, agora eu vou para casa. — Ele caminha em direção a porta.
— Você não quer levar um pedaço do bolo para sua mãe? — Eu não quero que ele vá embora ainda. — Acho que ela vai gostar. — Caminhamos até a cozinha. Chegando lá ele se escora no balcão enquanto eu vou pegar uma vasilha no armário.
— Eu não sabia que você gostava de cozinhar.
— Sim, eu amo cozinhar. Agora eu quase não faço isso. Como trabalho o dia todo, a Jesus é quem fica responsável pelas refeições. Mas antes eu cozinhava todo dia. — Volto para o balcão e vejo ele olhando pela cozinha, seu olhar pausa nos brigadeiros que estão em uma travessa sobre a mesa. — Você quer experimentar? — Pego um e caminho até ele. Ele abre a boca. Sinto meus dedos tocando seus lábios. Sacudo a cabeça.
— O que foi? — Ele pergunta.
— Nada.
— Perfeito — Ele dá um sorriso. — Posso pegar mais um?
— Você deveria sorrir mais vezes, você fica muito mais bonito quando sorri.
— Verdade?
Balanço a cabeça. — Por que você não é sempre assim? — Ele me olha sem entender. — Calmo, gentil, o Gustavo que eu um dia conheci.
— Você gosta dessa minha versão? — Ele pergunta. Apenas afirmo com a cabeça.
— Não está sendo fácil para mim nessas últimas semanas, a morte do meu pai, a mudança de cidade. — Ele faz uma pausa. — Te ver todos os dias.
— Você não gosta de me ver todos os dias?
— Não é isso. Posso ser sincero? Eu fui embora daqui para te esquecer, e não consegui. Às vezes acho que o que sinto por você é algum tipo de loucura, doença, sei lá. — Ele passa as mãos pelo cabelo. — Você tem ideia do susto que levei quando te vi na empresa? Eu sabia que voltando para cá a gente ia se encontrar. Mas trabalhar com você é demais para mim. Não tem mais como negar. Eu ainda te amo. Você não sabe a vontade que eu tenho de te tocar. — Ele se aproxima ainda mais de mim e levanta as mãos para me tocar, mas abaixa a novamente.
— Então faça isso. — Coloco suas mãos em meu rosto.
— Eu não quero apenas te tocar. — Ele olhou nos meus olhos.
— Vá em frente, faça o que você tem vontade de fazer comigo.
— Tem certeza? — Fala num fio de voz.
Coloco minhas mãos em seu pescoço e fico na ponta dos pés. — Vou te ajudar. — Dou um selinho e me afasto.
Ele me puxa de volta — Lidiane, eu estava quieto, foi você quem me provocou. — Ele morde de leve o meu lábio inferior. Depois sinto sua língua entrando na minha boca. Foi um beijo demorado e calmo.
— Mãe, a minha barriga quer bolo. — Ouço a voz do Caio, e então me afasto do Gustavo.
— Caio, por que você ainda não dormiu? — Caminhei até ele.
— Quero comer bolo.
— Não, você não pode, amanhã você come.
— Obedeça à sua mãe, Caio.
— Mãe, então vai se deitar mais eu.
Balanço a cabeça afirmando.
— Então, boa noite. — diz o Gustavo. O acompanhamos até a saída. — A gente continua a nossa conversa amanhã.
— Sim. Boa noite! — Fecho a porta.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
gata
Eita que mancada , não devia acontecer isso perto das crianças,tava na cara que uns dos meninos ia voltar a cozinha atrás de bolo.kkkk
2024-12-12
1
Fatima Sitta Vergueiro
Eita será uma nova chance para os dois
2024-09-17
0