capítulo 9

Lidiane

— Bom dia, Gustavo! — Ele acena com a cabeça e entra na sala.

Passado alguns minutos eu entro na sala, mas fico calada. Ele me olha.

— Você queria me dizer?

— O Caio quer saber quando você vai jogar com ele.

— Pode ser na quarta?

— Sim! Eu vou avisar para ele, muito obrigada. Vou sair agora.

— Espere.

— Sim?!

— Estou esperando a visita da Carine, como eu vou sair para um almoço com um amigo do Rio que está aqui. Quando ela chegar, você manda ela esperar no meu escritório.

— Tudo bem com licença.

...⏳...

— Boa tarde!

— Boa tarde! — Falei olhando para uma loira alta vestida com um macacão preto com um decote bem profundo na frente. — Você está em muito boa forma.

Ela sorriu — Obrigada. Eu vim falar com o Gustavo, ele já sabe que eu viria.

— Ele não está, mas você pode esperar por ele no escritório. Por favor, me acompanhe. — Entro com ela na sala do Gustavo — Você quer alguma bebida?

— Não, obrigada! — Ela caminha até o sofá.

— Com licença, qualquer coisa é só chamar. — Saio da sala. — Loira falsa, aposto que é toda feita no bisturi. — Falo apontando para a porta do escritório do Gustavo.

— Lidiane! Está tudo bem? — Escuto a voz do Gustavo.

— Ai que susto! — Olho para ele com a mão em meu peito.

— Sim, a sua visita acabou de chegar.

— Certo, vou entrar então.

...⏳...

— Amiga, o que você tem? Está tão distraída. — Carla me perguntou na hora da saída.

— Vou conversar com o Miguel hoje.

— Sobre?

— Vou pedir que ele dê entrada na documentação para o divórcio e vou pedir as chaves da casa.

— Ai amiga! Estou tão feliz com essa notícia. — Ela me abraça.

— Nós estamos no estacionamento. — Tento fazer ela me soltar.

— Eu não posso abraçar uma amiga não? A gente tem que comemorar. Vamos sair na sexta? Eu, você e a Gabi?

...⏳...

— Boa noite, Miguel. Quando você chegou? — Ele estava sentado no sofá.

— Boa noite, Lidiane. Acho que faz uns dez minutos.

— Você já jantou?

— Sim, antes de vir para cá eu passei na casa dos meus pais.

— Então vamos iniciar a nossa conversa. — Sentei no outro sofá — Eu te chamei aqui porque já tenho a resposta para a sua pergunta. Eu não quero mais continuar com o nosso casamento, foi bom enquanto durou, mas agora é hora de seguirmos por caminhos diferentes.

— Lidiane, tem certeza? Pensa nos meninos. Vamos nos dar mais uma chance.

— Miguel, eu não te amo mais, e acredito que você também não me ame mais, então antes que a gente se machuque mais, vamos por um ponto final aqui.

— Você tem outro?

— Não. Mas se eu achar alguém que eu me sinta atraída eu vou me envolver.

— Você não quer pensar mais um pouco?

— Não, essa é a minha decisão. Então, por favor, organize os papéis para o divórcio e vamos nos separar legalmente.

— Tudo bem, se é isso que você quer eu vou fazer. — Ele se levantou e caminhou para a porta de saída.

— A chave que você usa, eu quero.

Ele tirou a chave do bolso e jogou para mim. — Lidiane, você ainda pode reconsiderar sua resposta.

— Não, essa é a minha decisão. Agora você pode sair por favor. Eu estou um pouco cansada. — Ele sai sem dizer mais nada.

...⏳...

— Olá, rapazes! Trouxe um pedaço de bolo. — Entrego um pedaço para o Caio e outro para o Gustavo.

— Obrigado! O Breno não vai jogar com a gente? — Ele pergunta enquanto leva um pedaço de bolo para a boca.

— Ele está estudando — Responde o Caio.

— Isso mesmo, ele tem umas tarefas da escola para fazer. Gustavo, o bolo está bom?

— Sim, está delicioso.

— Que bom! — Dou um sorriso.

— Mãe, eu quero mais.

— Caio, você ainda nem terminou o seu pedaço. E você sabe que só pode comer um pedaço.

— Mas eu quero outro!

— Não. — Saiu em direção a porta. — Estou indo para a cozinha. Qualquer coisa me chama.

...⏳...

— Filho, tá na hora de dormir. — Falo quando entro na sala.

— Deixa só a gente terminar essa partida. — Gustavo responde.

— Tudo bem. — Quando eles terminam a partida, Caio vem até mim.

— Mãe, posso não ir para escola amanhã?

— Você me atormentou esses três dias para eu fazer brigadeiro para você levar para sua coleguinha que está aniversariando amanhã e agora não quer ir à escola?

— Caio, eu venho jogar outro dia com você. — Gustavo caminha até ele. — Mas você não pode faltar na escola.

— Hum! — Ele demora um pouco para responder. — Tá bom então.

— Gustavo, obrigada por vir.

— Não precisa agradecer, foi muito divertido. Boa noite, baixinho.

— Boa noite, tio.

Pego na mão do Caio. — Vamos pôr o pijama? — Levo ele para o quarto.

Após colocar o Caio na cama, vou para a sala de jogos arrumar um pouco da bagunça. — Pensei que você já tinha ido. — Entro e vejo Gustavo organizando os brinquedos. — Não precisa arrumar, deixa que eu faço. — Caminho até onde tem uns brinquedos espalhados e vou colocar no cesto. Ficamos em silêncio até terminarmos de organizar os brinquedos.

— Bom, agora eu vou para casa. — Ele caminha em direção a porta.

— Você não quer levar um pedaço do bolo para sua mãe? — Eu não quero que ele vá embora ainda. — Acho que ela vai gostar. — Caminhamos até a cozinha. Chegando lá ele se escora no balcão enquanto eu vou pegar uma vasilha no armário.

— Eu não sabia que você gostava de cozinhar.

— Sim, eu amo cozinhar. Agora eu quase não faço isso. Como trabalho o dia todo, a Jesus é quem fica responsável pelas refeições. Mas antes eu cozinhava todo dia. — Volto para o balcão e vejo ele olhando pela cozinha, seu olhar pausa nos brigadeiros que estão em uma travessa sobre a mesa. — Você quer experimentar? — Pego um e caminho até ele. Ele abre a boca. Sinto meus dedos tocando seus lábios. Sacudo a cabeça.

— O que foi? — Ele pergunta.

— Nada.

— Perfeito — Ele dá um sorriso. — Posso pegar mais um?

— Você deveria sorrir mais vezes, você fica muito mais bonito quando sorri.

— Verdade?

Balanço a cabeça. — Por que você não é sempre assim? — Ele me olha sem entender. — Calmo, gentil, o Gustavo que eu um dia conheci.

— Você gosta dessa minha versão? — Ele pergunta. Apenas afirmo com a cabeça.

— Não está sendo fácil para mim nessas últimas semanas, a morte do meu pai, a mudança de cidade. — Ele faz uma pausa. — Te ver todos os dias.

— Você não gosta de me ver todos os dias?

— Não é isso. Posso ser sincero? Eu fui embora daqui para te esquecer, e não consegui. Às vezes acho que o que sinto por você é algum tipo de loucura, doença, sei lá. — Ele passa as mãos pelo cabelo. — Você tem ideia do susto que levei quando te vi na empresa? Eu sabia que voltando para cá a gente ia se encontrar. Mas trabalhar com você é demais para mim. Não tem mais como negar. Eu ainda te amo. Você não sabe a vontade que eu tenho de te tocar. — Ele se aproxima ainda mais de mim e levanta as mãos para me tocar, mas abaixa a novamente.

— Então faça isso. — Coloco suas mãos em meu rosto.

— Eu não quero apenas te tocar. — Ele olhou nos meus olhos.

— Vá em frente, faça o que você tem vontade de fazer comigo.

— Tem certeza? — Fala num fio de voz.

Coloco minhas mãos em seu pescoço e fico na ponta dos pés. — Vou te ajudar. — Dou um selinho e me afasto.

Ele me puxa de volta — Lidiane, eu estava quieto, foi você quem me provocou. — Ele morde de leve o meu lábio inferior. Depois sinto sua língua entrando na minha boca. Foi um beijo demorado e calmo.

— Mãe, a minha barriga quer bolo. — Ouço a voz do Caio, e então me afasto do Gustavo.

— Caio, por que você ainda não dormiu? — Caminhei até ele.

— Quero comer bolo.

— Não, você não pode, amanhã você come.

— Obedeça à sua mãe, Caio.

— Mãe, então vai se deitar mais eu.

Balanço a cabeça afirmando.

— Então, boa noite. — diz o Gustavo. O acompanhamos até a saída. — A gente continua a nossa conversa amanhã.

— Sim. Boa noite! — Fecho a porta.

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Comments

gata

gata

Eita que mancada , não devia acontecer isso perto das crianças,tava na cara que uns dos meninos ia voltar a cozinha atrás de bolo.kkkk

2024-12-12

1

Fatima Sitta Vergueiro

Fatima Sitta Vergueiro

Eita será uma nova chance para os dois

2024-09-17

0

Ver todos

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