capítulo 3

Gustavo

📞 Gustavo, acabei de enviar os relatórios para o e-mail da empresa. — Era a Lidiane. 

Resolvi me concentrar no serviço, depois eu daria um jeito de descobrir o que aconteceu entre eles. A manhã passou rápido, ao meio-dia o telefone tocou novamente.

📞 Gustavo, estou saindo para o almoço, quer que eu peça o almoço para você? — Disse ela ao telefone.

— Não, obrigado, eu e meu tio vamos almoçar juntos, estou esperando ele. — Falei e encerrei a ligação.

Depois do almoço vim direto para a sala, ainda tinha muitos documentos para ler. Passado um tempo lendo os documentos, fiz uma ligação e pedi que ela fizesse um café para mim.

Cinco minutos depois ouvi uma batida na porta, pedi que entrasse. Lidiane entrou com o café na mão. — Aqui está o seu café espero que esteja do seu agrado.

Naquele momento, resolvi provocá-la um pouco. Eu sempre fazia isso quando éramos mais jovens. Tomei um gole do café e fui logo falando. — Que porra de café é esse? É só açúcar e água. Volte e faça outro café. — Mais cinco minutos, ela entrou com outra xícara de café. Tomei e esbravejei. — Porra, Lidiane! Você não sabe fazer café não? Faça outro café.

Ela quis falar algo, mas fechou a boca e saiu da sala. Saiu com tanta raiva, que bateu a porta com força. Passado mais alguns minutos ela entrou na sala novamente com outra xícara de café, colocou na mesa e eu bebi. Não resisti, e a provoquei mais uma vez. — Posso fazer uma pergunta? — Ela balançou a cabeça afirmando. — O que você fazia em casa? Todo esse tempo casada, cuidando da família e não aprendeu a passar um café? — Ela apenas lançou um olhar de raiva para mim, mas não me respondeu.

— Já posso sair ou o senhor quer mais alguma coisa? — Falou com os olhos cheios de água e vermelhos.

Fiz um gesto indicando que ela podia se retirar. Tentei ler alguns relatórios, mas sem sucesso, fui até a janela e fiquei olhando para a paisagem. Ouço meu telefone tocar, é a minha mãe.

— Mãe, aconteceu alguma coisa? — Pergunto preocupado.

📲 Pensei que você vinha para casa logo — Falou minha mãe.

A ideia era essa, porém aconteceu um imprevisto, mas não se preocupe, eu estou bem.

Falei mais um pouco com ela e desliguei. Se ela soubesse que estou aqui pela Lidiane. 

 Mais uma vez voltei no tempo, precisamente para o dia em que meu primo anunciou para as nossas famílias que eles estavam namorando, foi no tradicional almoço das famílias no primeiro domingo do ano. Quando eles fizeram o anúncio todos festejaram, menos meus pais e eu. Na verdade, eu não queria ir para esse almoço, porém meu pai insistiu. 

— Filho, por que você não quer ir?

— Pai, eu me declarei para Lidiane, mas ela disse que está namorando o Miguel. Por isso, não quero ir, sei que vou encontrá-los lá.

— Filho, você tem que encarar os fatos, vida que segue, ela não é a única mulher no mundo. Você vai superar isso. — Depois do almoço, fui para área próxima da piscina.

— Filho, o que você tem? Não falou nada durante o almoço. Se gosta tanto assim dela, lute por ela. Eu e sua mãe estamos aqui para lhe apoiar.

— Pai, quero ir embora daqui.

— Filho, fugir não é nem nunca será a solução. 

— Gustavo! — Ouvi a Lidiane chamar-me.

— Oi! Lidiane. — O meu pai a cumprimentou.

— Olá, seu Orlando! Eu poderia conversar com o Gustavo? 

— Claro. Eu vou deixar vocês sozinhos. — Disse o meu pai e saiu.

— Por que você quer ir embora? — Olhei para ela. — Eu ouvi você falando com seu o pai. — Falou desconfiada.

— Por que eu deveria ficar aqui?

— O que eu vou fazer sem você?

— Você quer que eu fique? Vai deixar o meu primo e ficar comigo?

— Não. Eu…

— Então, eu não tenho motivos para ficar. Se eu ficar aqui vendo vocês juntos diariamente vai ser mais difícil para mim. Já que você não me quer eu tenho que lhe esquecer.

— Você está com raiva de mim?

Antes que eu respondesse, ouvi o meu primo chamando por ela. — Acho melhor você ir, o seu namorado está te esperando.

O meu celular tocou mais uma vez, me trazendo de volta a realidade. É uma mensagem do Rafael: 

📨 VAMOS SAIR PARA JANTAR HOJE?

 Respondo com uma única palavra:

 📨 OK.

Graças a Deus a tarde passa rápido.

— Gustavo, você está indo para casa? — Escuto a voz do meu tio atrás de mim. 

— Não, combinei de me encontrar com o Rafael. — Falo abrindo a porta do meu carro. 

— Certo, então, tenha cuidado ao dirigir.

Quando cheguei no restaurante que nós combinamos, o Rafael estava acompanhado pelo Ricardo.

— Nossa, quem diria que o senhor Gustavo Fernandes ainda seria morador da nossa linda cidade. — Zoou Ricardo.

— Vá à merda. — Mostrei meu dedo do meio para ele. — Já pediram?

— Sim. Sente-se e vamos começar os trabalhos. — Pedi um vinho para apreciarmos enquanto a comida é preparada.

— O Ricardo me contou que você queria saber porque o Miguel e a Lidiane se separaram.

Olhei para o Ricardo com um olhar de repreensão.

— Ei! Não me olhe assim. Nós três somos como irmãos, o problema de um é também do outro.

— Deixa de frescura, Gustavo. — Falou o Rafael enquanto chutava minha canela por baixo da  mesa.

— Para de me chutar, seu bosta. — Devolvo o chute enquanto coloco vinho na minha taça.

— Ok. Mas garanto que você iria gostar de saber o que eu descobrir.

— Tenho certeza que você vai me contar sem eu perguntar. — Bebo um gole de vinho.

— Ok. Há algum tempo eu tive um rolo com uma advogada que trabalha no mesmo escritório do seu primo e ela me disse que uma vez uma aluna foi procurá-lo lá e ela ameaçou fazer um escândalo se ele se recusasse a atendê-la. — Ele parou de falar e olhou-me. — Ela disse que poderia apostar como provavelmente ele e essa aluna tinham um caso.

— Quando foi isso?

— Há uns dois anos.

— Acredito que não foi traição, se fosse ela teria se divorciado na época e não agora.

— Mas quem trai uma vez pode trair outra vez.

Fiquei em silêncio por alguns instantes. — Vou dar uma sondada com minha mãe, vê se ela sabe de alguma coisa. Agora mudando de assunto, tô precisando de um apartamento para alugar. Você me indica algum?

— Essa parte é com meu pai. Vou conversar com ele e depois te falo. Mas por que você quer alugar um? Pensei que iria morar com a sua mãe.

— Já estou acostumado a morar sozinho, gosto de ter privacidade.

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Comments

gata

gata

Comecei a ler 11/12/2024

2024-12-12

1

Leidane Chaves

Leidane Chaves

Estou achando a história muito boa.

2022-12-30

2

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