O jantar transcorreu tranquilamente.
A Sra. Albert levara Meggie para a cozinha para que Leane pudesse jantar tranquilamente e as duas crianças comiam em silêncio.
Jason nem sequer erguia os olhos do prato.
—Sr. Howard. — Leane resolveu quebrar o clima tenso e Damon a encarou, a espera. —Quando estava vindo para a mansão, vi que há um parquinho aqui perto. Gostaria de sua permissão para levar as crianças para um passeio.
Jason e Molly se entreolharam, esperançosos, mas voltaram a ficar cabisbaixos quando o pai deles respondeu:
—Não acho que seja uma boa ideia, Srta. Grey. — disse. —Pessoas de toda a região frequentam aquele parque e não seria seguro para vocês.
—Norman pode ir conosco e...
—Norman já não está em condições de proteger ninguém, Srta. Grey.
Leane pensou em insistir, mas pelo olhar que ele lhe lançava, ela resolveu não fazê-lo.
Ficara muito satisfeita em saber que ele não queria que fosse embora, mas não podia abusar da sorte.
Ainda se lembrava do aviso que ele lhe dera na primeira vez em que estivera em seu escritório e não tinha certeza que ele seria tão complacente dessa vez.
Mesmo que agora soubesse que ela não tinha para onde ir, ele não pensaria duas vezes antes de mandá-la partir.
Terminou seu jantar em silêncio.
—Nós já terminamos e vamos subir para escovar os dentes. — Molly avisou, levantando-se e Jason a imitou.
As duas crianças subiram as escadas rapidamente, mas Leane não deixou de notar a tristeza no olhar de ambas.
Era estranho ficar sentada a mesa com ele sem as crianças por perto.
Gostava de conversar durante o jantar, assim coo fazia com sua mãe todas as noites antes de ela falecer.
Pensar em sua mãe fez com que sentisse saudades.
Uma ideia lhe ocorreu de repente, e quando percebeu que ele havia terminado e já estava prestes a se retirar da mesa, Leane se viu pedindo:
—Sr. Howard, eu preciso ir até a cidade amanhã resolver algumas coisas pessoais. Mas infelizmente eu não tenho condições de pagar por um taxi e o transporte de ônibus levaria muito tempo...
—Diga logo o que quer, Srta. Grey. — ele ordenou, encarando-a enquanto apoiava os cotovelos sobre a mesa, pousando o queixo sobre as mãos unidas.
Leane engoliu o seu constrangimento.
—Poderia me adiantar uma parte do meu pagamento?
Damon observou a moça a sua frente, as maçãs de seu rosto ficando coradas enquanto ela olhava para o próprio colo, sem coragem de olhar diretamente para ele.
—E precisava de todo esse drama, apenas para dizer que precisa de dinheiro? — ele perguntou de repente, fazendo com que Leane o encarasse novamente.
Drama?
O que havia com esse homem, afinal?
Desde o momento em que conversaram no escritório dele mais cedo, ele vinha tratando-a daquela maneira arrogante, intimidando-a sempre que podia.
—Eu só pensei que não seria correto...
—Se precisar de dinheiro, Srta. Grey, apenas peça! — ele disse, levantando-se. —Vou até a empresa amanhã de manhã. Preciso resolver algumas coisas e devo voltar depois do almoço. Deixe as crianças com a Sra. Albert e pode sair para resolver suas questões... pessoais. Só peço para que não se demore, porque a Meggie fica nervosa quando você não está por perto.
Leane assentiu e observou enquanto ele caminhava pelo corredor que levava ao seu escritório.
Só então ela se deu conta que ele não lhe dera o dinheiro e muito menos dissera se o faria.
A Sra. Albert entrou na sala naquele instante trazendo Meggie consigo.
—Que bom que terminou o jantar, Leane. Porque eu acho que essa garotinha aqui já está querendo ir para a cama. — ela disse entregando-lhe a bebê.
—Obrigado, Sra. Albert. — ela agradeceu.
Despediu-se da Sra. Albert e subiu as escadas com a menina, depositando pequenos beijos em suas bochechas rosadas.
—Você é uma garotinha muito linda, sabia? — ela conversou com a menina enquanto a levava para o quarto.
Deitou-a no berço para verificar sua fralda, e ao ver que ela permanecia seca, trocou seu vestido por um pijama e sentou-se na poltrona com a menina no colo.
—O que vamos ler essa noite? — ela perguntou, observando os livros infantis na prateleira ao lado da poltrona.
Escolheu um deles e o observou, satisfeita com a escolha.
—Esse parece ser legal, não é mesmo? — ela mostrou o livro para a bebê, que tentou tirá-lo de suas mãos. — De jeito nenhum. Esse não é para colocar na boca e sim para ler. Então vamos começar.
Leane ajeitou a bebê em seu colo de forma que pudesse segurar o livro e virar as páginas com a mão livre.
—Era uma vez, um pequeno urso que adorava olhar para as estrelas...
***
Leane saiu do quarto de Meggie, que adormecera durante a história, e fechou a porta silenciosamente, antes de seguir para o quarto de Jason e depois o de Molly, como fazia todas as noites antes de ir dormir.
Jason já estava adormecido e ela imaginou que estivesse realmente cansado depois de toda a emoção daquele dia.
Mas quando chegou ao quarto de Molly, pegou a menina ainda sentada em sua cama, com lápis de todas as cores espalhados a sua volta e um caderno de desenho no colo.
—Querida, já é hora de dormir. — ela avisou, aproximando-se e Molly fechou o caderno rapidamente.
—Eu estava desenhando e não percebi que era tarde. — ela se justificou, começando a juntar as suas coisas.
—Deixe-me ver o seu desenho? — Leane esticou a mão em direção ao caderno, mas Molly o pegou rapidamente, com um olhar assustado.
—Desculpe, Lean, mas eu não acho que esteja pronto ainda. Quando terminar, eu mostro.
Leane franziu o cenho diante de sua atitude, mas decidiu não insistir.
—Tudo bem. Ficarei ansiosa para ver. — ela disse com um pequeno sorriso enquanto ajudava a menina a recolher seu material de desenho.
Quando terminaram, Leane puxou o cobertor para que a menina se deitasse e a cobriu em seguida.
—Boa noite, Lean. — ela disse e Leane se abaixou para lhe dar um beijo suave na testa.
—Boa noite, Molly.
Quando apagou a luz e estava quase fechando a porta, a menina a chamou novamente.
—Lean...
—Sim, querida? — enfiou a cabeça para dentro do quarto novamente, esperando que ela respondesse.
—Eu amo você. — ela disse em um sussurro, fazendo o coração de Leane se enternecer.
Sorriu, com os olhos marejados.
—Eu também amo você, Molly. — disse baixinho e em seguida fechou a porta.
Ela sabia que não deveria se apegar as crianças daquela maneira, porque era apenas a babá.
Mas aqueles três tinham um lugar especial em seu coração e ela sabia que sentiria muito a falta deles se um dia tivesse que partir daquela casa.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Maria DA Gloria
as crianças estão tendo com Liane o amor de mãe que não tiveram
2024-03-31
50
Cleide Almeida
ah q fofo a Molly falando q ama a Lean😍
2024-03-01
48
Suelen Soares
Que lindo ❤❤❤
2024-04-28
0