Leane não tornou a ver o Sr. Howard novamente naquele dia.
Assim que saiu do escritório, ela subiu para ver as crianças novamente e encontrou o olhar aflito da Sra. Albert no quarto de Meggie.
—E então? — ela perguntara, ansiosa.
—fui perdoada dessa vez. — ela contou, recebendo um suspiro aliviado como resposta.
A Sra. Albert caminhou até a porta do quarto da bebê, que acabara de tirar um cochilo, mas no caminho pousou a mão no ombro de Leane suavemente.
—As crianças se divertiram muito hoje, menina. E admito que fazia muito tempo que eu não ria do jeito que ri essa tarde. — ela contou, com um pequeno sorriso nascendo em seus lábios. —Gostamos muito de você apesar de conhecê-la a tão pouco tempo e falo por todos quando digo que gostaríamos que permanecesse. Então, por favor, tome muito cuidado de agora em diante com o que diz.
Leane assentiu, pois ela sabia que a senhora estava certa.
Ela não conhecia o pai das crianças e seu dever ali não era julgar e sim tomar conta delas enquanto ele mesmo não pudesse fazê-lo.
—O Sr. Howard é um bom homem, e muito justo por sinal. Mas é melhor não abusar dessa bondade. — ela avisou, antes de sair.
Leane ficou ao lado do berço de Meggie, pensando nas palavras dela.
Bondoso seria a última coisa que ela pensaria de seu patrão, pensou ao se lembrar de sua expressão fria e a maneira cortante como falava com ela.
Tolerante, talvez.
Justo, quem sabe...
Mas bondoso...?
Leane meneou a cabeça, não conseguindo pensar em seu patrão como “bondoso”.
******
No restante da tarde, ela se manteve ocupada ajudando as crianças com o dever de casa e cuidando de Meggie, que queria morder qualquer coisa que via pela frente.
Leane percebera que seu dentinho já estava despontando, e podia imaginar o quanto aquilo poderia estar incomodando a menina.
Quando foi colocá-la para dormir, Meggie parecia muito incomodada e Leane a sentiu mais quente que o normal.
E quando estava cuidando da menina em seu próprio quarto, lhe dando algumas gotas de remédio para baixar a febre, Molly entrou. Carregando sua boneca consigo.
—Papai saiu novamente. — ela disse, de perto da porta. —Não estou conseguindo dormir. Posso ficar aqui com vocês?
Leane balançava Meggie lentamente, tentando niná-la, e olhou para a cama rapidamente, ponderando se haveria espaço o suficiente para as três, pois teria que deixar Meggie dormir ao seu lado naquela noite para que pudesse observá-la caso a febre retornasse.
—Pode sim. — resolveu, caminhando até a cama e afastando o cobertor para deitar Meggie no colchão.
Molly sorriu, satisfeita, e caminhou rapidamente para o outro lado da cama, deixando a porta ainda entreaberta.
Leane se deitou no outro lado, assim a bebê ficaria protegida entre ela e Molly, para que não caísse da cama no meio da noite.
—Hoje foi um dia perfeito, Lean. — Molly disse após um bocejo.
Leane sorriu para a menina, ajeitando a cabeça em seu travesseiro.
—Também acho, Molly.
—Promete que amanhã vai me mostrar a sua boneca? — Molly pediu, fechando os olhos.
—Eu prometo. Agora vá dormir, sim? Por mais que tenha sido divertido, foi um dia cansativo também...
Leane murmurou de volta, mas se calou ao perceber que a respiração da menina mudara o ritmo, provando que ela já adormecera.
Leane sorriu mais uma vez enquanto aproximava o nariz da cabecinha de Meggie, para sentir o cheirinho do bebê.
Ela nunca parara para pensar em ter filhos. E nem poderia, já que passava a maior parte do tempo trabalhando e cuidando de sua mãe em casa. Já era uma situação muito exaustiva para acrescentar um bebê na lista.
Mas um dia, quem sabe... ela pensou. Ela adoraria ter alguém para amar e que viesse a amá-la da mesma maneira.
Um ser pequenino que pudesse dormir ao seu lado na cama, assim como Meggie estava naquele momento, para que pudesse sentir o cheirinho suave de bebê todas as noites antes de dormir.
Mas enquanto isso não acontecia, ela aproveitaria a companhia das crianças e por aquela noite, ela poderia sentir o cheirinho de Meggie ao seu lado enquanto dormiam.
Leane fechou os olhos, permitindo que o sono a embalasse e lhe trouxesse o descano de que necessitava naquela noite.
Fora um dia cheio de tensão, apesar das brincadeiras e risos e ela rapidamente adormeceu, abraçada a Meggie enquanto Molly estava abraçada a própria boneca no outro lado da cama.
*******
Quando Damon retornou para casa após sair para jantar fora, ele decidiu subir e ir dar uma olhada nas crianças antes de se retirar para o seu quarto.
Passou primeiramente no quarto de Jason, encontrando o garoto profundamente adormecido em sua cama.
Apagou a luz do abajur ao lado, deixando o quarto em completa penumbra antes de sair e tornar a fechar a porta.
Seguiu para o quarto de Molly, mas franziu o cenho, preocupado, quando encontrou apenas uma cama revirada e vazia.
A mesma coisa aconteceu quando entrou no quarto de Meggie e não encontrou a bebê em seu berço.
O quarto da babá ficava ao lado, por isso ele saiu e seguiu diretamente para lá a fim de descobrir o que estava acontecendo.
A porta estava entreaberta e a luz permanecia acesa.
E ao abrir um pouco mais a porta e olhar para dentro do quarto, estacou no lugar ao ver aquilo.
Leane Grey estava deitada de lado, abraçada ao corpinho pequeno de sua filha mais nova, enquanto Molly dormia do outro lado, agarrada a sua boneca.
Ele não sabia ao certo o que era, mas algo tocou seu coração naquele momento.
Tranquilidade.
Satisfação...
Ternura...
Era uma bela visão, aquela que tinha a sua frente, e ele poderia ficar ali por mais algum tempo a observá-las, mas isso não era correto.
Estava no quarto da babá, a mesma que praticamente o repreendera por ficar tanto tempo longe dos próprios filhos.
Claro, não havia sido ela quem dissera tais coisas, mas ele podia ler em seus olhos que ela não pensava o contrário.
Mas ainda assim, a visão a sua frente o enternecia.
Seus filhos pareciam mais felizes agora, com a nova babá e ela parecia gostar deles da mesma maneira.
Dava para ver isso em seus olhos, pela forma como olhava para eles.
Completamente diferente da maneira como Elise olhava para os próprios filhos.
A maneira como ela os fitava era como se estivesse diante de um inconveniente qualquer.
Deixou essas lembranças amargas de lado e se aproximou da cama silenciosamente, a fim de acordar a babá para que pudessem colocar as crianças em suas próprias camas.
Mas quando ia fazê-lo, mudou de ideia.
Elas dormiam tranquilamente e havia espaço o suficiente naquela cama para as três, então isso não seria um problema.
Voltou-se para sair do quarto, mas não resistiu a lançar um último olhar para a jovem que conquistara o coração de seus filhos.
Ela era pequena e delicada, seu rosto era magro e nariz fino. Os cabelos tinham uma tonalidade de castanho e vermelho ao mesmo tempo, em contato com a luz.
Seus olhos caíram para os lábios rosados e carnudos e ao perceber o rumo de seus pensamentos, Damon se afastou rapidamente e saiu do quarto, apagando a luz e fechando a porta logo em seguida.
Talvez fosse chegada a hora de marcar um encontro com uma mulher qualquer, para satisfazer as necessidades que deixara de lado por tempo demais, ele pensou. Porque, ao fazer isso, ele não se pegaria olhando para os lábios da babá de seus filhos novamente, imaginando se seriam tão suaves como pareciam e qual seria a sensação de beijá-los…
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Cleide Almeida
esse soldado já foi abatido cm sucesdo kkk
2024-03-01
175
Ana Regina Fernandes Raposo
SE TÁ PENSANDO E PORQUE TÁ QUERENDO KKKK
2024-04-28
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Ana Carolina
acho que ela não queria ser mãe
2024-04-26
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