Leane desceu as escadas com Meggie nos braços e seguiu diretamente para o escritório do Sr. Howard, onde imaginava que ele poderia estar.
Respirou fundos três vezes antes de tomar coragem e erguer a mão para bater suavemente na porta.
Depois do que acontecera mais cedo, ela esperava não ter de vê-lo novamente tão cedo, mas não queria que Jason jantasse sozinho no quarto.
—Entre! — ele ordenou e Leane abriu a porta devagar.
—Sr. Howard, posso lhe falar um instante? — ela pediu, fazendo com que ele erguesse os olhos dos documentos a sua frente e a encarasse.
Leane se recordou do momento em que estava em seus braços enquanto ele a carregava para o quarto após o acidente mais cedo, quando pudera observar os olhos dele de perto.
Eram de uma mistura de castanho e folha seca, assim como os de Meggie.
Tratou de afastar esses pensamentos da cabeça rapidamente.
Ela não deveria ficar observando os olhos de seu patrão, ou qualquer coisa relacionada a ele! Repreendeu-se.
—Estou esperando, Srta. Grey. — Damon tirou-a de seus devaneios e Leane corou ao perceber que ficara muito tempo em silêncio.
Estava fazendo papel de tola diante dele.
—Eu... — ela gaguejou, e respirou fundo, tomando coragem de erguer os olhos novamente para ele. — Eu soube do castigo do Jason e...
—E ele permanecerá de castigo. — ele a cortou.
—Mas, Sr. Howard...
—Não há um “mas”, Srta. Grey. — ele a interrompeu novamente, colocando os documentos de lado e erguendo-se de sua cadeira, sempre encarando-a. —O que Jason fez foi errado e colocou sua vida em risco. Entendo que gosta muito das crianças e fico grato por isso. Mas isso não quer dizer que possa se intrometer na forma como educo os meus filhos.
Leane abriu a boca, perplexa por ele pensar que era essa sua intenção.
—Não é o que estou fazendo, Sr. Howard. — ela negou rapidamente. — Eu vim apenas pedir para que permita que Jason jante conosco. Ele entende que fez algo errado e aceita o castigo. Mas ele está muito abalado com o que aconteceu, assim como a Molly.
Damon a encarou por um longo tempo em silêncio.
Meggie ficou agitada nos braços de Leane, chamando sua atenção para a bebê em seus braços.
Então seus olhos pousaram sobre Leane mais uma vez.
—Lembro-me de ter lhe dado o resto do dia de folga. — ele comentou, aproximando-se um pouco mais até parar a sua frente.
Meggie estendeu os braços para que ele a pegasse, e Damon atendeu ao pedido da filha mais nova.
Leane entregou a menina, mas quando o fez, suas mãos se tocaram e uma sensação estranha a tomou, fazendo com que Leane se afastasse rapidamente.
E ao olhar para ele novamente, ela percebeu que ele havia notado sua reação.
Pigarreou, para clarear a voz e tentou fingir que nada havia acontecido enquanto explicava:
—Eu não conseguia mais ficar dentro do quarto e Meggie estava agitada.
Damon cheirou os cabelinhos castanhos de sua filha, enquanto a mesma tocava sua barba.
—Quando lhe dei o dia de folga, não foi com intenção de mantê-la presa em seu quarto, Srta. Grey. — ele explicou. — Pode passear pelos arredores da casa ou até mesmo dar uma volta pela cidade, visitar seus familiares...
Leane umedeceu os lábios e cruzou as mãos uma na outra enquanto baixava o olhar para os próprios pés.
—Eu não tenho familiares para visitar, Sr. Howard. — ela explicou e Damon se condenou em pensamento ao se lembrar do que Jason havia lhe contado sobre a nova babá e sua perda recente.
—Entendo... — ele disse apenas e um silêncio tenso se formou no ambiente, quebrado apenas pelos murmúrios de Meggie, que agora brincava com os botões de sua camisa. —Mas se precisar ir em casa para resolver qualquer coisa, sinta-se à vontade.
Leane pensou em dizer que já não tinha também uma casa, mas resolveu se calar e apenas assentir.
—Eu... — ela gaguejou. — Eu vou levar a Meggie agora, Sr. Howard. Já passou da hora de alimentá-la. Quanto ao Jason...
Ela percebeu que até aquele momento, ele não havia dito se deixaria o menino descer ou não e era para isso que fora até ali.
Damon tornou a encará-la com seriedade.
—Então, vai ficar? — ele disparou a pergunta, pegando Leane de surpresa.
—Perdão...?
—Quero saber se vai ficar, Srta. Grey. — ele repetiu. —Entenderei se não quiser mais o trabalho depois do que aconteceu, mas ficaria muito grato se ficasse. Eles gostam muito de você. Posso lhe dar um aumento e...
—Sr. Howard, isso não será necessário. — ela o interrompeu rapidamente. —Eu não tenho outras despesas já que como e durmo em sua casa, então não preciso de um aumento. E não pretendo abandonar o emprego, a não ser que o senhor não me queira mais aqui.
Damon franziu o cenho.
—Deve ter contas em casa para pagar ou...
—Sr. Howard, eu não tenho uma casa. — ela resolveu ser sincera. —Não mais. Todo o dinheiro que conseguia com o meu trabalho, era para pagar as despesas médicas da mamãe. Então, agora a nossa antiga casa pertence ao banco.
Damon ficou surpreso com o sentimento de satisfação que o tomou.
Não por ficar feliz com a desgraça alheia, longe disso.
Mas estava feliz porque a atual situação de Leane a mantinha sem nenhuma outra alternativa a não ser ficar ali, trabalhando para ele.
Durante toda a tarde se manteve no escritório, imaginando que a qualquer momento ela juntaria suas coisas e pediria demissão.
Não fazia um mês que ela estava cuidando das crianças e já os conquistara.
E cuidava muito bem deles, de acordo com o que a Sra. Albert contara.
Seria complicado encontrar outra pessoa em tão pouco tempo e era apenas por isso que ele faria o que fosse preciso para mantê-la ali.
Não era porque estava se acostumando com a presença dela na casa ou com o som de suas risadas quando estava com as crianças.
Não, ele disse a si mesmo. Ele só não queria ter o trabalho de procurar outra pessoa. E agora que sabia que ela não tinha para onde ir, ficava mais tranquilo quanto a possibilidade de ela partir caso as crianças aprontassem novamente.
Ela não tinha para onde ir.
—Ótimo. — ele disse, de repente, entregando-lhe a bebê. — Permitirei que o Jason jante conosco a mesa, mas depois ele volta para o castigo até segunda ordem.
Leane assentiu.
—Obrigado, Sr. Howard. — ela agradeceu antes de se voltar para sair.
Damon ficou ali parado, olhando para a porta por onde ela saíra, confuso com os pensamentos que estavam se formando em sua mente.
Meneou a cabeça, para afastá-los imediatamente, e voltou para sua mesa a fim de terminar de assinar aqueles contratos e ir jantar com seus filhos...
E com a babá deles.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
ARMINDA
OPAAAAA DAMON GOSTOU DE SABER QUE ELA PODE FICAR EM SUA CASA . QUE NÃO ESTÁ CHATEADA COM O FILHO.
2024-03-11
95
Dora Henrique
ele podia fazer um contrato com ela de casamento já que os filhos gosta dela e os empregados também e eles v se conhecendo no dia a dia sem pressa
2024-04-26
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Maria Das Neves
já está gostando dela Sr Damon kkkkk
2024-04-23
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