— Jason, largue minha boneca! — Molly gritou enquanto corria atrás do irmão pela casa.
O garoto ria, sapeca, enquanto segurava o brinquedo no alto.
— Você não é mais um bebê para brincar de boneca. — ele zombou e foi nesse momento que Leane desceu as escadas com a bebê nos braços.
Deixara os gêmeos sozinhos por alguns momentos apenas para que pudesse dar um banho e trocar o bebê, e agora ela entendia porque a Sra. Albert lhe parecera tão cansada quando ela chegara naquela casa dois dias atrás.
— O que está acontecendo aqui? — ela perguntou, fazendo com que os dois se voltassem para ela.
— O Jason pegou minha boneca e não quer me devolver! — A garota acusou, encarando o irmão com raiva.
Jason bufou, jogando a boneca de qualquer maneira para o sofá.
— Toma sua boneca idiota, bebezona! — ele provocou, batendo as mãos uma na outra como se estivesse se livrando de algo sujo.
— Jason, não chame sua irmã assim. — Leane tentou intervir, enquanto a garota corria até a boneca, exclamando:
— Eu não sou uma bebezona!
Leane terminou de descer as escadas ao mesmo tempo em que Molly pegava a boneca, que caíra no chão.
Então a menina olhou para o brinquedo com um olhar desesperado, enquanto tentava ajeitar algumas mechas de seu cabelo que acabaram caindo depois de tanto ser chacoalhada por Jason.
— Você estragou... — ela murmurou, sem olhar para o irmão.
Jason adotou um olhar preocupado, mesmo enquanto dava de ombros.
— Essa boneca é velha e você não tem mais idade para brincar com isso! — ele se justificou.
Leane se aproximou de Molly, olhando atentamente para o brinquedo quebrado.
Molly ergueu os olhos marejados de lágrimas para o irmão, seus lábios trêmulos pelo choro contido.
— Eu não queria ter um irmão como você! — ela despejou, de repente. — Na verdade, eu não queria ter irmão nenhum!
Assim que proferiu essas palavras, Molly se levantou carregando a boneca e subiu correndo as escadas para o seu próprio quarto.
Jason ficou em silêncio, mas dava para ver o quanto as palavras da irmã o afetaram dolorosamente, dado sua palidez instantânea.
— Jason, ela não quis dizer isso. Só estava chateada. — Leane tentou consertar tudo, aproximando-se dele e tocando-lhe o ombro delicadamente.
Mas Jason simplesmente abaixou a cabeça antes de se virar em direção às escadas.
— Não foi minha intenção estragar a boneca. Eu só queria que ela brincasse comigo, mas ela só fica conversando sozinha com aquela boneca idiota! — ele resmungou.
— Tenho certeza que, se explicar para ela o que aconteceu, ela vai entender. Afinal, vocês são irmãos e seu pai não vai gostar de ver vocês dois brigados.
Jason fez um som de desprezo com os lábios, parando no primeiro degrau da escada e olhando para Leane.
Ele estava triste, os ombros caídos.
Leane sentiu pena do garoto.
— Você ouviu, ela preferia não ter irmão nenhum. E quanto ao meu pai, não se preocupe. Ele nunca fica em casa mesmo. Pelo menos não o suficiente para lembrar que somos seus filhos!
Após dizer isso, o garotinho subiu as escadas rapidamente e Leane olhou para a bebê em seus braços, que brincava com seu mordedor alheia a tensão entre os irmãos.
— O que faremos para resolver isso, hein? — ela perguntou para a garotinha, que apenas sorriu para ela antes de voltar a sua atenção para o brinquedo.
Ela não tivera nenhum irmão ou irmã, então não fazia ideia de por onde começar, para que os dois fizessem as pazes novamente.
Suspirou, cansada.
Já estava anoitecendo e logo os dois teriam que descer para o jantar. Então ela poderia conversar com eles e tentar fazer com que se entendessem novamente.
Levou Meggie para a cozinha, encontrando a Sra. Albert conversando baixinho com a cozinheira.
—Alguém aqui já está com fome. — ela disse, ao entrar, para anunciar sua presença.
As duas pararam de conversar de imediato e Mary voltou aos seus afazeres rapidamente.
A Sra. Albert sorriu para ela.
—Ainda me lembro o quanto era difícil fazer essa garotinha comer. — ela comentou, depositando a tigela com a papinha de Meggie sobre a mesa enquanto Leane a sentava na cadeirinha. —Você tem tanto jeito com as crianças...
Leane meneou a cabeça.
—Parece que não tenho tanto jeito assim. — murmurou tristemente ao se lembrar da desavença entre os gêmeos de minutos atrás. —Molly e Jason brigaram por uma boneca e agora não estão falando um com o outro.
A Sra. Albert sorriu, meneando a cabeça.
—Eles brigam muito e por qualquer coisa. Mas no final sempre fazem as pazes. Irmãos são assim mesmo, fique tranquila. — ela justificou. —Eu cresci em uma casa com sete irmãos e eu era a única mulher entre eles.
Leane não podia sequer imaginar, já que sempre fora apenas ela e sua mãe desde que se entendia por gente.
Pensar em sua mãe a deixou triste e tentou disfarçar isso começando a alimenta a bebê, que esticava os bracinhos em direção a tigela de comida.
De repente, algo que Jason lhe dissera fez com que se voltasse novamente para a Sra. Albert.
—Jason disse algo que me deixou um pouco incomodada. — contou, chamando a atenção da senhora novamente para si. —Eu disse que seu pai ficaria chateado se chegasse e visse os dois brigados, mas ele respondeu que seu pai nem deve lembrar que tem filhos.
Ouviu o suspiro pesaroso da Sra. Albert e ergueu o olhar para a mulher, interrompendo os cuidados com Meggie.
—Faz dois dias que cheguei e ainda não vi o pai das crianças. —comentou, fazendo com que a Sra. Albert largasse as folhas de alface que separava em uma tigela para a salada, e secasse as mãos em uma toalha de pano lançando- lhe um olhar de aviso.
—O pai das crianças é um homem muito ocupado e acabou de perder a esposa. Está com muita pressão sobre os ombros no momento, por isso contratamos você.
—Mas as crianças também acabaram de perder a mãe, e acho que ele deveria lhes dar um pouco mais de atenção nesse momento difícil para mostrar que não estão sozinhas. Não se afastar dessa maneira... — quando Leane percebeu, já tinha dado sua opinião e pela expressão fechada da Sra. Albert, ela viu que tinha ido longe demais.
—O Sr. Howard vem para casa todas as noites, srta. Grey. Infelizmente, as crianças já estão dormindo quando ele chega, mas isso não quer dizer que não se preocupe com elas. É melhor não tocar novamente nesse assunto, pois imagino que o Sr. Howard não gostaria de ter seu amor paternal questionado. — ela a repreendeu e Leane assentiu, constrangida, voltando a alimentar Meggie. —Porque não me deixa terminar de alimentar essa pequena e vai lá em cima tentar apaziguar as coisas entre os gêmeos? Em poucos minutos o jantar ficará pronto e não seria bom que descessem ainda brigados.
Leane suspirou e assentiu, pensando que seria uma boa ideia.
Eles provavelmente estavam mais calmos agora, então ela se levantou e deu um pequeno beijo na cabecinha de Meggie antes de passar a colher para a Sra. Albert.
—Farei isso agora mesmo.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Patrícia Barbosa Ferrari
A situação das crianças é triste demais, 😞😢 o pai delas teria que se dedicar um pouco mais para ficar com eles ,e poderia trabalhar de casa 🏠 Assim eles não iriam se sentir deixados de lado.O Amor 💜❤️ e o Cuidado da Leane será essencial para elas
2024-12-01
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Marcielly aparecida lopes
coitado, o pai também não tá presente pra dar atenção ao filho, brincar de jogar bola, só ele de menino deve ser chato mesmo
2024-12-20
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Marcielly aparecida lopes
ele tá sendo muito egoísta, pq ele é adulto as crianças, nesse momento precisam muito dele.
2024-12-20
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