Veridiana estava sozinha em seu quarto quando bateram na porta.
—Entre, está aberta.
Por ela entrou Isabel a mulher quem a criou durante quase toda vida.
—Madre aconteceu algo?
Perguntou se encostando a cabeceira.
—Chegou a hora, irão buscá-la ainda hoje menina.
Disse Isabel a olhando fixamente nos olhos, o coração de Veridiana chegou a errar as batidas.
— Me buscar? quem vem me buscar madre?
Exclamou com desespero estampado em seu rosto, os olhos marejados já escorriam o pranto que foi enxugado com as pontas dos dedos por Isabel.
— A alta cúpula da máfia criança, sabíamos que uma hora ou outra os membros de Cosa nostra viriam, sabe de quem são filhas e o destino que está reservado a garotas como vocês, foram criadas e disciplinadas para serem esposas, nunca são as mulheres a escolherem seus maridos.
—Eu posso recusar Isabel, sou maior de idade, devo ter algum direito de opinar sobre minha própria vida , nem mesmo sei se quero me casar um dia, não podem obrigar a me submeter assim.
Se pôs de pé enfrente a janela cruzando os braços diante do corpo.
— Mandaram um recado minha filha, caso recuse o noivo ou união que lhes propõe será Isis sua substituta, infelizmente não a nada que possamos fazer, sabe que são pessoas poderosas por trás de tudo isso, ou faz o que mandam ou todos pagaremos pela afronta, a máfia não costuma aceitar um não como resposta Veridiana.
— Imploro madre não quero ir, Terei que deixar minha irmã?
choramingou.
— Diga que ao menos poderei leva-la comigo.
Se jogou nos braços da mulher que afagou seus cabelos.
—Sinto muito menina, Ísis fica.
Veridiana chorou, seus gritos de desespero eram ouvidos pelo internato, todo horror se intensificou quando as irmãs se abraçaram em sua despedida, Isis se agarrou a Veridiana como uma criança pequena a sua mãe e quem viu a cena não conseguiu segurar as lágrimas, ao caminhar aos prantos até os portões da "prisão" que viverá por quase uma vida Veridiana jurou voltar para buscar a caçula das Ricci que ficará para trás, o pranto e a tristeza das duas era algo doloroso de se ver, nunca haviam se separado a pobre jovem nem mesmo sabia quem era o tal noivo que a esperava, Veridiana não havia recebido nenhuma informação sobre o homem com quem se casaria poderia ser um assassino, um louco ou as duas coisas e nada seria feito para impedir, as poucas insinuações e comentários que havia ouvido sobre ele eram desencontradas e assustadoras demais para serem levadas a sério, uma das freiras a ajudou com as malas as levando até o carro, Entre os homens parados em frente a ele procurou por um rosto bondoso e acolhedor, algo que pudesse apaziguar seus medos mais nada remetia segurança, se apavorou quando um senhor bem vestido de aparência sofisticada caminhou até ela.
—És identifica sua mãe.
A encarou com olhos curiosos.
—Me chamo Don Marco Ferrari, a seu dispor.
Beijou com delicadeza a mão de Veridiana que se encolheu.
—Não quero ir, por favor permita que eu fique aqui, ao lado de minha irmã ela não tem mais ninguém.
Veridiana chorou.
—Seu noivo a espera.
Ferrari ignorou completamente sua dor a arrastando até o carro que partiu para longe, em frente ao cartório Veridiana caminhou como se andasse para morte, praticamente se arrastou até a porta e na entrada parou , precisava se preparar para enfrentar o homem que provavelmente seria seu carrasco,o algoz que a torturaria pelo resto de sua triste vida, Ao olhar para dentro avistou algumas pessoas sentadas como se esperassem para assistir seu fim, o fim dos sonhos e dos planos que tinha para o futuro, comprar uma casa para morar com a irmã, se formar em uma boa faculdade e arranjar um emprego em algo que amasse fazer, Ali estavam homens bem vestidos e engravatados, esperando por ela frente ao juiz o noivo se destacava por ser um completo oposto dos alí presentes, era mais velho, loiro, alto e forte e se virou para recebê-la assim que entrou pela porta como quem esperava por uma refeição saborosa. Veridiana não conseguia se mover, suas pernas pareciam não obedecer seus comandos, seu estômago se revirava pelo medo e em Pânico não saia do lugar , Sem reação foi arrastada por Dom Marco até o encontro do noivo. Ao se aproximar dele se tremia, Era ainda mais intimidador e sombrio de perto, naquele momento ela se perguntava como alguém que sequer conhecia tinha o poder de deixá-la com tanto medo, Veridiana era uma jovem destemida, sempre se orgulhou de ser alguém forte e corajosa mais tudo aquilo havia a nocauteado de forma que não sabia como se reerguer, Acreditava que seu esposo seria um playboy recém tirado das fraldas, um filhinho de papai mais parecido com o convencional, alguém alinhado de terno e gravata que vomitasse luxo e vaidade todas as vezes que abrisse a boca, ao contrário disso havia recebido um bárbaro, um motoqueiro usando jeans ,camiseta preta e coturnos desgastados , seus cabelos loiros estavam presos em um coque samurai e seu corpo era praticamente todo coberto por tatuagens negras como a noite, Veridiana nunca havia visto alguém com aquela aparência, os poucos homens com quem teve contato eram padres e um senhor já de idade avançada que levava alimentos uma vez por mês ao internato, seu noivo era enorme suas mãos praticamente do tamanho de seu rosto e com uma aparência dura mais parecida a uma parede de tijolos rígida sem qualquer expressão, Assim que se colocou ao seu lado ele direcionou seus olhos a ela.
—Veridiana, certo?
Perguntou de forma calma e agradável.
Ela piscou confusa.
— Nicolas Caccini.
Concluiu como se por obrigação, Sua voz era rouca e intimidadora, as pernas de Veridiana não a obedeciam, quando tocou sua mão para colocar a aliança Drago sorriu, a pequena garota se tremia por inteiro e ele pôde sentir isso , Na breve pesquisa que Arthur havia feito pelas irmãs Ricci disse serem garotas lindas como sem igual, Drago não esperava que fosse verdade já que o amigo tinha um Senso de humor um tanto ácido para não dizer sacana. A pequena trajava um vestido branco de linho simples que ia até a altura de seus joelhos, o rosto sem nenhuma maquiagem lhe dava um ar de pureza que jamais havia visto e isso tomou sua atenção como nunca conseguiram, Quando os olhos azuis se encontraram ao seus Drago se viu enfeitiçado apenas com o toque das mãos da mulher que agora era sua esposa e isso fez sua cabeça girar em total frenesi.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Vera Lucia De Souza
Tadinho kkkllk
2025-04-09
1
Ana Regina
verdade verdadeira kkkkkl kkkkkl kkkkkl ❤️❤️❤️
2025-02-04
1
Andréa Debossan
Não falei que iria arriar os pneus de primeira
2025-01-15
1