fui eu

Henrique

- a gente brigava mesmo tanto assim? / ela pergunta sorrindo um pouco

- sim... você até deu um tiro no meu braço/ falo

Martina arregala os olhos surpresa.

- eu mereci... ofendi você. Na época não queria me casar sabe... / falo explicando

- entendi... me diga Henrique, por quê eu não lembro apenas de você? / ela pergunta

- bom... o médico disse que você teve uma perda da curta memória, ou seja, você só não lembra de coisas recentes... como eu por exemplo... / falo

- ah ... sinto muito...

Ela fica me olhando com pesar...

- Henrique... sabe quem me tirou do carro? queria tanto agradecer. / ela fala

- bom, eu tive ajuda, mas fui eu / falo

Ela fica me olhando estranho.

- não sabia que tinha sido você... então, obrigada depois de tudo que me contou, por que não me disse que foi você quem me salvou Henrique? / ela pergunta

- você não tinha perguntado, acabei não falando. / digo

- deixe de ser bobo! bom, mais uma vez obrigada! / ela diz sorrindo e segura firme minha mão

Fico sem saber o que falar até que ela diz:

- não acredito que a gente brigava tanto, parece que nos damos tão bem. É tão fácil conversar com você.

- bom, você brigava comigo, porque não queria aceitar o fato que estava se apaixonando por mim / falo rindo

Ela fica um pouco seria e sem graça.

- desculpe, só estava brincando/ falo

- não, tudo bem... sei que sou cabeça dura, disso eu lembro bem. Sabe... a gente já... já... transou? / ela pergunta sem jeito

- sim... uma vez... aliás, várias vezes em uma noite, depois houve meu acidente e então o seu... / falo

- ah sim claro... puxa, eu me lembro que tinha curiosidade de perder a virgindade, e agora n me lembro como foi! não creio! / ela diz parecendo irritada e eu acabo rindo

Ela me olha e diz:

- agora sei porque brigávamos!

- desculpe, desculpe! Mas foi engraçado você ficar brava por isso... sabe, podemos fazer se novo como se fosse sua primeira vez! / falo e levanto as sobrancelhas

Martina cora na hora, parece até outra pessoa... uau

- o que foi? / ela pergunta

- bom, não sei se devia dizer isso, mas você tá tão diferente, mais leve, sem toda aquela armadura... antes era tão difícil conversar por mais de um minuto sem a gente brigar... / falo sério

- eu... eu queria lembra, queria mesmo! Mas não consigo e se tento minha cabeça dói

- tudo bem... não precisa se lembrar! /falo

***

UMA SEMANA DEPOIS

Martina já estava andando pela casa, se recuperando aos poucos, o médico hoje viria vê-la e talvez liberar ela para outras atividades, além de caminhar.

Perto do meio dia o doutor chega. Ele a examina na sala mesmo.

Eu fico observando tudo. Fico um pouco nervoso de ele dizer algo ruim.

- bom senhora Valente, está ótima, melhor do que se podia imaginar! Infelizmente só a sua memória que ainda não voltou, mas seu corpo e seus ferimentos estão bons. Continue com as pomadas e os antibióticos e logo logo estará tudo normal! Já pode fazer exercícios leves e daqui quinze dias, vou examiná-la novamente / o médico diz ficando em pé

- não tem uma previsão da minha memória voltar doutor? / ela pergunta

- não, o que pode fazer é ir em lugares, ou ver pessoas que não se lembra, então as coisas podem ir voltando de repente. / ele diz

- é uma boa ideia /falo ao lado de Martina no sofá

- é, é sim / ela diz um pouco triste

- bom, precisando me chamem, até mais! / ele fala

Apertamos sua mão e ele vai embora.

- Deus... eu queria tanto lembrar de tudo! Não aguento mais ter um buraco na minha cabeça / ela fala agoniada

- calma Martina, vamos fazer o que ele disse, tentar resgatar sua memória!

- é... vamos tentar/ eu pego a mão dela e beijo de leve e Martina me olha nos olhos eu penso em beija-la mas...

Nina e Vicenzo entram na sala.

- então, como foi a consulta? / Nina pergunta

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