grosso estúpido

Henrique

Acordo perdido. Quando abro os olhos vejo que estou na minha cama.

Segundos depois Martina está do meu lado e pega minha mão.

- como está? / ela pergunta

- bem... o que aconteceu? como vim parar aqui? / pergunto ainda perdido

- não sei, acho que você veio sozinho. Seu caro era puro sangue. Onde esteve? qual sua última memória? / ela pergunta e eu fico até zonzo

- lembro que fui na casa do meu pai... fiquei lá falando com o Alan e foi isso.

- só isso como assim? algo aconteceu! / ela diz nervosa

- não sei Martina cof cof cof / acabo tossindo e minha barriga dói

- calma calma Henrique, sua barriga está machucada! / ela diz

- como assim? fui esfaqueado?

- não, levou um tiro. A bala saiu. O médico viu você, limpou o ferimento e enfaixou

Levanto a camiseta que estou e vejo boa parte da minha barriga enfaixada.

- nossa, foi ruim?

- não muito, mas perdeu muito sangue!

Segundos depois meu pai entra no quarto.

- filho, como está? / ele pergunta

Todo de preto e com as mãos nos bolsos, como sempre.

- bem pai, estou bem!

- isso que é um Valente! Baleado mas bem! / ele diz parecendo orgulhoso

Martina franze as sobrancelhas, respira fundo e me olha.

Eu apenas balanço a cabeça em negação e ela não diz nada. Com certeza ia xingar ele pelo comentário.

- fiquei muito preocupado de perder meu herdeiro, ainda mais tão perto da sua nomeação.

- pois é pai...

Martina mais uma vez me olha.

- sabe filho... recebi uma má notícia...

- o que houve pai?

- bom, me falaram que você está sendo seguido e também sua esposa, embora tenha fugido apenas uma vez! / ele diz olhando ela com reprovação.

Martina levanta, pede licença e sai.

- tem certeza disso?

- tenho filho. Precisam tomar muito cuidado, pode ter algo a ver com o tiro que levou.

- pai, quando fui embora eu estava bem, não é?

- sim olhei as câmeras, até sair da minha casa você estava ótimo.

- ok pai, posso descansar?

- sim claro.

- diga para Martina que quero falar com ela.

Meu pai ri maliciosamente. O que ele tá achando? que vamos trepär comigo ferido?

Assim que ele sai, uns cinco minutos depois,

Martina entra.

- oi, do que precisa?

- nada, na verdade, só me desculpar pelo meu pai

- Deus... seu pai é um estúpido e grosso e muito, muito sem noção!

- sim... vi que você se controlou para não voar na jugular dele

Martina ri com o que eu digo

- Henrique... me desculpa, sou uma idiota! Fui tão grossa e estúpida quanto seu pai, embora de modos diferentes. Ainda sim, sinto muito, não devia tratar você como tratei!

- tudo bem. Não imagino como é se ver obrigada a casar com alguém, por causa de um favor.

- sério? sabe que também foi obrigado a se casar comigo né?

- sim, claro! / falo, mas não é verdade, não me senti obrigado a casar com ela

- bom, vou deixar você descansar

- Martina espera!

Ela para e me olha

- sinto muito também! E saiba, para mim somos iguais, sempre seremos. Mas infelizmente na frente dos outros, eu serei o chefe. Mas aqui, na nossa casa, somos parceiros.

- obrigada por isso / ela sorri e sai

Espero que ela ainda não queira ir embora. Espero que ela saiba que falei aquilo na hora da raiva...

Acabo adormecendo, provavelmente por causa dos remédios

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