Eu tentei trazer Pedro comigo para esse spa, mas não fazia muito a cara dele, ele disse que caria com os primos na casa de Marília e Pietro. Eu também não comentei com Pietro sobre Marília ter ido até lá e parece que ele nem imaginava, o que a sua esposa tinha feito e falado.
— Será um nal de semana que irá te fazer muito bem — ele fala.
— Obrigada — eu falo.
— Aliás, eu consegui falar com um especialista sobre o laudo que a farmácia te mandou — ele fala. — Mas achei melhor ler ele antes.
— O que dizia? — eu pergunto
— Aquelas substâncias servem para impedir um futuro câncer e temos caso na família, Paulo deveria estar apenas se prevenindo — ele fala. — Então pode car tranquila.
— Obrigada, por ter ido atrás disso — eu falo para ele que sorri.
— Qualquer coisa você pede para me ligar — ele fala — Cuidarei muito bem do Pedro.
— Agradeço por tudo — eu falo dando um abraço nele.
Eu sei que Pietro só queria me ajudar, eu acredito e con o nas suas intenções de uma forma inexplicável, Pietro era o único irmão de Paulo e a vida toda, os dois foram muito ligados e companheiros.
O primeiro dia aqui não foi tão difícil, eu achei que seria mais sufocante e que sentiria falta de saber notícias de Pedro, mas eu sei que ele está bem, internet, celular, empresa neste momento não me fazia falta. O primeiro dia aqui foi para me conectar comigo mesmo, aulas de yoga e meditação, massagem espiritual e física e pela primeira vez depois de todos esses dias após a morte de Paulo, eu consegui fechar os meus olhos e descansar, eu tinha tomado um chá com ervas colhidas aqui mesmo e dormi, acordei apenas quando o sol raiou na janela do quarto e olhei para o relógio vendo que já era 7h30, lá fora tinha barulho de galo cantando e eu vou até a cortina da janela e abro elas, abro a porta de vidro que dava para uma pequena sacada e olho para fora, um lugar muito bonito e com bastante natureza. Era um sítio misturado com um spa, um lugar para a gente se desligar realmente do mundo.
No primeiro dia, eu tinha evitado contato com qualquer pessoa que estivesse aqui, parecia uma adolescente entrando em uma escola nova e com medo dos seus colegas, eu nunca fui assim, mas pela primeira vez eu tive medo de conhecer pessoas, de me apresentar a elas e me perguntarem por qual motivo eu estava aqui ou me reconhecerem das capas de revistas, até mesmo carem perguntando sobre a morte de Paulo, eu sempre fui uma pessoa viva, cheia de vida, transbordando alegria e pronta para fazer novas amizades, após a morte do Paulo eu me fechei para o mundo , para as pessoas, amizades e alegrias, era como se eu tivesse caído em uma profunda tristeza, em um buraco negro sem m e que jamais eu poderia sair.
— Bom dia — um homem com calça jeans e camisa branca se senta na minha mesa do café da manhã, eu o encaro — Eu percebi que você não tocou no seu café da manhã e está quieta em seu canto, sem falar com ninguém.
— Bom dia — eu respondo — Me desculpe perguntar, mas quem é você?
—Meu nome é doutor Fernando — ele fala dando um leve sorriso — Eu sou psicólogo que trabalho aqui no spa, para quando os hóspedes precisam de uma consulta.
— Achei que aqui não tinha médicos desse tipo — eu falo e ele estreita os olhos — Sem querer ofender o senhor, mas achei que não era nada tradicional.
— Mas não é mesmo, aqui é um lugar bem diferente de uma clínica psiquiátrica, é um hotel que oferece diversos serviços para os seus hóspedes, longe de qualquer ligação com o mundo lá fora — ele responde — Para desconectar de todos os medos e traumas. — tomo um gole do meu café — Bom, alguns vêm aqui apenas para descansar das suas rotinas corridas, outros para se conectar consigo mesmo e para tratar alguns traumas também.
— E você quer saber o porquê eu estou aqui? — eu pergunto.
— Desculpa, por me intrometer na sua vida — ele fala — Mas eu sei por que está aqui.
— O mundo todo deve saber — eu falo largando a xícara na mesa — Eu não quero que ninguém venha falar comigo, porque sente pena.
— Eu não estou aqui falando com você, porque eu sinto pena — ele fala — Eu espero que você aproveite o nal de semana que irá car aqui, esse lugar pode te ajudar muito e se você precisar conversar, você pode me procurar a hora que quiser — ele tira o cartão do bolso e coloca em cima da mesa.
— Foi meu cunhado que mandou você falar comigo? — pergunto para ele.
— Não, eu nem conheço o seu cunhado — ele responde. — Estou fazendo apenas o meu trabalho — ele sorri de leve — Tenha um bom dia.
Ele se levanta da mesa e eu pego o cartão que ele deixou e coloco no bolso do meu casaco, já que aqui por ser interior está um ar bem mais fresco. Eu saio do café da manhã e vou para uma massagem com pedras, era uma terapia milenar que fazia tão bem para o nosso corpo, eram feitas com pedras vulcânicas e fazia o nosso corpo relaxar, alivia as dores e trazia bem-estar.
Depois da massagem eu sigo para fazer uma caminhada, por meio de um caminho rodeado por árvores, eu coloco a mão no casaco vendo o cartão do Fernando, olho a hora no meu relógio no pulso que era a única coisa eletrônica que consegui ter aqui, vejo que ainda era antes do meio-dia.
— Tudo bem — eu respiro fundo — Talvez vá me fazer bem falar com alguém, que não seja da minha família. — digo para mim mesma com o cartão na mão e volto caminhando para dentro do spa.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Joana Modro Melo
também quero um spa to precisando muito🤔
2022-09-21
1
Lu Silva
tenho quase certeza que o irmão ta por trás da morte do Paulo
2022-09-17
3
Silmara Rocha
acho que o irmão foi quem tramou a morte do Paulo
2022-05-29
1