10

— Mãe — Pedro entra pela porta e eu largo o porta retrato em cima do móvel novamente. — Mãe? —ele se aproxima e eu me viro o encarando e ele me abraça forte.

Pedro era muito parecido com o seu pai, até mesmo a voz, quando eu o abracei eu me senti abraçando Paulo e me segurei para não chorar, por que eu sei o quanto o nosso lho está sofrendo pela sua morte e eu precisava mostrar que eu era forte por ele.

— Como você está meu amor? — eu pergunto.

Estou bem e a senhora? — ele pergunta.

—Também, melhor agora que você está aqui — eu respondo.

— Meus tios queriam que eu casse mais tempo lá, mas eu precisava ver como a senhora estava — eu sorrio fraco.

— Amanhã vão vir fazer uma perícia no escritório do seu pai e depois disso, eu quero ir para a nossa casa no litoral, você quer vir comigo? — eu pergunto.

— Sim — ele fala — eu vou com você mãe.

— Que bom, eu acho que precisamos car um tempo apenas nós dois — eu falo para ele.

Pedro sobe para o seu quarto para guardar as suas coisas e eu olho pela última vez o porta retrato antes de subir, eu tinha decidido que não iria dormir em nosso quarto, com ajuda de Liliane passamos as minhas coisas para o quarto de hóspede.

— A senhora quer que eu mexa nas coisas dele? — ela pergunta.

— Sim — eu respondo — Vou querer que você organize as coisas, dobre e separe em cima da mesa, que quando eu conseguir, eu irei arrumar para levar para doação na igreja. — Ok — ela fala — Vou começar a fazer isso, hoje mesmo.

— Eu e Pedro vamos car alguns dias no litoral, vamos depois que a polícia sair — eu falo — Se por acaso alguém vier aqui, peça o celular, nome, endereço ou até mesmo o cpf — ela assente — Se for necessário.

— Pode deixar, senhora Bárbara — ela fala.

— Obrigada — eu respondo e ela sai do quarto.

Tomo um banho demorado e procuro pelo meu remédio e não encontro, deve ter cado no banheiro do nosso quarto, eu reluto para ir até lá buscar, mas precisava tomar algo para conseguir dormir.

Eu entro no quarto vendo as coisas de Paulo em cima da cama, não está tudo, apenas algumas coisas. Evito olhar para as roupas dele e passo direto para o banheiro, quando entro mexo na minha gaveta e encontro o meu remédio, por curiosidade de ver as suas coisas, abro a gaveta dele e encontro um remédio.

— Paulo não tomava remédio — eu falo sozinha quando pego aquele frasco na mão — Não tem nome do remédio — eu questiono sozinha.

Paulo era contra tomar remédio, poderia estar morrendo que não tomava, abro o frasco e cheiro ele, vendo que parecia ser remédio mesmo, não parecia ser remédio para dor de cabeça ou algo do tipo. Eu olho a hora e vejo que não iria ter nenhuma farmácia de manipulação para eu levar o remédio nesse momento, então saio do quarto e coloco o frasco do remédio que encontrei nas coisas de Paulo para levar para uma farmácia de manipulação ou algo do tipo, para descobrir o que ele tinha.

Então me sento na cabeça e encaro aquele frasco nas coisas de Paulo, poderia ser um simples remédio ou poderia ser algo grave. Na noite da festa, Paulo falava como se soubesse que iria morrer, talvez não naquele dia, mas em breve, parecia que cada minuto era uma despedida, que cada palavra dita seria para que servisse de consolo agora, parece que ele queria me preparar.

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Comments

Lu Silva

Lu Silva

eu acho que foi o irmão dele e o advogado e ele vai pegar tudo que ele deixou pra ela e o filho fez os papéis sem nem falar nada pra ela e ela boba assinou sem ler

2022-09-17

4

Silmara Rocha

Silmara Rocha

suspense

2022-05-29

0

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