11

Era de manhã, antes mesmo de dar 7hs a polícia chega para fazer a perícia no escritório, eu desço do quarto e encontro vários deles na minha sala, entrando e saindo de dentro de casa.

— Bom dia, senhora Bárbara — O investigador Felipe fala assim que me vê.

— Bom dia, investigador — eu respondo para ele.

— Perguntamos a sua funcionária, se teve alguém no escritório depois da morte de

Paulo e ela me disse que você entrou lá — ele fala me olhando

— Sim, eu entrei no dia que retornei do velório dele — eu respondo — Mas aí fui avisada que não poderia car lá dentro, porque iria ter uma perícia.

— Você mexeu em algo, tirou algo do lugar ou de dentro do escritório? — ele pergunta;

— Não — eu respondo — Não foi tirado nada de dentro do escritório — ele assente — O único lugar que eu mexi foi no cofre — ele me encara.

— No cofre? Por que no cofre? — ele questiona.

— O cofre estava aberto e eu o fechei, eu senti falta do valor do dinheiro, que a gente guardava em casa para alguma emergência — eu respondo — Mas naquela noite do aniversário do nosso lho, Paulo pagou o bu et em dinheiro.

— Você comentou sobre isso no interrogatório, mas não comentou nada sobre ter encontrado o cofre aberto — ele fala me olhando — Por quê?

— Eu devo ter esquecido — eu respondo e ele arqueia a sobrancelha — É muita informação junta e eu ainda estou passando pelo luto.

— Investigador! — um policial o chama — Por favor, consegue vir até o escritório?

— Claro — ele responde e depois me encara — Conversamos depois.

Eu me sento na sala encarando aquele movimento todo dentro da minha casa, eu acho que nunca imaginei que passaria por algo assim, ver tantos policiais dentro de casa, eu cheguei a conclusão que estou vivendo um verdadeiro inferno.

Eu queria poder piscar os meus olhos e me ver sentada na mesa do café da manhã, tomando café com ele e preparando o nosso dia.

— Existe outro escritório além da empresa e da sua casa? — O investigador pergunta assim que se aproxima.

— Existe um escritório na casa de Angra — eu falo — Mas quase não íamos para lá.

— É para lá que você vai com seu lho hoje? — ele pergunta.

— Eu vou — eu respondo.

— Ok — ele fala — Qual foi a última vez que Paulo foi até essa casa?

— Uns dois meses atrás — eu respondo.

— Sozinho? — ele pergunta.

— Com seu irmão — eu respondo.

— Ok — ele fala.  — Por aqui terminamos, conseguimos recolher o máximo de informação. Vai ser marcado um novo depoimento para a senhora, seu advogado deve te avisar. — eu assinto — Se possível, não mexa no escritório do seu marido na casa de vocês em Angra do Reis, vamos pedir uma perícia lá também.

— Ok — eu respondo.

— Tenha um ótimo dia — ele fala

— Igualmente — eu respondo.

Assim que a polícia sai, eu entro dentro do escritório de Paulo vendo tudo revirado, seu computador, suas agendas, tudo dele não estava mais ali. Eu pego no chão o porta canetas e a sua caneta com seu nome, arrumo em cima da mesa do escritório. Começo arrumar o seu escritório deixando da forma que ele gostava.

O escritório intocável era uma das poucas coisas que tinha sobrado de Paulo e agora ele estava uma bagunça, parecia que não tinha mais nada dele aqui dentro, estava tudo revirado. Assim como estava a minha vida, a minha cabeça e o meu coração.

Eu vou até a farmácia de manipulação mais perto, quando entro, tinha duas pessoas para serem atendidas, a farmácia cava alguns minutos da minha casa.

— Olá, como posso ajudar? — uma moça loira, de olhos verdes, pergunta com um belo sorriso em seu rosto. Eu não consigo retribuir o sorriso e não era por ser antipática, era porque quando Paulo morreu, eu morri junto com ele.

— Eu gostaria de saber se você consegue me ajudar, eu precisava saber a fórmula e a composição desse remédio — eu falo entregando — Você teria como me ajudar? — ela pega o frasco.

— Eu preciso ver com o superior — ela fala

— Eu espero — eu respondo — Mas pago o que for preciso, é meio urgente.

— Claro — ela fala entrando por uma porta e demora alguns minutos para voltar, minutos que pareciam uma eternidade — Você pode preencher esse formulário — ela me entrega um papel — E até amanhã à noite, entramos em contato com você para você buscar.

— Eu vou estar em Angra, você consegue enviar o resultado por e-mail? — eu pergunto

— Sim, conseguimos — ela fala sorrindo mais uma vez e eu assinto com a cabeça, preenchendo o formulário que ela tinha me entregado

Eu sei que poderia ser nada esse remédio, poderia ser alguma vitamina, um remédio para dor de cabeça, qualquer coisa, mas meu coração dizia para ir atrás disso, atrás de qualquer pista que poderia levar a desvendar o que Paulo fez nos últimos dias e tomar remédio, era algo muito difícil dele fazer.

Poderia ser besteira, mas saio de dentro da farmácia pensando que eu só trouxe esse remédio para cá, porque era de Paulo, para me sentir mais perto dele ou algo do tipo.

Eu passo por uma banca de jornal e vejo uma reportagem enorme sobre a morte de Paulo e não acredito quando eu vejo a manchete bem grande, eu pego aquela revista e começo a ler cada palavra escrita

“ A esposa e o irmão? Será que eles teriam um caso?”

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Comments

Amélia Rabelo

Amélia Rabelo

eita

2023-05-06

0

Silmara Rocha

Silmara Rocha

muito orivel

2022-05-29

1

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