Faz exatamente três dias que Nycie está na casa de Pâmela e que não vê André. Ia na empresa a casa da amiga, e André não saia de seus pensamentos, nem medo sentia mais.
A saudade a está matando de angústia e ansiedade. Ao sair do fórum para almoçar, a sensação de que está sendo seguida lhe dá calafrios. Ela olha pelo retrovisor e não percebe nada, mas, bem lá atrás, onde dois carros estão, tem um que a vigia desde o dia da primeira sensação que ela teve na garagem de sua casa, que anda seguindo seus passos e decisões, o mesmo que a assustou escrevendo com sangue no vidro de seu carro, um cúmplice ou mandante?.
...(・–・) (・◡・)/...
André decide ir fazer uma visita a Suellen, e depois, ir até o jornal onde desenhava para umas charges, perguntar se poderia voltar a trabalhar. Ele pega emprestado as chaves do carro do pai e segue até a clínica.
Antes da cadeia, ele trabalhava em casa desenhando para uns sites que o procuravam para ilustrar, promovendo eventos, propaganda e até mesmo em charges em colunas de jornais… mas nunca fora reconhecido, porque os que o contratavam é que ganhavam a fama. Mesmo assim, ganhava uma boa graninha, mantinha a casa e ficava com a filha já que a ex vivia na rua.
***
Suellen lê um livro embaixo de uma árvore quando percebe a presença da enfermeira mostrando a André sua direção. Ela fecha o livro e quando ele se aproxima, pede que ele se sente ao seu lado, no banco de cimento, o que ele faz logo em seguida.
– Você queria me ver? – pergunta ele.
Ela assente com a cabeça, colocando o livro entre eles e olhando para frente onde há um chafariz de anjo.
– Você acredita em anjos? – pergunta ela.
– Que pergunta é essa?
– Engraçado como nos conhecemos há dois anos e não sabemos nada um do outro. A única coisa que temos em comum é nossa filha. Te chamei aqui para poder agradecê-lo.
– Agradecer por quê?
– Apesar de me envolver com coisas erradas, você me trouxe uma luzinha no fim do túnel. Se não fosse por você, eu não teria tido a Ingrid.
– Você não tem que agradecer por isso, fiz por ela, pela vida que estava em sua barriga. Ela não tinha culpa se os pais não prestavam.
– Mas você não vê?! Graças a você, hoje estou aqui me recuperando de uma depressão. Quantas vezes você pediu para que eu parasse a bebedeira, e eu não conseguia? Se você não tivesse ido naquele bar aquele dia, eu teria fugido com aquele homem e sabe se lá o que teria me acontecido! – André é pego de surpresa com essa revelação. Por isso ele não esperava.
– Mas, por quê? Se não me amava era só ter dito! Eu teria ido embora, aliás, já ia mesmo te propor isso.
– Ahh, eu só queria fugir, não queria ser mãe, e não queria dar explicações a você. Quando me envolvi com você, foi porque você era o único que me respeitava. Mas não era amor, sinto um carinho muito grande, mas você me forçou a ter uma filha e depois a casar… Para mim já era sacrifício, sou muito nova. Mas agora… só quero agradecer porque o que você fez foi o certo. Nossa filha é linda! Também quero dizer que se você sente algo por mim, esqueça, eu quero recomeçar, entende?
– Sim, e pode ficar tranquila porque também não sinto nada por você. Se casei, foi para tentar dar uma família para nossa filha.
– Estamos de bem então? – Ela ri e estende a mão na intenção de selar a paz.
– Claro! – André a abraça e vai embora.
Depois de ter conversado com o diretor do jornal, o mesmo convence André a assumir as charges com as propostas que ele enviaria todos os dias. André agradeceu a oportunidade, e agora, o nome dele será assinado nos desenhos.
Já em casa, Ingrid dá seus passinhos tortos, quando vê seu pai chegar. Ela corre de encontro a ele e diz sua primeira palavra:
– Papa! –André a pega no braço e gira com ela. Foi uma surpresa maravilhosa para ele, a alegria salta de seu peito.
– Filho, não faça assim, ela acabou de comer, vai fazê-la vomitar! – diz a mãe de André, apavorada.
– Mãe, ela me chamou de papai! – diz todo orgulhoso.
– Sim, meu amor, escutei! – afirma ela sorridente.
Adrian e Wilham estão reunidos, juntando pistas de tudo, desde o dia fatídico da morte de Math até o ocorrido na casa de Nycie. Depois do que Thomas descobriu há alguns dias, mais uma peça se encaixa, mas ainda precisam descobrir quem é o assassino e se ele está por trás das armações. Alguma coisa diz a Adrian que não são as mesmas pessoas, mas para William, sim.
***
Depois que Adrian tirou o depoimento de André, perguntando se ele suspeitava de alguém sobre o que acontecera em sua cela, ele apontou para os guardas, pois eram os únicos que tinham acesso às chaves. – “Poderia ser um dos guardas o assassino? Mas qual o motivo?” – O pensamento martela na cabeça de Adrian. – Ele vai pegar todos os suspeitos, tanto detentos como policiais e estudar suas histórias, tem que descobrir.
André, depois de receber a visita do investigador Adrian, ficou sabendo do ocorrido com Nycie. Ele queria ligar para ela mas não tinha seu contato. Não achou necessário.
Logo pela manhã, pensa em ligar para o fórum onde ela trabalha, mas não tem coragem.
– Mãe, por acaso a senhora tem o contato da Nycie?
– Hum, meu filho, não… nem lembrei de pegar. Você tá estranho desde a visita daquele detetive, o que foi que ele te disse, heim?
– Que não acharam ainda o culpado pela morte do Math. – André não conta tudo, sua mãe não precisa saber, não quer que ela se preocupe.
– Ah, filho, você está com medo de que tenha que pagar pela morte do infeliz, né? – diz ela com pesar.
No instante em que André vai responder a mãe, o interfone toca.
– Você poderia ver quem é para mim, filho? Se eu parar de mexer o pudim ele empelota.
– Oi – ele atende.
– Oi, é a casa dos Piotto? – André sente um frio na barriga ao escutar a voz de Nycie. Estava pensando em como falar com ela e ela aparece.
Nycie, não diferente de André, sente o mesmo frio na barriga.
– Vou abrir o portão para você. – Ele aperta o botão para abrir e vai até a porta para recebê-la, escuta um gemido da filha no cercadinho que está na sala, onde a filha dormia.
– Fique à vontade – ele diz para Nycie, que entra pela porta enquanto ele corre até a sala para ver o que sua filha quer. Nycie vai entrando e segue pelo caminho que André foi, o encontrando com a filha no colo.
– Quem é, filho? – Sua mãe pergunta aos gritos para que o filho escute.
– Vamos lá na cozinha, aposto que minha mãe vai adorar te ver. – Com Ingrid no colo, André direciona Nycie até a cozinha. Ela nem repara na casa, sua admiração é no homem mais lindo que ela já conheceu, com a bebê mais linda e fofa. O carinho com que o pai a pega… Com certeza ele a ama muito, e a filha, o pai. Nycie não interage com a criança com medo de que ela não goste dela, e ele não interage a filha com Nycie com medo de que ela não goste de crianças. Quando chegam à cozinha, dona Meuri entrega a colher ao filho para que ele acabe de mexer.
– Estou com dor nos braços, passe a Ingrid para mim e acabe de mexer mais uns minutos – Meuri diz, pegando a neta do colo de André. – Oi, Nycie, que bom sua visita! Agora mesmo André me perguntava se eu tinha seu contato.
André torce a boca.
– Veja, Nycie, esta é minha netinha, Ingrid. Ingrid, esta é a titia Nycie, a que ajudou o papai. Quem sabe ela não vire mais que titia – Meuri diz, sorrindo em tom conspiratório e divertido.
– Mãe! – grita André, indignado.
– O que foi? – Ela sorri e se vira para Nycie. – Quer pegar ela, Nycie?
Nycie sorri para a criança que a olha, curiosa. Quando a mãe de André disse que ela poderia ser mais do que tia, ficou tão vermelha que até a pequena percebeu porque sorriu e estendeu os bracinhos, como se entendesse que a vó a entregaria a ela. Nycie a pega com medo de derrubá-la. Nunca pegou um bebê.
– Não precisa ficar com medo, tenho certeza que você não vai derrubá-la – diz Meuri carinhosamente.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Anonymous
André ficou com vergonha.
2024-04-24
0
Stephany Ricarte
de novo
2022-10-29
1
Aldenice Costa
a mãe de André é uma fofa😘🥰❤
2022-10-04
2