Capítulo 6

Mas, podemos confiar em outros detetives? Os mais conceituados jamais topariam...

- E quem precisa deles? Vamos trabalhar com a minha equipe. Nenhum famoso o bastante para levantar suspeitas, nenhum antigo o bastante para ser acomodado, todos batalhando espaço com garra... Menos o Leon, que apesar de aposentado é apaixonado pelo que faz... Inclusive te mandou um mimo... Disse virando a tela do notebook para ela, onde se via a atualização da aparência dos seus filhos, como estariam agora, sem o cabelinho tigela, mas de cabeça raspada e feições mais definidas. Ao ver a imagem, ela arregalou os olhos e chorou intensamente... Começou a fuçar o celular trêmula, e mostrou uma tela com uma foto numa rede social, daquelas antigas que a gente escaneia pra postar no dia da criança. Era Mark, aos quatro anos, quase idêntico, exceto pelos olhos, os dos meninos eram verdes como os da mãe, não azuis como os do pai. Era a única coisa herdada dela, e esse desenhista era muito melhor que qualquer faceapp de progressão de idade.

Jacob,num ato extremamente gentil lhe ofereceu seu lenço, que estava impregnado com seu cheiro, másculo, atraente e amadeirado.

- Desculpe, te causei algum mal estar? Não foi intencional...

- Eu sei. Já vi dezenas de possíveis aparências atualizadas deles, mas nenhuma mexeu tanto com meu coração. Respondeu e respirou fundo para retomar o controle. Seu desenhista é... Incrível, no mínimo. Mas, você aceita trabalhar comigo, e seguir meu plano?

Eva apenas observava tudo como a expectadora de uma novela interessantíssima, e até mesmo prendeu a respiração aguardando a resposta, já Jacob tentou racionalizar, mas algo em seu interior dizia que nunca conseguiria dizer não a esses lindos olhos.

- Sim, com uma condição.

- Qual?

- Não se exponha a riscos desnecessários, ou seja, vamos manter a comunicação o tempo todo, e você se hospeda no meu apê. Não é luxuoso, mas é confortável, e caso alguém pergunte, namoramos há dois meses e agora vamos noivar e morar juntos.

- Perfeito. Preciso de uma semana para organizar a recepção e renovar o figurino, e você, consegue o necessário nesse tempo?

- Claro! Tenho que convencer meu pai a confirmar, caso alguém pergunte a quanto tempo administro o haras. De qualquer forma, entendo mais de equinos do que de qualquer outro animal... E vou precisar alugar um novo espaço para centro de operação, já que manter meu escritório aberto chamaria atenção demais.

- Monta esse centro de operação aqui! Ninguém por esse bairro conhece a Elisa mesmo... Ofereceu a Eva em um impulso, olhando de soslaio.

- Ótima ideia, excelente mesmo. Mas como a garagem é pequena, pede pro pessoal vir de Van, bike, moto, carona... Não dá pra cada um vir em um carro, por outro lado, temos quartos de sobra, Internet potente e posso providenciar o que for necessário.

- Certo, a desculpa será o delivery de comidas, o que acham? O Emerson, especialista em perícia documental, tem uma besta, meio antiga, mas podemos adesivar rapidamente, a Lily é uma ótima relações públicas e a Becky, nossa hacker moram no mesmo prédio que ele, então viriam juntos, o Jean vem para ajudar com a bagunça, ele usa patinete elétrico, tem o Cadu e a Milla que são motociclistas acostumados ao trabalho de campo, tipo seguir, vigiar, buscar informações, pra eles eu tenho câmeras nos capacetes e uma bag especial com escutas instaladas. que também é só adesivar.

Os únicos que não trabalharão aqui, serão meu informante da civil, e o Leon, que é de idade, mas, caso necessário ele também é ótimo se infiltrando.

- Isso é uma verdadeira força tarefa! Por mim, fechou. Mas, esse valor que você me passou cobre os custos?

- Sim. Respondeu com certa hesitação, pois não desejava extorquir ninguém, por outro lado sabia que ia ter que negociar valores com cada um.

- Acho que não. Disse e fez beicinho contrariada. Não precisa economizar, eu pagaria cem vezes esse valor por uma notícia verdadeira dos meus meninos, a qualquer momento, e algo me diz que você é minha única chance... Disse jogando a chave do carro, afinal a atração parecia cada vez mais forte, e precisava que ele fosse embora logo, só pra poder pensar, tentar entender por quê aquele rapaz a deixava tão desnorteada. Ele agarrou a chave no ar com a mão esquerda e piscou. Não era justo! Ela toda derretida e ele, será que notou?