Capítulo 18

Tomo meu uísque de um gole e chego do seu lado com apenas três passos largos. Seguro seu cotovelo e quando ela vira o rosto para me olhar sinto o cheiro de seu perfume que sobe e me faz quase gemer de saudades.

Sinto uma vontade irresistível de afundar meu nariz em seu pescoço e inalar seu perfume.

- Ivan? – sua voz questiona e percebo que estou segurando a respiração e seu braço.

- Vamos. – sigo para a sala de jantar e vejo que minha mãe me colocou de frente para ela.

“Ah Catarina porque não ao lado?” – pergunto mentalmente.

- Lara está atrasada. Ivan sente ao lado de Alex e se ela chegar sentará a frente de vocês.

Quase me jogo, mas tento manter a calma. Enzo percebe e solta um veneno.

- Não trouxe a Rebecca, Ivan?

Engasgo com água e o fuzilo com apenas um olhar. Minha mãe vem em meu socorro só que nada pode apagar a impressão de que Rebecca seja mais que uma amiga.

- Eu pedi a ele que não a trouxesse. Ela é indelicada e não sabe se portar na frente das pessoas.

Ela dá o assunto por encerrado e Lara chega atrasada e acompanhada por nosso atual cliente. Eles se acomodam e começamos a comer.

Noto que Alex quase não come, apenas belisca algumas porções. Fico sem saber se foi pelo comentário infeliz de Enzo ou por ela não estar com fome mesmo.

Meu celular apita e retiro ele do bolso do casaco e vejo uma mensagem de Rebecca.

“Ainda te esperando”

Descarto a mensagem e silencio o aparelho. Converso com Tommy sobre as mudanças que realizamos hoje.

Assim que terminamos e estão servindo a sobremesa vejo minha mãe olhando em minha direção. Seu sorriso é de que vai aprontar algo.

- Estava pensando. Como vocês pretendem ficar por dois meses na cidade o que acham de ficar aqui comigo?

Alex a olha assustada e nega com um gesto de cabeça mas antes que possa agradecer, Mikaella sai na frente e concorda.

- Seria maravilhoso, Catarina. E pensar que teríamos que sair daqui e procurar um local ainda hoje.

Vejo Alex limpar os lábios e olhar para Mikaella com seu rosto tenso.

- Não Mikaella. Já havíamos combinado de ficarmos num hotel e amanhã procurarmos algum apartamento...

- Eu insisto. – minha mãe fala.

- Catarina não quero ser mal agradecida pela sua hospitalidade...

- Então não seja e fique comigo. Poderei ter dois meses de companhia já que fico meses sem ver meus filhos.

Alex aperta o guardanapo em seus dedos e sinto que está se segurando. Estendo minha mão por baixo da mesa, seguro suas mãos e acaricio seus dedos até relaxarem.

Aproximo minha boca de seu ouvido e falo apenas para ela ouvir.

- Fique com ela. Será ótimo saber que estará aqui lhe fazendo companhia. – ela vira seu rosto e vejo seu olhar perdido.

- Senti sua falta. – fala baixinho e seus dedos acariciam os meus.

Fico preso por seu olhar e parte do ar se torna escasso. Sinto dificuldade de respirar e ao mesmo tempo meu corpo quer pular e gritar por ter sentido o mesmo.

Ela apenas pega uns pequenos bocados e coloca em sua boca. Olho seu perfil e volto a me aproximar.

- Porque não está comendo? Sabe que não pode ficar sem se alimentar. – minha voz tem um tom de comando e ela me olha novamente.

- Eu não tenho fome. – responde e pega um pedaço maior do doce e coloca em sua boca – Satisfeito? – me pergunta e aperto seus dedos numa confirmação.

Assim que terminamos minha mãe nos chama para a sala que vai dar na piscina e ela caminha um pouco a frente falando ainda nervosa com Mikaella. Esta pede licença e elas saem para o jardim.

Enzo pensa em ir atrás, mas Catarina o segura.

- Alex está preocupada com alguns detalhes. Deixe-as resolverem entre elas.

- Eu as levo para onde quiserem. – meu irmão fala mas Bruno o chama a razão.

- Até quando? Estaremos indo para o canteiro de obras em poucos dias.

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