Capítulo 8

Ele se mexe e me afasta bruscamente do seu lado me deixando literalmente no chão, ergo a cabeça em busca de uma resposta e encontro seu olhar que reflete enorme aversão. A única coisa que me resta a fazer é me erguer. Vejo minha meia rasgada, joelho ralado e sangrando pela queda.

Sem olhar em sua direção caminho em direção ao elevador.

Assim que entro aperto o botão para o térreo e vejo-o entrar logo atrás de mim.

- Precisa cuidar desse machucado. – ele fala sem me olhar.

Sinto uma dor tão grande. Me pergunto o que fiz. Porque ele age assim?

Ao chegar vou para o restaurante e encontro Mikaella sentada tomando um café junto com Enzo. Ela me olha atentamente e depois para Ivan, assim que volta a me olhar percebe o machucado e corre para me ajudar.

- Não é nada Mika. Vou para casa. Preciso descansar. Aproveite.

Pego minha bolsa e vou para a entrada do restaurante e um rapaz me ajuda a vestir o casaco e quando vê o machucado se oferece para fazer um curativo, pega um estojo e delicadamente limpa o sangue e passa uma pomada antisséptica.

Agradeço e peço um táxi. Estou fechando a porta quando uma mão abre a porta e Mika se joga ao meu lado.

Vamos silenciosamente para casa.

Acordo cedo. Depois de um banho e de me arrumar vamos em direção ao hospital. Chegando lá encontro as meninas nos aguardando com seus casacos e tampões de orelhas coloridos.

Vamos para o ônibus que nos aguarda e depois de nos acomodarmos vejo Clara surgir e pedir mais um tempo ao motorista.

Mikaella vai perguntar o que está acontecendo e vem com a fisionomia carregada em minha direção.

- Prepare-se. Os Bittencourt irão conosco junto com Clara e mais alguns diretores.

Dou de ombros e me jogo no último banco, perto da janela. Pego meus fones de ouvido e começo a escutar música. Me obrigo a não olhar quando eles entram e se acomodam nas poltronas vagas.

Vejo alguém se aproximar e se jogar na poltrona do outro lado do corredor. Permaneço como estou e deixo a música me levar.

Quando estamos na estrada olho pela janela e vejo a cidade ficar para trás. Mikaella distribui cobertores para as meninas e quando faço menção de ajudar ela apenas sinaliza que não precisa.

Pego o cobertor que me estende. Cubro meu corpo e me obrigo a descansar pelo resto da viagem.

Acordo quando sinto que algo pesa sobre meu corpo e vejo que alguém me segura de encontro ao seu corpo. Ergo o olhar e encontro Ivan de olhos fechados ainda dormindo. O ônibus está parado em algum lugar.

Recordo de como ele me jogou longe e apesar de ter uma vontade louca de fazer o mesmo apenas tento sair do seu aperto, sinto seus braços me apertarem ainda mais. Sua voz sai de encontro a minha orelha baixa e sussurrada.

- Fique quieta. O aquecedor do ônibus está ruim e só podemos nos aquecer assim.

- Eu não quero me aquecer assim. Prefiro passar frio. – respondo e vejo seus olhos se abrirem de espanto – Ou quer mais uma chance de me jogar no chão?

Ele afrouxa ligeiramente seus braços e consigo sair para o corredor e caminho até Mikaella que está envolta pelos braços de Enzo.

- Mikaella quanto falta para chegarmos? – pergunto

Ela abre os olhos e vejo que está tão frio dentro do ônibus que sai vapor gelado de sua boca.

- O motorista comunicou que devido ao frio teremos que ir mais devagar. A estrada está com uma fina camada de geada e o aquecedor está trabalhando no mínimo agora. Ele precisou ver as condições dos pneus e logo volta a todo vapor para a estrada.

Aceno em concordância e volto para o banco nos fundos mas pelo caminho vou agasalhando cada pequena que encontro descoberta ou encolhida.

Sento no assento que ele ocupava antes de me importunar e vejo seus olhos azuis me analisando.  Encolho minhas pernas no banco e apoio a cabeça no vidro frio. Fecho os olhos e tento fazer o tempo passar.

Estou quase adormecendo quando sinto um calor se instalar e sinto o cobertor sobre meu corpo, olho assustada e vejo Ivan ao meu lado.

- Quer parar de me incomodar? – pergunto ofegando

- Você está congelando. Porque não fica quieta e assim que o aquecedor começar a funcionar novamente saio de perto de você.

Percebo que estamos em movimento e me deixo ficar escutando o ruído do motor. Ele pega minhas mãos e começa a massagear meus dedos gelados e sinto meu coração acelerar no peito.

Respiro pela boca e aperto firmemente meus olhos para que nada saia por meus lábios. Ele me toca como se estivesse com raiva pelo que tem que fazer e deixo uma lágrima escorrer por meu rosto.

O local já está um pouco mais quente e solto meus dedos de suas mãos. Tento conter outra lágrima que desce por meu rosto.

Mais populares

Comments

Pedro Manoel

Pedro Manoel

É Só Eu Ou Mais Alguém Não Entedeu Nada Dessa História

2023-02-03

4

Sandra Maria de Oliveira Costa

Sandra Maria de Oliveira Costa

tá meio confusa entendendo nadica

2023-01-24

0

Rosângela Pereira

Rosângela Pereira

tô boiando nessa história.

2022-10-06

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!