Capítulo 11

Ela está adormecida em meus braços e posso sentir sua respiração pausada e ritmada do sono. Fecho meus olhos e recordo da conversa que tive com minha mãe alguns dias atrás em sua casa.

 

- Mãe como você quer conhecer alguém que nunca ouviu falar?

- Ivan eu já a vi dançar quando ela era jovem e admiro muito o seu trabalho. Está fazendo muito bem as crianças no hospital em Florianópolis.

- Mas sair daqui para irmos lá só para isso é perda de tempo.

- Bem, não estou pedindo para você ir. Estou comunicando minha decisão em ir. – me olha de baixo para cima – Se você não quiser ir, seu irmão já me falou que me acompanhará.

Dou um suspiro e passo meus dedos pelos cabelos.

- Eu vou com vocês. – e sou saudado por seu sorriso matreiro.

Chegamos com a cidade em sua estação fria e vamos para o hotel que sempre ficamos. Depois de algumas ligações minha mãe marca a visita para o dia seguinte pela manhã.

No hospital visitamos todos os recintos. Uma visita que se torna cansativa e que no final me vejo de frente com uma mulher que me rouba metade do oxigênio.

Assim que entramos vejo seu olhar de desagrado e quando Clara a chama vejo seu caminhar lento. Quando ela é apresentada para minha mãe vejo o carinho que ela tem.

Quando ela fala que vai embora sinto um arrepio percorrer meu corpo. Fecho meu semblante. Nunca fui conquistado sempre fui o conquistador. Porque estou me sentindo assim?

Minha mãe nos apresenta e fico ereto olhando em seu rosto e quando Enzo pega em sua delicada mão e a segura por mais tempo que o necessário sinto uma vontade de arrancá-la de perto dele.

Vamos até as cadeiras que Clara nos indica. De lá fico olhando para ela e percebo os pequenos gestos que ela faz.

Percebo seu olhar languido que a cada momento fico mais rígido. Como ela pode me atingir assim desse jeito. Fecho minha expressão. Enzo me fala por diversas vezes como ela é linda e apenas olho de canto.

Ela faz as meninas dançarem e ela acaba acompanhando e percebo como a dança realmente é sua arte, seu lugar.

Sua amiga, Mikaella, dança uma música agitada e rápida e observo Enzo seguir seus passos até o final. Me olhar e dizer: “Caramba! Acho que me apaixonei.”

Dou um meio sorriso e depois chega a hora dela dançar. Vejo-a se preparar e os primeiros acordes já me dizem que música é.

Minha mãe apoia sua mão no meu braço num gesto para me deter, mas me sinto hipnotizado. Ela consegue traduzir a música com o corpo e fico apenas olhando a forma como ela se move.

Quando termina ela cai de joelhos e Mikaella tenta ajudá-la. Ela fala algo e sai da sala por vários minutos.

Clara nos explica que a música tem uma carga emocional muito grande e vejo-a se aproximar dispensando as meninas.

Ela vai até a mesa pega suas coisas e apenas se despede de sua amiga. Sai porta afora.

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Minha Opnião

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Para Floripa, nem é tão fria experimenta ir para São Joaquim SC

2022-09-13

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