Após os relatos de um incêndio na capital de Linkhad, Hitogatsa saiu as ruas, juntamente a suas tropas, para combater as chamas que se espalhavam por todo o país.
— Senhor. As chamas estão se espalhando rápido demais. Precisamos de mais reforços, se possível, reforços externos — disse ele, pelo comunicador
— Eu fiz contato, Hitogatsa, mas ainda não recebi resposta alguma. Aliás, demoraria algumas horas até que tropas aliadas chegassem a Linkhad. Não temos tempo para perder.
— Entendido, senhor. Vamos continuar fazendo o possível. Câmbio.
Monsgold se levanta de sua cadeira e caminha até a janela do quartel general, onde conseguiu ver toda aquela chama se espalhando por Florensie. De repente, ele sente uma presença no salão, que se escondia atrás de uma das pilastras
— Quem está aí? — se virou — Vamos, apareça. Você é o culpado desse incêndio? É algum inimigo? Vamos, diga.
— Hahaha. Você é muito inocente mesmo, Monsgold.
— O que? Essa voz… — pensou — Professor… — lamentou, suspirando
— Estava tão óbvio, mas você não percebeu. Que pena, não é mesmo?
Kikito lança uma esfera em chamas gigante na direção de Monsgold, que consegue bloquear o ataque, mas é empurrado para longe. O impacto fez com que o cavaleiro atravessasse uma das paredes do quartel general, indo parar no pátio principal.
— Uma traição? Eu não esperava isso vindo de você, Professor Kikito. Achei que fossemos aliados…
— Nós? Aliados? Eu nunca disse que concordava com essa ideia — disse ele, passando pela abertura na parede
— Então me diga, qual o propósito desse ataque? Não me diga que é porque não testamos a sua fórmula.
— Monsgold… Você é muito burro ou se faz de desentendido.
Seja em Florensie, Harville ou Kuine. As pessoas corriam contra as chamas, buscando deixarem suas casas, que aos poucos viravam cinzas com o fogo que se espalhava incessantemente. Os cavaleiros e tropas usavam mangueiras especiais, que puxavam água do reservatório geral de Linkhad. Mesmo espalhados pelo país e em pontos estratégicos, eles não conseguiam impedir que cada vez mais o incêndio se espalhasse.
— Muito obrigado pela sua ajuda, meu jovem — agradeceu uma idosa
— Que nada. Temos que tirar tudo que é importante. Por mais que as tropas estejam combatendo as chamas, é bom evitar que essas pessoas percam o máximo de coisas possíveis.
— É impressão minha ou ele tá sofrendo mais que a gente? — perguntou Kazuto, com uma caixa
— Ele? Ele quem?
— O Luke — apontou
Luke estava com apenas uma caixa na mão, e suando como um peru de natal. Acostumado com o frio, as chamas que aproximam causavam grande danos a Luke, que sofria com o calor intenso.
— Luke, larga essa caixa.
— Relaxa, eu consigo.
— Não. Larga essa caixa, e fica perto do Kuro. Deixa que a gente continua ajudando o pessoal. Se você continuar recebendo esse calor na pele, vai acabar ficando doente.
Luke continua tentando levar a caixa para longe da casa, mas acaba cedendo e quase, porém, é segurado por Hatsune.
— Você já carregou caixas demais, Luke. Descansa.
Ela ajuda Luke a chegar até onde Kuro estava sentado. O pequeno dragão teve sua ajuda negada, sendo deixado quieto, na parte externa do vilarejo.
— O que aconteceu com você, Luke? Esta todo molhado.
— É o calor… Eu não estou acostumado com todo esse calor.
Luke solta um pouco de ar gelado da palma de sua mão, resfriando um pouco seu corpo.
— Bem melhor… Por que você não está ajudando eles, Kuro?
— Minha pele é muito branca e é mais frágil a essa temperatura.
— É. Eu acho que faz sentido. Poxa, eu já tô ficando com fome de novo…
— Escuta Luke. Não seria bom você usar sua magia de gelo nas chamas?
— O que?
— É, ué. Você lançar gelo nas chamas e assim as apagá-la. Não é assim que funciona?
Luke se vira para Kuro e fica olhando para o mesmo, sem piscar. Kuro não entende e faz uma cara de curioso, até que Luke sorri de uma forma assustadora
— Espera. No que é que você tá pensando, Luke?
Uma mulher fica encurralada pelas chamas enquanto tentava deixar sua casa. De joelhos e apavorada, ela começa a gritar por ajuda, e se assusta ao ver as chamas sendo apagadas bem a sua frente.
— Meu Deus…
Ela correu para o lado de fora e buscou uma resposta para as chamas a sua volta estarem se apagando, e então, ela olhou para cima, e viu que não era um pássaro e muito menos um avião.
— O que… O que seria aquilo ali? — disse a moça, confusa
— Uhuuuuuul!!! Isso aqui é demais, Kuro.
— Você gostou mesmo de voar, não é? Então se prepara que vamos fazer uns giros.
Kuro continuou voando pelos céus, enquanto Luke lançava magia de gelo na direção das chamas, combatendo-as.
Enquanto isso, a luta de Monsgold e Kikito continuava. Diante a um lança chamas que partia da mão do cientista, o cavaleiro apenas podia se defender.
— Eu não estou entendendo o que você quer dizer com isso… — se defendendo — Qual o motivo dessa traição, Kikito?
— Monsgold… Você já de esqueceu do que aconteceu há 18 anos atrás?
— Há 18 anos atrás? Não. Eu não me esqueci do que aconteceu naquele ano. Como eu poderia me esquecer?
— Então você sabe exatamente o porquê desse ataque.
Kikito aumenta a potência das suas chamas, forçando Monsgold a se desgastar mais para conseguir se defender. Se cansando de apenas receber ataques e não contra-atacar, Monsgold enfim se transforma em Minotauro.
— Eu estou perdendo tempo demais com você. Seja qual for sua intenção com esse ataque, não vou permitir que continue.
Monsgold avança rapidamente, carregando um grande ataque em sua mão. Kikito não faz nem questão de desviar do ataque, e nem foi preciso, já que o golpe de Monsgold atravessou seu corpo.
— O que? — pensou Monsgold
— Você se lembra, não é? Toda a destruição em Bastia. A morte do Rei. A morte de meu pai, o cavaleiro do reino, que se chamava John Enriquez.
Há 18 anos atrás, a Grande Guerra Real acontecia em Bastia. Caçadores buscavam a liberdade, enquanto era vistos como ameaça pela côrte real. Depois de alguns acontecimentos importantes, essa guerra explodiu, causando inúmeras mortes e feridos e, consequentemente, grande destruição em todo o reino Bastiano.
Konor Kurogane procurava John em meio a toda aquele sangue e destruição. Ao chegar ao lugar onde John estava, Konor viu corpos no chão, e seu amigo sentado.
— John! Aí esta você! Que bom que eu te achei, meu amigo — disse Konor
— Konor… É bom ver você também… — disse tossindo.
— Eu to aqui, meu amigo. Relaxa! Logo logo reforços vão chegar…
— Que bom que está aqui, meu parceiro… — dizia ele, com dificuldades. — Pelo menos posso ver seu rosto por uma última vez…
— Última vez? Do que você está falando, John? Os reforços vão chegar em breve e…
John pegou a mão de Konor e levou até a parte de trás de seu abdômen, onde havia muito sangue escorrendo.
— Não… Alguém ajuda aqui, por favor!!! — gritou ele — Calma. Nós vamos te ajudar, irmão.
— Ajudar? Não precisa. Eu estou morrendo exatamente do jeito que eu queria. Afinal, é nosso dever dar a vida por essas pessoas… — disse ele, tossindo sangue
— O que você está falando, John. Você é meu parceiro, cara. Fica aqui! Não me deixe… — disse com lágrimas nos olhos
— Não me olhe assim, Konor… Você precisa ser forte.
— Eu estou sendo forte, John. Eu estou!
— É assim que se fala, parceiro.
Os olhos de John se fecharam, e todo o ambiente a volta de Konor parecia ter parado no tempo.
— John? John? Acorda, John! Acorda, por favor!
Monsgold e os outros chegam atrasado ao local, e acabam por encontrar Konor chorando com John em seus braços, já sem sinais de vida.
— Tudo isso foi culpa sua, Monsgold. Não consegui impedir que Linkhad fosse destruída. Não conseguiu evitar que o rei morresse, muito menos impedir que tantos homens morresse na guerra. Você é o culpado de tudo que aconteceu, Monsgold. Você é o culpado pelo que aconteceu com o Konor, e o culpado direto pela sua morte.
Monsgold continuou estático, apenas pensando nas palavras que ouvia vindo de Kikito. Enquanto repensava em tudo que aconteceu, concordando em várias partes com que ouviu, ele apenas continuou parado em seu lugar.
— Não tem nada a dizer? Vai permanecer parado sem dizer nada? — perguntou ele, indignado com a atitude de Monsgold
— E o que eu poderia dizer? O que mudaria? Você já disse tudo.
— E você insiste em manter essa expressão, mesmo sabendo que eu estou certo?
— Eu não disse que você está certo, apenas quis dizer que eu não estou. Eu realmente errei em tudo isso que você citou, e aceito isso.
Kikito sorri e carrega suas chamas na palma de sua mão direita, criando uma grande esfera de fogo, que aumentava cada vez mais com passar do tempo.
— Me desculpem, pessoal. No fim, eu não consegui me redimir por tudo que aconteceu.
— Adeus, Monsgold.
O poderoso ataque colide diretamente com o corpo de Monsgold, causando grandes ferimentos ao cavaleiro, que cai, voltando a sua forma humana.
Em Harville, a cidade já estava praticamente evacuada. Os soldados do reino começavam a conseguir apagar as chamas, vendo progresso em seu objetivo.
— Pronto. Última caixa — disse Kazuto
— Muito obrigado, garoto. Você é um fofo — disse a moça, o apertando
— Que nada, senhora. É uma honra ajudar.
— Pronto, Luke e Kuro! Nós já acabamos — gritou Gabb
— Eles não estão aqui, Gabb — respondeu Hatsune
— O que? Não estão? Onde é que eles estão então?
Kikito ainda estava diante ao corpo de Monsgold a sua frente, enquanto conferia se havia terminado o trabalho.
— Bom. Parece que ele realmente morreu dessa vez, mas só para garantir… — pensou ele
Ele prepara um novo ataque, agora para finalizar de fez Monsgold e evitar que o cavaleiro volte a se levantar. Diante as chamas que queimavam em seus olhos e o calor que envolvia seu corpo, ele mostrou um sorriso satisfatório enquanto estava canalizando.
Um ataque vem dos céus, acertando e o lançando longe. Depois do impacto, ele se levanta, e vê alguém caindo a sua frente, juntamente a outra pessoa, que pousou no solo logo depois.
— Grr… Vocês dois, de novo — rangeu os dentes
Kuro e Luke estavam lado a lado, de frente com aquele que era o real culpado de toda Linkhad estar sob chamas. A raiva no olhar de Luke era evidente, e ambos estavam dispostos a impedir que Kikito continuasse com seu ataque.
...Continua no próximo....
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Atualizado até capítulo 92
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