Plano em mente

Chamado por Monsgold, um dos soldados entra no salão principal do quartel general dos cavaleiros de Florensie.

— Senhor Monsgold… A que devo o chamado?

— Soldado Garry. Saberia me dizer se Hitogatsa ainda está no QG? Precisava falar com ele, agora.

— Eu não sei, senhor, mas eu posso verificar. Ele estava saindo daqui alguns minutos atrás.

— Verifique. Por favor.

Garry deixa a sala, buscando achar Hitogatsa ainda pelos arredores do QG. Ele andou até a entrada principal, se assustando com cena que viu ao chegar.

— Senhor Hitogatsa?

Hitogatsa estava com seu florete encostado no fio da lâmina de Hatsune, que havia executado um ataque anteriormente. Gotas de suor escorriam do rosto da jovem garota, que já estava a minutos tentando se quer encostar no cavaleiro.

Hitogatsa então impulsiona com a ponta do florete, afastando Hatsune para longe, e fazendo com que a garota batesse as costas em uma pilastra.

— Oi, Garry. Não havia visto você aí.

— O que o senhor está fazendo, senhor Hitogatsa?

— Como assim o que eu estou fazendo? Eu estou lutando. Por que?

— O senhor Monsgold estava o procurando! Ele queria falar com você, no salão principal.

Hatsune se levanta, ajeitando a postura e sentindo um pouco de dor nas costas. Ela olha novamente para Hitogatsa, vendo que até agora não causou se quer algum dano ao cavaleiro.

— Você se levantou novamente, garota. É bem persistente, em?

— Não está funcionando… — disse ela, rangendo os dentes — Eu preciso pensar em outra forma.

— Você precisa ser mais rápida. Olha, eu tenho outras coisas para fazer. Não posso perder muito tempo aqui, nessa luta.

— Eu sei que o Gabb pediu para mim apenas ganhar tempo, mas as palavras desse homem continuam a me irritar ainda mais. Seu idiota, eu não vou ficar segurando luta…

Dois soldados faziam a vigia na cela de Luke e Kuro, na entrada da masmorra, quando um deles percebe uma movimentação estranha do lado de fora do QG.

— O que está acontecendo ali?

— O que?

— Ali — apontou ele

— Hm. Será que é o senhor Hitogatsa?

— Um de nós deveria ir ver, não?

— Não sei. Ele ordenou que ficássemos aqui, de olho nesses dois.

Ele olha para dentro da cela, e vê que Luke e Kuro estavam dormindo. O outro soldado coloca a mão no ombro dele, rindo um pouco.

— Pode ir ver. Eu fico aqui de olho enquanto você vai, cara.

— Tem certeza? 

— Claro.

— Então, se é assim, eu irei verificar.

O soldado deixou a entrada da masmorra, que fica ao lado do QG, e seguiu até a entrada principal, onde estava Hitogatsa.

— Luke! Luke!

— A deixa eu dormir mais um pouco… — disse ele

— Luke!!!

— A. O que? O que foi?

— Acorda, Luke! Precisamos sair daqui agora.

— Sair? Eu nem te conheço. Como assim precisamos sair?

— O que? Sou eu, o Gabb!

— Vocês não me enganam, engraçadinho. Eu não acreditaria em algo tão besta.

O soldado tira o capacete, mostrando que realmente era Gabb que estava naquela armadura. Luke nunca ficou tão feliz ao ver o agente na sua frente.

— Meu advogado! Digo, Gabb!

— Shiu. Não faça muito barulho, se não irá chamar atenção dos outros soldados. Acorde ele, precisamos ir logo.

Luke joga uma pedrinha em Kuro, o acordando na base do susto. O jovem levantou olhando para todos os lados, achando que eles estavam sendo atacados.

— O que foi isso?

Ele olha para Luke, vendo que o mesmo estava com uma pedra na mão. Depois ele vê um homem abrindo a cela, entendendo o que estava acontecendo.

Enquanto isso, Hatsune estava quase no seu limite. Com dores em todo o corpo causadas pelos impactos de Hitogatsa, ela não conseguia achar um ponto baixo na guarda do cavaleiro.

— Não tem mais como você continuar nessa luta. Você possui diversos pontos de dores por todo o corpo, nem mesmo conseguiu me acertar um único ataque. Bom, darei a você uma derrota digna, Hatsune.

Hitogatsa apontou seu florete na direção de Hatsune, preparando o seu golpe final.

— Acabou!

Hitogatsa mexe seu florete como se fosse uma espetada, lançando um ataque muito rápido contra o peito de Hatsune, que não consegue se defender, recebendo todo o dano diretamente em seu corpo.

O soldado voltava a masmorra, depois de ir conferir se realmente era Hitogatsa que estava lutando na entrada do QG. 

— Era ele mesmo, cara. Nem me aproximei muito para não chamar atenção e… cara?

Ele não encontra o outro soldado na entrada da masmorra, então ele entra, afim de ver se o mesmo estava na parte de dentro.

— O que!!??? — gritou ele

O soldado encontra a cela de Luke e Kuro aberta e vazia, se espantando imediatamente. Desesperado, ele começa a olhar para todos os lados, buscando achar os prisioneiros, ou até mesmo o outro soldado, mas cai ao receber um golpe na cabeça.

— Ele morreu? — perguntou Luke

— Não. O capacete deve ter amortecido um pouco do impacto da coronha. Ele vai acordar daqui algumas horas.

— Ei, que barulho é esse?

Tropas se aproximavam da masmorra, após ouvirem barulhos estranhos vindo da mesma. Gabb rapidamente entendeu que reforços viriam, e que eles tinham que sair dali o mais rápido possível.

— Temos que ir.

Ambos os três começam a correr para a saída da masmorra, antes que as outras tropas do reino chegassem a mesma, porém…

— Parados aí! Voltem para a cela, agora!

— Deu ruim, Gabb. Faz alguma coisa!

— E eu vou fazer o que? Eu não vou atirar contra eles, né?

— Galera, sai da frente.

— O que? 

Ambos estavam correndo na direção das tropas. Kuro estava atrás de Luke e Gabb, carregando um ataque na direção da entrada da masmorra.

— Você está louco? Não é mesmo ataque você usou no torneio? — perguntou Gabb, apavorado

— É ele mesmo. Se protejam!

— Pera aí, Kuro! Não faz isso não… — disse Luke

Kuro lança seu canhão destrutivo na direção da entrada da masmorra, causando uma grande explosão e, consequentemente, acertando todos os soldados que ali estavam.

O barulho foi tão alto, que Monsgold conseguiu ouvir em alto e perfeito som, de dentro da sua sala no QG dos cavaleiros.

— Será que é? Não. Não pode ser.

Hitogatsa estava olhando para Hatsune, observando que a mesma não conseguia mais se levantar, até que ele também ouve o barulho vindo da masmorra.

— O que foi?

— Eu também ouvi, senhor. Parece que veio da masmorra.

— Da masmorra? — disse ele, olhando na direção da mesma

Kuro estava com as mãos apoiadas em seus joelhos, olhando para a entrada da masmorra, que agora estava livre.

— Pronto. Problema resolvido! — disse Kuro

— Seu idiota! Você quase nos acertou! Está ficando maluco? — perguntou Gabb

— Era o único jeito de abrir caminho.

— Eu decido as decisões a serem tomadas aqui, garoto.

— Pessoal? O que vocês ainda tão fazendo aí?

Eles olham para frente e vêem que Luke já estava na parte de fora, apenas esperando que ambos também saíssem.

A poeira era levada pelo vento que passava em Florensie e Hatsune continuava caída, com o corpo dolorido e machucado, após receber um ataque direto de Hitogatsa.

O cavaleiro então segue na direção da masmorra, para verificar o que ocasionou aquela explosão, mas parou de andar ao ouvir aquela voz novamente.

— Não… Ainda não!

— Você ainda consegue se mover? Impressionante.

— Não se atreva a deixar essa luta antes de termina-la. Essa luta ainda não acabou…

— Se continuar nessa luta, vai acabar morrendo. Desista!

— Desistir? A morte me parece mais agradável. — disse ela, sorrindo.

Gabb, Kuro e Luke continuavam a correr, buscando sair daquela área, até que um forte tremor surgiu, impedindo que ambos pudessem prosseguir.

— O que é isso? Por que o chão tá tremendo tanto? — perguntou Kuro

— Porque ele já está aqui — respondeu Gabb

Monsgold pousou pouco a frente de onde estavam ambos, os afastando com o impacto no solo.

— O que os dois estão fazendo fora da cela de vocês?

— Monsgold…

— Agente Gabb. Achei que trabalhasse para os cavaleiros. O que aconteceu?

— Eu trabalho apenas para mim mesmo, Cavaleiro Monsgold. Eu nunca fui exatamente um de vocês.

— Então já vi que não vai me entregar os dois garotos que estão atrás de você, não é? — disse ele, balançando a cabeça negativamente — Bom, eu já esperava por isso! Você pelo menos sabe quem são esses dois que estão atrás de você? Sabe de quem são filho? Luke é filho de Silva Shizuka. Já o outro é Kuro Kurogane, filho de Konor Kurogane. Você conhece muito bem esses dois nomes que falei.

— É. Eu sei quem são os dois.

Gabb pega sua arma da cintura, ajeitando sua postura e a mirando na direção de Monsgold.

— Mesmo eu te dizendo isso tudo, você ainda insiste na ideia de me enfrentar? Tolo…

Monsgold carrega e efetua um soco contra o chão, criando uma fenda de pedras que se aproximava cada vez mais dos três. 

— Luke!

— Deixa comigo.

Luke toma a frente e estende as mãos abertas, criando uma parede de gelo que evitou que as pedras acertassem ambos. A parede até consegue defender por alguns segundos, mas a fenda no chão faz com que se quebrasse.

Após o gelo se quebrar, o cavaleiro observou uma névoa negra, que cobria aonde os garotos estavam, impossibilitando-o de enxergar. Ele esperava a névoa passar, quando um disparo veio de dentro da névoa, na sua direção.

— Maldito…

— Será que funcionou? 

A névoa passou e Gabb estava com a arma apontada para Monsgold, após ter acabado de atirar contra o cavaleiro. Monsgold, por sua vez, estava com o seu braço direito a sua frente, em forma de defesa, e foi nele que a bala acabou acertando.

— Que belo truque. Quase conseguiu me machucar seriamente.

O braço de Monsgold estava mais resistente por causa de sua defesa de minotauro, e isso fez com que a bala apenas perfntasse só um pouco seu pulso. Logo após ver que a bala ainda estava ali, o cavaleiro a retirou manualmente e a jogou de volta para Gabb.

— Vocês não vão facilitar mesmo, não é? Bom, se é assim, eu terei de mostrar para vocês o porquê de me chamarem de Monsgold, o Minotauro.

Monsgold cresce e pelos surgiram por todas partes de seu corpo. Chifres e cauda surgiram com a transformação, e sua feição ficaram totalmente assustadora. Enfim poderemos ver, o poder daquele que é o homem mais forte de Linkhad.

Continua no próximo capítulo.

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