Milan: - O que é isso? - Ele olha com curiosidade para as mãos dela.
Maya: - Um pacote de sóis e pequenas estrelas florescentes para por no teto.
Ele se afasta espantado, um pacote com estrelas? Como seria possível ter alguém do povo dele dentro de um pacote tão pequeno?
Maya: - Você não gosta de estrelas?
Milan: - Claro que gosto, como poderia não gostar?
Maya: - Aah que bom então! Acho elas super bonitas e quando brilharem no teto a noite vai parecer um pouco o céu noturno.
Maya: - O Théo deixou aqui pra você, como você parece gostar da natureza acho que ele pensou que você gostaria.
Maya: - Menino, mas, você fez uma cara que... - Ela olha para ele desconfiada.
Milan: - Desculpa é que achei estranho estrelas num pacote. - Ele ajeita o cabelo nervosamente sem saber onde colocar as mãos.
Maya: - Bom, não são estrelas de verdade, é óbvio, são só desenhos que as representam... - Ergue a sobrancelha.
*Claro seu idiota, uma pessoa não caberia em pacotinhos assim.*
*Não fique tão nervoso.*
* Não quer que percebam que você tá mentindo.*
Forçando um sorriso ele se aproxima e abre o pacote que ela estende pra ele.
Milan: - Como colocamos elas no teto?
Maya: - É só tirar o papelzinho de trás, são auto-adesivas, vem eu te ajudo. - Ela sente que ele está escondendo alguma coisa, mas, decide esperar pra ver.
Théo e Pierre
Pierre: - Então vocês o salvaram na doca e você se responsabilizou por ele em frente a polícia? - Ele caminha um pouco mais atrás então fala alto para se fazer ouvir.
Théo: - Sim, ele parecia muito perdido, não podia deixar de ajudar. - O suor escorre pelas costas dele enquanto abrem caminho na mata virgem e inexplorada.
*É bem típico dele mesmo ajudar as pessoas sem pensar em si mesmo*
*Quando estavamos em Londres perdi a conta de quantos cachorros de rua ele levou pra casa.*
* Não que eu esteja comparando o garoto com um cachoro.*
* É só que... Aquilo foi praticamente tudo que restava da verba do mês*
Pierre olha pro amigo com pena, a verba de pesquisa dele está menor principalmente agora que ele não encontrou nada de novo nas ilhas, seu pai tem cortado tudo e apertado ele ao máximo na esperança de fazer ele voltar para casa e escolher um projeto com o que ele chama de "algum futuro em vista", mas, ele é cabeça dura e insiste em continuar ali, Maya e ele já perceberam que ele vêm usando suas economias pessoais para cobrir coisas aqui e ali e agora com mais alguém para cuidar seria ainda mais complicado.
Pierre: - O garoto, como é que ele se chama mesmo? Michael? Miguel? - Coça a cabeça se esforçando para lembrar.
Théo: - Milan!
Pierre: - Ele parece gostar de você, também com seu coração enorme acolhendo ele e tudo, não tinha como ele desgostar né!
Théo: - Aah você acha? Ele é bem arredio e parece com medo o tempo todo. Espero que ele se adapte e se permita melhorar. - As orelhas dele ficam vermelhas.
Pierre: Quem pode culpa-lo? Você consegue ser mais alto que ele e ainda tem toda essa pose de mocinho de filme de ação!
Theodoro olha pro amigo e ambos caem na gargalhada espantando os pássaros próximos, os dois estão a algumas horas caminhando por ali, ele encontrou uma peça dourada quebrada na estrada próxima dali, empolgado resolveu entrar na mata atrás de mais algum vestígio ou pista, apesar disso o sol já havia baixado muito e estava na hora dos dois voltarem para casa, ele pegou na bolsa várias faixas e passou algumas para o Pierre, eles amarraram elas espaçadamente pelas árvores por todo caminho demarcando o lugar para uma nova busca no dia seguinte.
No meio do caminho de volta Théo sente uma picada no braço, ele coça e tenta achar o que o picou, mas, acaba deixando pra lá.
Milan e Maya
A tinta secava no quarto, tudo estava devidamente arrumado, as estrelas e sóis coladas no teto de forma aleatória porém bonita, lá embaixo Milan conversava com o passarinho.
Milan: - Eu não esqueci a sua comida não, alpiste como o Théo disse. - Enche o potinho separado pra comida.
Milan: - Embora, eu tenho que dizer que eu provei isso dai e achei o gosto bem ruim, mas parece que você gosta. - Enche a vasilhinha de água.
O passarinho solta alguns pios enquanto come alegremente o alpiste.
Milan: - Sabe, você precisa de um nome, não é legal não ter do que ser chamado!
* Huuum. Qual nome combinaria com ele?*
*Não sei se ele é menina ou menino então tem que ser um nome que sirva pros dois.*
Milan: - Já sei! Você vai se chamar: Sol, por que você é amarelinho como ele é daqui! - Ele sorri quanto o pássaro canta parecendo aprovar o nome .
Milan: - Sabe, será que eu posso te contar um segredo? - Sussurra baixinho.
Maya entra de fininho naquele momento e vê Milan falando baixinho com o passarinho. Ela se esconde para ele não ver ela.
*O que ele tá falando?*
Milan: - Eu menti, eu sei da onde venho, meu lar se chama Austéria, eu nasci e cresci lá, sabe, meu pai é, bom ele era o rei, houve ... - A garganta dele aperta, um soluço ameaçando subir.
Milan: - Aconteceram umas coisas ruins, eu não sei como vim parar aqui, acho que todos estão mortos. - Ele enxuga as lágrimas que caem insistentemente e afaga a cabecinha de Sol para se acalmar.
Milan: - Sol, eu não sei o que fazer, eu tô perdido, completamente perdido. Eles foram tão bondosos comigo. - Respira fundo.
* O que eu faço? Eles não merecem que eu minta, principalmente ele.*
Milan: - Eu entrei em pânico quando ela falou em estrelas, por um momento eu pensei que haviam descoberto tudo e ...
Sem conseguir se conter mais ela saí detrás da coluna na qual havia se escondido.
Maya: - Entrou em pânico por quê? - Ela questiona o encarando.
Milan derruba o pacote de alpiste que ainda levava em uma das mãos assustado, ele começa a suar sem saber por onde começar a falar, ele tenta se afastar, mas atrás dele tem apenas Sol e uma parede. Théo e Pierre entram nesse momento se deparando com a situação estranha, Milan acuado num canto da sala e Maya parada parecendo irritada.
Maya: - Anda fala logo! - Ele bate um dos pés no chão impaciente.
Théo: - O que que está acontecendo aqui?
Milan e Maya notam os outros dois parados a porta, ela levanta a cabeça em desafio, enquanto que ele abaixa os olhos e contorce as mãos uma na outra.
Milan: - Eu sou um Quasar, eu sou uma estrela do reino de Austéria. Eu também sou um mentiroso. Desculpe. - Ele se afasta contornando Sol para sair da sala.
Maya e Pierre: - O que?
Exatamente ao mesmo tempo Theodoro caí no chão desmaiado, todos correm para ele esquecendo de todo resto, Milan toca no braço dele e imediatamente sente que ele está quente demais para ser normal, Pierre percebe pequenas manchas roxas espalhadas pelo braço esquerdo de Théo e Maya fala sem parar sobre ele ser irresponsável com a própria saúde.
Milan: - O q... qu... O que ele tem?
Pierre: - Eu não faço idéia, o problema é que não temos como pagar um médico!
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Jeane Bloom
Quando n é um é outro?
2022-07-22
7