Já era metade da manhã quando todos acordaram. Maya e Pierre foram preparar o café da amanhã e após escovar os dentes Théo foi acordar Milan, mas ele não estava no quarto então Théo foi procurá-lo pelo resto da casa encontrando-o no pequeno e desgrenhado jardim de trás, ele estava agachado entre um arbusto de flores silvestres e um toco do que outrora havia sido uma árvore robusta, entre suas mãos havia um pequeno passarinho que mancava se desequilibrando por causa da asa ferida enquanto andava para lá e para cá e Milan falava com ele.
Miles: - Pobrezinho, dá onde você veio? Parece que se machucou feio, pena que eu não tenho nenhum remédio aqui! - ele acaricia a cabeça do pequeno passarinho.
*Uma poção feita pelo Obion e ele estaria bem num segundo*
Théo: - Podemos cuidar da asa dele lá dentro, eu tenho um quite de primeiros socorros. - Ele se aproxima devagar.
Théo: - Bom dia, assustei você?
Milan: - Não, eu senti que você estava vindo. Milan sorrir sem tirar o olhar do passarinho.
Théo: - Você sentiu? Como assim? - Se agacha perto de Milan.
Milan: - Vocês tem presenças diferentes então consigo saber quando chegam perto de mim.
Théo: - Então consegue saber se sou eu, a Maya ou o Pierre?
Milan: - Você e a Maya sim, o Pierre ainda nem tanto, acho que é por que passei mais tempo perto de vocês dois.
Milan: - Mas então você disse que tem um quite de socorro? Tem poção de cura nele?
Théo: - Poção de cura? Bom, não, mas podemos imobilizar e enfaixar a asinha dele pra ela curar e quando for no centro com a May may você pode trazer alpiste pra ele.
* Como assim poção de cura, ele acha que está num jogo de RPG?*
Théo sorri meio confuso com algumas ações e palavras do outro, mas, decide relevar elas, ele entra com Milan e vai até a cozinha, pegando o quite de primeiros socorros eles cuidam do passarinho que acabam descobrindo ser um filhote de Kakerori quando Pierre empolgado pergunta onde eles conseguiram um. Ao que parece a pequena ave é endêmica das ilhas, mas bem incomum de ser encontrada naquela área.
Maya monta um pequeno ninho falso com papel e lã e lá eles deixam o pequeno pássaro enquanto tomam café. Théo tira a carteira do bolso e dá um pequeno maço de notas a Milan que não entende por que ele está lhe dando pedaços de papel pintado.
Théo: - É pouco, mas, deve dar para você comprar algumas coisas pro seu quarto, a cama principalmente e também roupas que caibam melhor em você.
Pierre: - Nossa, isso é quase a cota do mês!
Maya: - Fica quieto, ele precisa, olha essa roupa caindo pelos ombros. - Ela olha com desaprovação.
Maya: - Tá uó esse look!
Milan olha para si mesmo e ajeita uma das mangas que teima em cair pelo braço, sentindo as orelhas esquentarem ele olha de soslaio para Théo que mexe na carteira contando o pouco dinheiro que sobrou totalmente distraído e alheio a conversa.
Maya: - Já chega desse papo né, bora fazer umas comprinhas! - Ela joga a bolsa sobre o ombro e obriga Milan a se levantar.
Théo: - Lembrando que é pra comprar coisas pra você Mile, não pra ela. - Ele diz e pisca enquanto dá um tapinha nas costas dele.
Maya: - Hey assim você me ofende! - Ela diz enquanto bate em Pierre que esta rindo feito um louco.
Já lá fora ela entra num carrinho pequeno estacionado na frente da casa, e espera que Milan faça o mesmo, ele a imita em tudo.
Maya: - Colocou o cinto? Ah já vi que sim então tudo certo, pronto pro seu tour pelas ilhas? - Ela saí com o carro devagar.
Maya: - Eu amo esse lugar sabe. É lindo, pena que não estamos fazendo progresso nenhum. - Ela diz colocando óculos escuros por causa do sol.
Milan: - Progresso?
Maya: - É cara, nós somos arqueólogos, mas, aqui não tem nada para a gente trabalhar, só que o Théo não desiste. - Ela acena pela janela pra duas senhoras que passam na rua.
Maya: - Ok agora vamos falar de coisas mais legais, todo mundo daqui é bem legal, mas, isso é claro desde que você não cause dano as ilhas.
Milan: - Por que alguém causaria dano a esse lugar?
Maya: Sei lá, é do ser humano sabe, ser egoísta e pensar no seu lucro antes das outras coisas.
* Ser humano? Melhor não perguntar*
Maya de vez em quando aponta locais mostrando para Milan a cidade, no entanto ela fala tanto que ele acaba embolando as informações na cabeça, e decide apenas acenar como se estivesse entendendo tudo, as praias e montanhas são belíssimas e ele se perde em admiração por elas. Por fim eles chegam a um lugar chamado Punanga Nui e Milan olha tudo com olhos cheios de espectativas.
Maya: - Aqui é o mercado de rua de Avarua, vamos comprar roupas e itens pra enfeitar aquele seu quarto feioso. - Ela pega o celular e sorri ao mesmo tempo cumprimentando diversas pessoas que passam por eles.
*Nossa ela parece conhecer a todos por aqui*
Maya: - Pierre me mandou uma mensagem, ele conseguiu uma cama para você com o vizinho, então agora temos mais dinheiro pra roupas e coisinhas!
Milan: - Obrigado, mas, eu realmente não faço idéia do que comprar... nossa que cheiro bom. - Ele se distrai com uma barraca de pães e doces.
Maya: - Gosta de doces? De salgados? Taro com creme de côco e suco misto de frutas são a especialidade daqui, quer provar?
Antes mesmo dele responder ela faz sinal para a dona da barraca e compra Rukau(taro com creme), pão e sucos pros dois. Eles se sentam e ele aprecia a música local que tocam na feira, ele vê barraca com peixes frescos e varias pessoas transitando pra lá e para cá em meio a conversas animadas, na barraca mais próxima ele vê as pessoas entrarem e saírem com flores e outros desenhos pontilhados pelos braços e pernas, e se move mais para perto curioso, May nota isso e diz pra ele que aquilo se chama rena e saí da pele com o passar dos dias.
As roupas são coloridas e leves, Milan as adora e acaba gastando quase todo dinheiro nelas embora isso tenha levado bastante tempo uma vez que ele e Maya discutiram acaloradamente sobre que roupas eram apropriadas para ele ou não já que mais de uma vez ele pegou pedaços de tecido ao invés de roupas reais.
Ainda assim ele conseguiu comprar alguns produtos de artesanato da ilha, duas caixinhas para guardar coisas, uma pequena mesinha para usar de criado mudo, um abajur e uma cortina branca rendada.... Maya se gabou bastante por ter pechinchado tanta coisa e feito render o dinheiro de Théo e quando ela ganhou de uma senhora uma lata de tinta branca para pintar o quarto ficou praticamente impossível de controlar.
Milan estava ficando com enxaqueca de tanto ouvir ela falar, ele não estava acostumado a pessoas falando o tempo todo assim com ele, ela havia decidido levar ele pela ilha para conhecer os lugares pelo resto da tarde, eles passaram por uma incrível formação vulcânica chamada The Nedle e tiraram várias fotos lá por insistência dela, seguiram para as cascatas Wigmore que deixaram Milan embasbacado com sua beleza, eles não se arriscaram a nadar já que nenhum dos dois realmente sabia como fazer isso.
Mas, o que Milan realmente amou foi a Muri Lagoon com suas águas tranquilas cristalinas e céu quase sem nuvens que se estendia até onde se perdia a vista, ele poderia passar dias inteiros ali só admirando o lugar, porém, logo Maya avisou que precisavam voltar para a cidade.
Quando finalmente chegaram em casa, não havia nenhum sinal dos outros dois, Maya preparou um lanche que eles comeram em silêncio (ela sempre parecia distraída durante as refeições) e em seguida Milan subiu, tomou um banho e colocou uma roupa branca das que haviam comprado, quando chegou no quarto notou que na porta agora tinha seu nome pintado de branco, sem perceber ele tocou a tinta enquanto sorria e entrou, a maioria das caixas e o móvel bizarro haviam sumido.
Agora no centro do quarto havia uma cama com um travesseiro, um jogo de lençóis quadriculados e duas pequenas almofadas vermelhas em cima, ele arrumou a cama com eles, trocou a cortina, arrumou a mesinha num canto colocando o abajur sobre ela, colocou um tecido fofo que comprou e as almofadas sobre o banco da janela, quando ele já ia arrumar as caixas e enfeites alguém bateu na porta.
Maya: - Posso entrar? - A voz dela soa abafada pela porta.
Miles: - Claro!
Maya: - Nossaaaaa, você só arrumou um pouco e já mudou muito isso daqui. Mas essas paredes descascando affu uó hein.
Ela entrou no quarto trazendo uma arara cheia de cabides e varias camadas de plástico nos braços.
Maya: - Isso é pra você pendurar suas roupas já que o móvel velho tava em péssimo estado e os meninos tiraram.
Ela pega uma das roupas e pendura para ele mostrando como fazer, ela empurra a arara pro lado vazio do quarto e aponta pro monte de plástico.
Maya: - Agora vamos cobrir tudo com isso pra gente poder pintar esse lugar. - Ela joga o maior pedaço de plástico sobre a cama cobrindo ela totalmente.
Milan pega os plásticos animado tampando o chão e tudo mais que ela indica, ela trás rolos e caixas pra despejar as tintas e logo eles pintam completamente o pequeno cômodo, ela saí por uns minutos e volta trazendo um pacote de itens amarelos.
Maya: - Olha, vai ficar perfeito aqui!
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Jeane Bloom
Tecidos? Ele costura?
2022-07-22
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