Theodoro Lee é um jovem arqueólogo, ele herdou do avô uma paixão ferrenha pela história e origem das civilizações, e seguiu seus passos na mesma carreira, estudando com afinco e compartilhando com o avô cada pequena descoberta com empolgação e carinho, seu pai também era arqueólogo, mas, ele visava muito mais os lucros obtidos com as descobertas do que sua contribuição para a história, ainda assim ele amava o filho mais do tudo e queria o melhor para ele.
Fazia cerca de 2 meses que ele estava pesquisando a história das Ilhas Cook, ele acreditava que cada lugar tinha uma história muito antiga e única a se descobrir e mesmo que todos os colegas do ramo dissessem que aquele lugar ali havia perdido a muito tempo sua essência histórica antes da chegado dos ingleses ali, ele insistiu e teimosamente viajou até lá com sua pequena equipe para tentar encontrar algum vestígio de que a história não era bem assim... Ele se achava capaz de resgatar a história perdida do local a tornando completa novamente.
Infelizmente até o momento ele não havia encontrado nem uma pista sequer de momentos históricos perdidos naquele lugar e olha que ele passava os dias procurando e as vezes até andando de barco vasculhando os locais do mar onde diziam já terem encontrado itens antigos em volta da costa das ilhas, mas, tudo em vão, os dias tem sido decepcionantes e monótonos para ele até aquele momento, mas, ele não é o tipo de pessoa que desiste.
Era 7 da manhã na ilha e ele estava atrasado, sua assistente já devia estar nas docas fazendo o maior drama sobre ele ainda não ter chegado para qualquer desavisado que cometesse o erro de lhe dar ouvidos, afinal uma vez que ela começava a falar não parava mais, foi assim que muita gente da ilha acabou ganhando enxaquecas e subitamente estavam sempre atrasadas pra algum compromisso assim que os viam.
Correndo pela principal avenida do lugar ele esperava ser poupado de uma longa gama de reclamações ao chegar lá, ele já está desanimado o suficiente para ainda ter que lidar com aquilo... Porém antes mesmo de ver algo ele escuta vozes gritando bem alto:
Velho e Maya ao mesmo tempo: - O cadáver fala! - Ambos põe as mãos sobre a boca surpreendidos.
*Cadáver falante? Só pode ser alguma maluquisse da May may...*
Ele continua andando enquanto ouve apenas sons indistintos, tem mais alguém falando ao que parece e reduziram o tom de voz...
Théo faz um muxoxo com os lábios, será que ele quer mesmo descobrir do que se tratar isso? Talvez ele devesse dar meia volta, tirar o dia para descansar e reorganizar sua busca pelas ilhas e... Mais uma vez ele escuta sua assistente gritar.
Maya: - Impossível! Você não sabe nadar? Anda velho faz alguma coisa - Ele vê meio de relance ela empurrando o velhote que ainda olhava boquiaberto a cena a sua frente.
*Alguém está se afogando?*
*May may não vai tentar ir ajudar vai?*
*Ela também não sabe nadar!*
Sem pensar ele sai correndo em direção aos gritos, ele nota que a Maya e um velho careca com um chapéu na mão estão dentro de um barco pequeno que balança muito devido aos pulos da mulher em desespero, mas, ambos parecem estar em perfeito estado.
Então ele o vê: com os cabelos brancos escorridos de tanta água, o homem se mantém na superfície enquanto movimenta as pernas na água de forma precária, os olhos da cor da água estão cheios de pânico sem focar em nada nem ninguém, eles parecem procurar algo em que se agarrar para se salvar.
Por algum motivo Théo está ali parado olhando para o rapaz como se fosse a primeira vez que viu outro homem na vida, bom de fato era a primeira vez que ele via alguém com aquela aparência como a de um... Uma voz suave e meio rouca o tira de seu devaneio....
Homem: - Por favor me tirem desse líquido! Socorro não consigo respirar sob ele. - Afunda novamente.
Théo: - Líquido?
O jovem não retorna a superfície, então Théo retira seu colete e botas que só fariam ele afundar com o peso na água e pula atrás dele, ele o acha rapidamente se debatendo enquanto afunda mais e mais, ele segura seus braços de forma a fazê-lo parar de se debater e o puxa junto de seu peito segurando firme antes de usar o outro braço livre para levá-los para cima.
Ele está na metade do caminho, quando o outro começa a se debater ainda mais, ele lhe dá um forte chute fazendo com que ele o solte e por um momento o rapaz usa sua cabeça como apoio tentando chegar mais de pressa onde pudesse enfim respirar, apesar da dor ele consegue imobiliza-lo de novo e enfim sair com ele da água.
Depois de prestar os primeiros socorros ele tenta se comunicar com o rapaz, mas, é ignorado, o jovem parece confuso e incapaz de responder a qualquer coisa, como se não bastasse a Maya dá várias bolas fora que não estimulariam ninguém a querer falar o que quer que fosse.
Maya: - Gente do céu! Haja paciência hein! - Ela diz com as mãos na cintura.
Théo: - Maya fica quieta, sério mesmo!
Ele já tá ficando exausto com o comportamento da amiga e com aquela situação, então ele consegue ouvir a sirene cada vez mais alta a se aproximar... Parece que alguém chamou a ambulância afinal, o desconhecido se assusta, alguém se aproxima e lhe joga uma espécie de cobertor na cabeça, no modo automático Théo segura o "cobertor" o abre e começa a enxugar os cabelos do rapaz gentilmente, quando o rapaz torna a olhar para ele, ele sorri tentando o encorajar a confiar nele e falar.
Milan segura as mãos do outro que ainda enxugavam seus cabelos com aquele tecido áspero e olha pra ele apreensivo... Théo acha que fez algo de errado e se apressa em tentar amenizar:
Théo: - Se não se secar você pode ficar doente, quer fazer isso sozinho? - Estende a mão oferecendo o cobertor.
Milan nega com a cabeça se sentindo estranho e finalmente desvia o olhar de Théo, olhando pra moça que tá parada de pé atrás dele, ela é baixinha, com olhos expressivos e tem cabelos cor de cobre bem avermelhados e incríveis, os cachos dela parecem como se fossem vivos e revoltados como a dona.
*Se aqueles cabelos pudessem falar estariam brigando comigo como a dona deles parece querer fazer...*
Miles torce o nariz chateado, mas, não tem a chance de falar nada, pois, segundos depois a ambulância chega e ele se vê cercado de paramédicos e curiosos, o Théo é afastado dele porém continua a olhar para ele a distância com um sorriso caloroso, visivelmente ainda tentando fazer com ele se sinta bem e seguro. Um calor gostoso e desconhecido preenche o peito da estrela.
Milan: - Milan! - Ele grita, abaixando o olhar de maneira tímida.
Maya: - Milhão? Quê? - Ela sacode tanto a cabeça ao falar que os cabelos delas parecem gritar em uníssono tão confusos quanto ela.
Théo chega um pouco mais perto empolgado que ele começou a responder as suas perguntas finalmente.
Milan: - Meu nome é Milan. - Ele repete baixinho, mas, o Théo consegue ouvir.
Théo: - É um nome bem incomum. - Ele comenta e sorri.
Milan: - Aaah. - Ele abaixa os olhos pensando se tem algo de estranho com seu nome.
Théo: - É bonito também. O seu nome!
Maya: - Ah fala sério, me manda ficar quieta, mas, parece que tô presa em conversa de crianças do colegial, tem como eu não falar nada não.
E pela primeira vez desde que acordou naquele lugar estranho Milan sorri.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Regis YaoiLover
Foto! Please, nunca te pedi nada... Mal consigo imaginar esse cabelo 🤔😅
2022-03-10
12
Park
kkkkkkkk cara se eles falassem eu fugia num segundo
2022-03-06
9