A casa estava mergulhada em um silêncio quase ensurdecedor. O homem de terno, que agora se posicionava diante de Hana e Jiwoo, parecia esperar por algo, talvez uma reação, uma falha no comportamento deles. Mas não era o medo que dominava Hana naquele momento. Era a necessidade de fazer a escolha certa. Ou talvez, a escolha mais difícil de sua vida.
Jiwoo estava parado, imóvel, os olhos fixos no homem à sua frente, como se estivesse esperando a decisão de Hana. Ela olhou para ele, buscando qualquer sinal de confiança, mas o que encontrou foi um homem tão perdido quanto ela mesma, alguém que estava sendo consumido pelas consequências de suas próprias ações. Ele não tinha mais as respostas que ela tanto procurava.
O homem sorria de maneira sádica, os olhos frios e calculistas. "Eu disse que você faria a escolha, Jiwoo", ele disse, olhando com desprezo para o jovem ao seu lado. "Mas, parece que a escolha agora está com ela."
Hana engoliu em seco, o peso das palavras ainda ecoando em sua mente. Ela tinha que decidir. Sabia que, a partir daquele momento, sua vida jamais seria a mesma. Não havia mais volta, não mais jogos de esconde-esconde. A vida que ela tinha conhecido, com suas certezas e seus sonhos, havia desaparecido, sendo substituída por uma realidade sombria e cheia de perigos.
"Escolha, Hana", o homem disse novamente, sua voz baixa, mas carregada de um tom ameaçador. "Você tem a opção de salvar Jiwoo e destruir tudo o que ele construiu, ou… você pode sair e deixar ele pagar por suas ações. Mas eu posso garantir, se você sair agora, ele vai pagar muito mais do que você imagina."
O coração de Hana bateu forte. Ela sabia o que ele estava dizendo. Se ficasse, Jiwoo provavelmente teria uma chance de escapar das garras daquela organização. Mas a um preço. Ela também sabia que, ao dar um passo para trás, poderia ver tudo desmoronar, não apenas para Jiwoo, mas também para ela.
Ela olhou para Jiwoo, sentindo o olhar dele fixo nela, esperando por uma decisão. Mas, de alguma forma, parecia que ele não estava mais no controle. Ele a havia colocado nessa posição. Ele tinha feito as escolhas antes, e agora, ela precisava lidar com as consequências delas.
"Você me colocou nesse lugar", Hana disse, sua voz fria, apesar da dor que sentia. "Agora, você espera que eu escolha entre a sua vida e a minha? Entre o meu futuro e o que eu pensei ser nosso?"
Jiwoo não respondeu. Ele não podia. Não havia palavras suficientes para explicar o que estava acontecendo, e ele sabia disso. O homem à sua frente, o tal líder da organização, estava simplesmente esperando por uma reação, como se fosse uma peça de um jogo sujo.
"Eu não sou parte do seu jogo, e você não vai me forçar a escolher", Hana falou com firmeza, encarando o homem de terno. Sua voz estava controlada, mas havia uma raiva crescente em seus olhos. Ela não ia se curvar a isso. Ela não iria.
O sorriso do homem se ampliou, mas seus olhos se estreitaram. "Ah, você ainda não entendeu, não é, Hana? Você está mais envolvida nisso do que pensa. Você sempre esteve. Tudo isso, tudo o que aconteceu, foi um teste. Uma prova de lealdade, não apenas para Jiwoo, mas para você também."
"Para mim?" Hana se levantou abruptamente, sua cabeça girando. Ela queria gritar, mas se segurou. "Você está dizendo que todo esse jogo foi para me testar? Para ver até onde eu iria? Você acha que sou um peão em um jogo de xadrez?"
"Você não é só um peão, Hana. Você é a chave para tudo. Para a sobrevivência de Jiwoo. E para a sua própria", o homem disse, se aproximando dela. "Você acha que pode sair ilesa de tudo isso, mas eu estou dizendo que o que vem agora não depende mais de Jiwoo. Depende de você."
O ambiente parecia se apertar ao redor dela, a tensão em cada palavra, em cada respiração. Hana olhou para Jiwoo, seus olhos buscando alguma pista, algo que a guiasse. Mas ele não tinha mais nada a oferecer. Ele estava quebrado. O homem estava certo. A escolha agora era dela.
"Eu não vou fazer parte disso", Hana disse com a voz rouca, mas determinada. "Eu não vou deixar você controlar a minha vida. Nem a vida dele."
O homem a observou por um momento, como se estivesse avaliando suas palavras. A sala estava carregada de um tipo de energia quase palpável, como se todos esperassem para ver até onde Hana iria com sua decisão. Até onde ela iria para proteger não só a si mesma, mas Jiwoo também.
"Ah, Hana, eu gosto de você", o homem disse, um sorriso malicioso no rosto. "Você tem coragem. Mas coragem não é suficiente. Você acha que pode sair sem consequências? Você acha que pode proteger o que é seu sem se sujar?"
Hana não teve tempo de responder. Em um movimento rápido, o homem se aproximou dela, segurando seu pulso com força. A sensação do toque dele era fria, calculista, e ela sentiu a pressão do controle, a ameaça iminente de que ele poderia destruir tudo o que ela havia construído em um piscar de olhos.
Jiwoo se moveu, tentando reagir, mas ele estava fraco, sem forças para resistir. O homem o ignorou, mantendo sua atenção em Hana. "Agora você está no centro de tudo isso. Não tem mais escapatória."
Ela olhou para ele, sua mente uma tormenta de emoções e decisões conflitantes. O que ele estava tentando fazer? Destruir sua confiança? Jogá-la de volta à escuridão que ele havia tentado esconder?
Ela balançou a cabeça, uma decisão clara tomando forma dentro dela. "Não. Eu não vou ser sua marionete. Não sou parte do seu jogo. E você vai me soltar."
Com uma força inesperada, ela deu um passo para trás, fazendo o homem tropeçar ligeiramente. A adrenalina disparou em seu corpo, e ela soube naquele instante: sua luta começava agora. Não mais contra as circunstâncias, mas contra a manipulação e o controle daqueles que tentavam esmagá-la.
O homem, agora mais irritado, soltou o pulso dela, mas o olhar em seus olhos era cheio de uma ameaça silenciosa. "Você ainda vai aprender, Hana. A lição não terminou."
Jiwoo, finalmente recuperando alguma força, se aproximou dela, colocando a mão em seu ombro. "Vamos sair daqui. Eu prometo que vou resolver isso. Juntos."
Hana olhou para ele, os olhos brilhando com um misto de raiva e esperança. Ela sabia que a batalha estava longe de acabar, mas agora, ela estava pronta para lutar por si mesma. Pela primeira vez, ela não estava apenas protegendo alguém. Ela estava protegendo a única coisa que realmente importava: sua liberdade.
E nada, nem mesmo os segredos e as sombras que ainda pairavam sobre eles, poderiam tirar isso dela.
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Atualizado até capítulo 31
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