Capítulo 13: O Peso do Silêncio

A noite ainda estava sombria, mas o mundo ao redor de Hana e Jiwoo parecia ter mudado para sempre. A explosão que havia interrompido o confronto com o homem de terno deixara tudo em caos. As ruas estavam vazias, mas o som da destruição ecoava em cada esquina. O calor da adrenalina ainda estava forte em seus corpos, e a sensação de perigo iminente não se dissipava.

Jiwoo estava parado ao lado de Hana, seu olhar fixo no horizonte, mas sua mente claramente distante. Hana sabia que ele estava lutando consigo mesmo, e não sabia como ajudá-lo a lidar com tudo aquilo. Ele parecia mais fragilizado a cada passo, como se a culpa de seu passado estivesse prestes a consumi-lo por completo.

"Jiwoo", ela chamou, com uma voz suave, mas firme. "Nós precisamos seguir em frente."

Ele não respondeu de imediato. Em vez disso, olhou para ela com uma expressão que ela não reconhecia. Havia uma tristeza profunda em seus olhos, algo que transbordava para a superfície e que ele não conseguia mais esconder.

"Eu estou perdendo você, não é?" ele finalmente disse, sua voz baixa e cheia de um vazio desesperador. "Eu sempre soube que isso iria acontecer. Não importa o que fizermos, o que tentarmos, eu sou o que sou. E você... você merece algo melhor do que isso."

Hana sentiu um aperto no peito. Ela odiava ouvir isso dele. Ele sempre se via como alguém destinado a falhar, alguém que não merecia a felicidade. Mas ela sabia que isso não era verdade. Não mais.

"Não, Jiwoo", ela respondeu, se aproximando dele e colocando uma mão em seu ombro. "Eu estou aqui com você, e você não vai me perder. Não vai. Eu estou escolhendo estar com você. E essa escolha não vai mudar."

Mas ele parecia não acreditar nela. O medo de perder tudo, o medo de ser a razão para que ela se machucasse, estava claro em seus olhos. Hana sabia que ele estava tentando protegê-la de algo que ele não podia controlar. Mas isso não era o que ela queria. Ela não queria ser protegida de Jiwoo. Ela queria enfrentá-lo, junto com ele, nos momentos mais difíceis.

Eles continuaram caminhando pelas ruas desertas, sem direção clara. As ruas, normalmente movimentadas, agora pareciam vazias, como se toda a vida da cidade tivesse sido drenada por uma força invisível. Tudo parecia distante, até mesmo a esperança. A sensação de estar sendo caçado ainda estava no ar, como se uma sombra os seguisse a cada passo. Mas havia algo mais ali também, algo que se entrelaçava com a tensão crescente: o desejo.

Hana podia sentir a proximidade de Jiwoo como nunca antes. O calor do corpo dele, a respiração pesada que ainda carregava o cheiro de perigo e adrenalina, mexia com ela de uma maneira que não podia explicar. Eles estavam envolvidos em algo muito maior, algo que os estava puxando para o centro de uma tempestade, e, ao mesmo tempo, parecia que os dois se aproximavam mais, com um desejo que nenhum dos dois podia mais ignorar.

A cada olhar furtivo que trocavam, uma tensão crescente pairava no ar. O toque de suas mãos, a proximidade de seus corpos, tudo parecia estar pedindo para explodir em algo que ambos tentavam evitar, mas que, ao mesmo tempo, não conseguiam mais controlar. A vida deles estava nas mãos de forças muito maiores, e a dor, a culpa, a perda e o medo os uniam de uma maneira única.

"Eu não sei mais o que fazer", Jiwoo disse, quebrando o silêncio entre eles, sua voz mais suave, quase vulnerável. "Eu estou com medo do que isso pode significar para você, para nós. Você não tem ideia de quem eu sou, do que eu sou capaz. Eu não quero te perder."

Hana olhou para ele, seus olhos penetrantes refletindo um turbilhão de emoções. Ela sentia a luta interna dele, a batalha entre a sombra do seu passado e a luz do presente, que ele tentava manter acesa, mesmo quando as circunstâncias tentavam apagá-la.

"Você não vai me perder, Jiwoo", ela disse novamente, mais confiante dessa vez. "Eu estou aqui com você. Não importa o que aconteça."

E naquele momento, algo mudou. O silêncio entre eles não era mais apenas uma pausa tensa, mas um espaço onde o desejo não poderia mais ser contido. As palavras não precisavam ser ditas. O olhar de Hana dizia tudo. Ela queria estar ali, com ele. Eles não podiam mais negar o que sentiam, o que haviam construído em meio ao caos.

Antes que qualquer um dos dois pudesse pensar no que estava acontecendo, Jiwoo deu um passo à frente, sua mão tocando o rosto de Hana com suavidade, quase como se tivesse medo de quebrá-la. Ela fechou os olhos ao sentir o toque dele, o calor de sua pele incendiando uma parte de si mesma que ela mal reconhecia. A proximidade deles estava elétrica, e, por um breve momento, o mundo ao redor desapareceu.

Jiwoo inclinou a cabeça para ela, seus lábios quase tocando os dela, mas ele hesitou, como se estivesse esperando uma confirmação, um sinal de que ela estava pronta para dar esse passo. Hana sentiu o momento se arrastando como se o tempo tivesse parado para permitir que eles se encontrassem naquilo que ambos queriam, mas que haviam evitado até então.

Sem mais palavras, ela se aproximou, selando o espaço entre eles. O beijo foi suave, mas carregado de tudo o que ambos haviam vivido até ali. Foi um encontro de almas, uma conexão que ultrapassava o desejo físico e mergulhava em algo mais profundo, algo que só poderia ser experimentado naquele momento.

Quando se separaram, ambos estavam ofegantes, os corpos ainda próximos, mas os corações batendo em sintonia. Jiwoo olhou para ela, e, pela primeira vez, parecia que ele acreditava nas palavras de Hana.

"Eu... eu não sei se mereço você", ele disse, a vulnerabilidade em sua voz mais aparente do que nunca.

"Não se trata de merecer, Jiwoo. É sobre escolher." Hana sorriu, sua expressão suave, mas cheia de uma certeza inabalável. "E eu escolho você."

O mundo ainda estava contra eles. Eles ainda estavam no centro de uma tempestade, mas, naquele momento, havia algo de mais poderoso do que qualquer ameaça externa: a conexão entre eles. Algo que nem mesmo as sombras que os perseguiam poderiam apagar.

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