**Capítulo 6: A Verdade Que Não Pode Ser Ignorada**

A noite passou lentamente para Hana. A revelação de Jiwoo ainda martelava em sua mente, como um eco que não cessava. Ele havia dito que não podia mais se aproximar dela, que ela estava envolvida em algo perigoso. Mas o que ele queria dizer com isso? O que ele estava escondendo? Ela sabia que a verdade estava bem ali, na ponta da língua, mas ele se recusava a contar tudo.

Ela se revirou na cama, sentindo uma pressão no peito. Não sabia o que fazer com aquelas palavras, com a dor que ele tinha deixado para trás. E, ainda assim, algo em seu coração a fazia querer correr atrás dele, enfrentando o desconhecido. Mas e se ele tivesse razão? E se ela estivesse realmente envolvida em algo que não poderia escapar?

Ao acordar, a manhã estava fria e cinza, e Hana sabia que tinha que ir até ele. Não importava o que ele tivesse dito, não importava o que estivesse acontecendo. Ela precisava entender o que estava acontecendo com ele. Ela precisava ver Jiwoo novamente, falar com ele, encarar a verdade de frente.

O café estava vazio quando ela entrou. A luz suave da manhã iluminava o lugar de forma quase melancólica, criando uma atmosfera que parecia refletir o estado de espírito dela. E lá estava ele, no canto de sempre, mas hoje havia algo diferente em sua postura. Ele estava mais tenso, mais fechado, como se estivesse esperando algo. Ou alguém.

Hana se aproximou, o coração batendo forte. Mas quando seus olhos encontraram os dele, foi como um choque. Não era o mesmo olhar intenso e profundo de antes. Agora, havia algo de distante nele, algo que a fazia se sentir como uma estranha.

"Você veio", Jiwoo disse, sua voz baixa e fria. "Eu sabia que viria. Mas você não devia estar aqui."

Aquelas palavras a atingiram com força. Ela havia esperado por mais, algo que a fizesse sentir que ele ainda a queria, que ele ainda se importava. Mas agora, ele estava se afastando, cada vez mais.

"Por que está fazendo isso, Jiwoo?" Hana perguntou, sua voz trêmula, mas firme. "O que você está escondendo de mim? Por que está me afastando?"

Ele olhou para ela por um momento, como se estivesse lutando contra algo dentro de si. Então, suspirou pesadamente e olhou para baixo.

"Você não entende", ele disse, com um tom de resignação. "Eu não quero te envolver nisso. Eu não quero que você sofra por causa de mim. Há coisas que... que não posso controlar. E você não deveria estar aqui. Eu não posso mais proteger você."

Hana sentiu uma dor em seu peito, uma sensação de impotência que a paralisou. Ele estava se afastando, mas ela não podia deixar isso acontecer. Não sem antes entender a verdade.

"Eu não vou embora, Jiwoo", ela disse, com mais firmeza. "Eu não posso te deixar. Eu preciso saber o que está acontecendo. Eu preciso saber o que você está escondendo."

Ele fechou os olhos, parecendo exausto, como se o peso de suas próprias palavras o estivesse esmagando. E então, finalmente, ele olhou para ela, seus olhos agora profundos e sombrios.

"Eu trabalho para um grupo... que está envolvido com coisas ilegais, Hana", Jiwoo disse, sua voz baixa e arrastada. "Eu sou parte de uma organização que lida com tráfico, com informações, com negócios escusos. E eu nunca quis que você soubesse disso. Mas... agora você está aqui, e não posso mais te esconder a verdade. Eu sou parte disso, e não posso sair. Não posso te tirar disso."

O choque foi como um soco no estômago de Hana. Ela nunca imaginou que aquilo fosse possível, que Jiwoo pudesse estar envolvido com algo tão sombrio. Ele, o homem por quem ela se apaixonara, estava preso a uma vida que ela jamais poderia imaginar. E ela agora estava no centro disso, sem saída.

"Você está dizendo que... você é parte disso?" ela perguntou, a voz falhando, quase sem acreditar no que ouvia. "Você... está dizendo que faz parte disso tudo?"

Ele assentiu lentamente, seu olhar vazio, perdido. "Eu tentei me afastar, tentei cortar os laços, mas eles me controlam. Eu não tenho mais escolha. E agora... agora você também está envolvida, Hana. Eles sabem quem você é. Eles vão vir atrás de você."

Hana sentiu uma onda de pânico tomar conta de seu corpo. Como assim ela estava envolvida? Como ele podia ter deixado isso acontecer? O medo tomou conta de seu peito, mas, ao mesmo tempo, havia uma raiva que começava a crescer dentro dela. Ele tinha mentido para ela o tempo todo, e agora estava dizendo que tudo estava fora de controle.

"Eu não acredito em você", ela disse, sua voz tremendo de frustração e desespero. "Você me enganou o tempo todo, Jiwoo. Me fez acreditar que eu estava segura, que eu estava ao seu lado. E agora você me diz que tudo o que eu sabia estava errado?"

Ela se levantou abruptamente, o choque e a raiva a consumindo. Mas ele a segurou pelo braço, impedindo-a de se afastar. O toque dele foi firme, mas não agressivo, e Hana sentiu uma mistura de emoções se agitar dentro dela. Ela queria gritar, queria bater nele, mas ao mesmo tempo, ela não conseguia simplesmente fugir dele.

"Hana, eu não queria que fosse assim", ele disse, sua voz agora mais suave, quase desesperada. "Eu não queria te envolver nisso. Eu queria... Eu só queria ficar com você, fazer você feliz. Mas agora... agora eu não sei o que fazer. Eu não posso te proteger mais. Eu não posso proteger ninguém."

Ela olhou para ele, seu coração partido, a confusão e a dor se misturando. "Então o que você quer de mim? O que você espera que eu faça agora, Jiwoo? Você me disse que somos dois estranhos, mas você me fez acreditar que havia algo mais entre nós."

O olhar de Jiwoo ficou vazio por um momento, como se ele estivesse tentando encontrar as palavras certas, mas nada parecia adequado. E, por fim, ele soltou um suspiro pesado, como se soubesse que estava prestes a perder tudo.

"Eu só queria te amar, Hana. Só isso."

Hana o encarou, tentando compreender o que estava acontecendo, tentando processar tudo o que ele tinha revelado. Mas, no fundo, ela sabia que algo estava prestes a acontecer. Algo que mudaria a vida deles para sempre.

***

Agora, Hana estava envolvida em algo muito maior do que ela poderia imaginar. O que Jiwoo não estava lhe dizendo ainda? E o que aconteceria a seguir? A verdade estava se desvelando aos poucos, mas a dúvida e o medo continuavam a tomá-la.

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