O tempo passou e, com ele, a vida de Luísa parecia se dividir entre a liberdade que Pedro lhe oferecia e o peso da presença opressiva de sua mãe. Dona Inês, ao perceber que a filha estava cada vez mais distante, tomou a decisão de agir de forma mais calculista e cruel.
Ela não iria deixar que a filha se apaixonasse por alguém que não fosse “adequado” aos padrões que ela mesma determinara. Luísa havia desafiado suas expectativas, e isso era imperdoável. Dona Inês estava disposta a tudo para manter o controle sobre a filha e garantir que ela não se afastasse daquilo que ela considerava ser o melhor para ela.
Certa manhã, quando Luísa estava com Pedro, em um dos momentos tranquilos da fazenda, algo inesperado aconteceu. Dona Inês, com toda a sua arrogância e frieza, apareceu na propriedade, sem avisar, com um sorriso de quem já sabia que estava prestes a executar mais uma de suas manipulações.
"Luísa, querida", disse Dona Inês, com voz doce, mas um olhar ameaçador. "Eu espero que esteja se comportando bem. Eu trouxe algo para você."
Luísa olhou para a mãe, desconfiada. O comportamento da mãe nunca era simples, e ela sabia que algo estava prestes a acontecer.
"O que você trouxe, mãe?" Luísa perguntou, tentando manter a calma, mas seu estômago já dava sinais de tensão.
Dona Inês abriu a bolsa e retirou um papel cuidadosamente dobrado. Era um convite de um grande evento social que a família de Rodrigo estava organizando: um banquete luxuoso para reforçar os laços familiares e, claro, a noiva perfeita para o filho. Um evento em que a presença de Luísa era fundamental para garantir que seu noivado com Rodrigo fosse oficializado com todos os acordos familiares.
"Eu quero que você esteja ao meu lado, querida", disse Dona Inês com um sorriso gelado. "Rodrigo já confirmou que sua presença é essencial, e a sua mãe precisa estar lá para apoiar sua escolha. Não podemos deixar que as pessoas pensem que estamos deixando nossa filha escapar, não é mesmo?"
Luísa sentiu um nó na garganta. Ela sabia o que sua mãe estava fazendo. Dona Inês queria forçá-la a tomar uma decisão pública e reafirmar sua aliança com Rodrigo. Era uma armadilha disfarçada de bondade.
Pedro, que observava a cena, percebeu a tensão no ar e deu um passo à frente.
"Luísa não precisa ir a esse evento, dona Inês. Não estamos aqui para seguir as regras que a sociedade impõe. Luísa já fez sua escolha."
Dona Inês virou-se para Pedro com um olhar fulminante. Ela não iria permitir que ele a desafiasse.
"Ah, mas você... você não tem nada a ver com isso, não é mesmo, Pedro?" disse ela, com sarcasmo. "Você realmente acha que uma garota como Luísa, com todo o futuro brilhante que ela tem à frente, vai jogar tudo isso fora por alguém como você?"
Luísa olhou para sua mãe, sentindo as palavras dela como um soco no estômago. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela começou a se rebelar contra a autoridade da mãe. Ela sabia que não podia continuar a viver com medo das ameaças e manipulações.
"Eu vou a esse evento, mãe", disse Luísa, com a voz firme. "Mas isso não significa que vou me casar com Rodrigo. Eu estou tomando minhas próprias decisões agora."
A expressão de Dona Inês escureceu. Ela não estava disposta a perder sua filha, nem que fosse preciso usar os métodos mais cruéis. A guerra estava só começando.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 38
Comments