Detetives das Sombras
A noite caía lentamente sobre a cidade, envolvendo tudo com um manto de escuridão. O vento cortante soprava pelas ruas desertas, levando consigo a sensação de algo errado, como se o próprio ar estivesse imbuído de uma energia sinistra, aguardando o momento certo para se manifestar.
Dentro de um prédio escondido nas sombras do centro urbano, um grupo de seis pessoas estava reunido. A sala era austera, com paredes de concreto e uma mesa de vidro no centro, onde diversos dispositivos de alta tecnologia estavam espalhados. Monitores, arquivos e diagramas do mundo oculto cobriam a mesa. Mas, no meio de tudo isso, havia algo mais. Algo que fazia com que o ambiente se sentisse ainda mais opressor. Algo que não se via, mas que todos no local sabiam que estava lá.
Ele estava lá.
Shawdon.
O homem conhecido como "Sombra da Morte". Apenas o nome causava arrepios. Um ser imponente, cuja presença era quase palpável, e que, quando entrava em cena, todos sabiam que não havia mais volta. Seus olhos, quase totalmente negros, eram como poços sem fundo, onde a luz se perdia e onde a esperança parecia desmoronar.
— O que temos até agora? — A voz de Shawdon ecoou na sala, grave e serena, mas com uma autoridade indiscutível. Seus olhos estavam fixos no monitor diante dele, observando os detalhes da missão que estava prestes a começar.
Aquela era uma missão diferente. Não era apenas sobre resolver um caso qualquer. Não era apenas sobre caçar um criminoso. A ameaça era maior, mais sombria do que qualquer coisa que eles já haviam enfrentado. Eles estavam atrás de algo que não deveria existir: uma entidade capaz de destruir o universo e até outros universos, um poder que se espalhava através do espaço e do tempo, deixando um rastro de destruição por onde passava.
Elara Vos, a mulher de cabelo prateado, que se mantinha em silêncio ao lado de Shawdon, virou-se para os outros membros do time.
— As informações são fragmentadas, mas temos pistas de que a entidade está selada em algum lugar. O problema é que não temos a localização exata. Sabemos apenas que a selagem está enfraquecendo e que essa entidade está à beira de se libertar.
Dante Kade, que se encontrava mais afastado da mesa, observava a tela com um olhar distante, sua mente já viajando pelas possíveis consequências de falharem. Ele girava uma moeda entre os dedos, uma distração nervosa.
— Se ela escapar, estaremos todos mortos. Isso não é uma questão de se falharmos, é uma questão de quando — disse ele, a voz carregada de uma tensão quase palpável. — A questão é... quanto tempo nos resta antes disso acontecer?
Seraphine Ardent, de olhos intensos e calma imperturbável, observava os outros membros com uma expressão séria. Ela sempre parecia estar um passo à frente, entendendo o que os outros sentiam antes mesmo de falarem. Ela sabia o peso que carregavam.
— Shawdon, o que você pensa disso? — Ela perguntou, direcionando sua pergunta ao líder do grupo.
A sala ficou silenciosa por um momento, como se todos estivessem esperando pela resposta que viria de Shawdon. Ele não falava muito, mas quando o fazia, suas palavras tinham peso, como se carregassem a resposta de um ser que já havia vivido mil vidas e presenciado milhares de catástrofes.
Ele fechou os olhos por um instante, como se estivesse sentindo a presença da entidade, mesmo a quilômetros de distância. Quando abriu os olhos, a escuridão neles parecia ainda mais profunda, como se ele estivesse olhando além do que os outros poderiam compreender.
— Não podemos deixar que isso aconteça. — Ele disse, sua voz fria e intransigente. — Mas precisamos ser cuidadosos. A entidade está mais próxima do que imaginamos. O tempo não está do nosso lado.
Caden Storm, que havia ficado quieto até aquele momento, interrompeu a conversa com sua característica impulsividade. Ele já estava mais do que pronto para atacar qualquer coisa que estivesse na sua frente.
— Eu sou bom com tempestades. Diga-me onde ela está e eu resolvo isso. Um pouco de fogo e caos vão fazer esse mundo aprender a não brincar com o que não entende.
Ava Quinn, sempre atenta, não compartilhou do entusiasmo de Caden. Ela era a mais cautelosa do grupo, e seu papel como espiã exigia que ela mantivesse a calma, mesmo diante de uma situação como aquela.
— Não é assim que as coisas funcionam, Caden. Precisamos de mais informações. A criatura que estamos caçando não é apenas poderosa, ela é astuta. Correr para a batalha sem um plano será o fim de todos nós.
Luca Zane, com seu olhar silencioso e distante, observou seus companheiros enquanto passava a mão pela cicatriz que atravessava sua face. Ele sabia que as palavras de Ava eram verdadeiras, mas também sabia que havia algo mais. Algo que todos sentiam, mas ninguém queria dizer em voz alta.
A verdade era que Shawdon os estava guiando para o abismo, mas era impossível resistir ao seu magnetismo. Eles não tinham escolha.
Shawdon finalmente se levantou da cadeira, seu corpo como uma sombra em movimento. Ele caminhou até a janela, olhando para as ruas vazias abaixo, onde as luzes da cidade tremeluziam como pequenas estrelas perdidas no escuro.
— O tempo é nosso inimigo. Não sabemos onde está a chave para a libertação da entidade, mas sabemos que ela está aqui, em algum lugar. E não descansaremos até encontrá-la. — Ele disse, sem emoção. — Preparem-se. O mundo como o conhecemos está prestes a mudar.
E, com isso, a missão começou. O Sombra da Morte havia dado sua ordem.
E quando Shawdon falava, todos sabiam que a morte, de alguma forma, nunca estava longe.
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Atualizado até capítulo 43
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