O cenário era o caos absoluto. A equipe estava dividida, e cada membro enfrentava uma batalha diferente. O vilarejo parecia ter se transformado em um epicentro de pesadelos, onde cada sombra tinha um propósito, e cada criatura, uma fome insaciável. O peso da situação pairava sobre todos, mas ninguém estava disposto a recuar.
Shawdon, após exterminar a última das criaturas que invadiu o porão, olhou para os céus escurecidos. A tensão no ar era palpável, como se o próprio mundo estivesse retendo a respiração, esperando por algo inevitável. O vento gelado cortava sua pele, e os ruídos das criaturas continuavam a ressoar ao longe.
— Shawdon, o que está acontecendo? — perguntou Elara, ao seu lado, ofegante. Ela limpava a sujeira do rosto enquanto mantinha os olhos vigilantes, não permitindo que sua atenção se perdesse por um segundo.
— Algo grande está se movendo aqui. Isso não é mais uma simples infestação de criaturas — respondeu Shawdon com a voz sombria, seus olhos espreitando o horizonte. — O selo foi quebrado. Algo que nunca deveria ter sido libertado está se arrastando para fora.
Elara franziu a testa. A informação que Shawdon acabara de compartilhar não era algo que eles esperavam enfrentar tão cedo.
— E o que exatamente é esse "algo"? — ela questionou, tentando entender.
Shawdon, como sempre, manteve sua expressão impassível. Ele nunca revelava muito sobre seus próprios pensamentos, mas o peso da situação fazia seus olhos cintilarem com uma fúria silenciosa.
— Não sei. Mas sei que não podemos deixá-lo se libertar por completo.
As sombras continuavam a se expandir pela floresta. Ava, imersa em suas habilidades de manipulação de plantas, já não parecia ter o controle absoluto sobre a natureza ao seu redor. As árvores, que antes obedeciam aos seus comandos, agora se contorciam, como se estivessem sendo tomadas por uma força estranha e maléfica.
Caden, com a arma em mãos, disparava contra as criaturas que surgiam das trevas. Seus disparos precisos cortavam a escuridão, mas as criaturas sempre voltavam, mais fortes, mais rápidas. Algo estava alimentando essa resistência implacável.
— Ava, precisamos sair daqui! — gritou Caden, recuando de uma criatura que o atacava com garras afiadas. — Isso não vai acabar bem!
Ava estava em um transe, sua mente conectada com a floresta, tentando entender o que estava acontecendo. Ela sentiu uma presença obscura e densa, algo que estava distorcendo o mundo ao seu redor, manipulado por uma força além de sua compreensão. Ela precisava entender o que era aquilo antes que fosse tarde demais.
— Não podemos sair, Caden! — ela gritou, com os olhos brilhando em um verde intenso. — Estamos no centro de algo muito maior do que imaginávamos. Não é uma invasão. É um chamado.
Caden olhou para Ava com uma expressão preocupada. Ele sabia que, quando ela dizia que era um "chamado", isso significava que algo realmente perigoso estava por trás de tudo.
— Vamos precisar de reforços — ele disse, mirando sua arma mais uma vez e disparando contra uma horda de criaturas que se aproximava.
Dentro da igreja, Dante e Seraphine estavam mais calmos, mas a pressão ao redor deles aumentava a cada segundo. Seraphine já havia selado o portal, mas o eco do que havia se libertado ainda reverberava no ar.
— O que foi isso? — Dante murmurou, examinando os pedaços do monstro que agora não passavam de cinzas e detritos.
— Um demônio de outra dimensão — respondeu Seraphine, seus olhos fixos no altar da igreja. — Algo que estava selado há milênios.
— Isso não faz sentido — Dante disse, franzindo a testa. — Eles não seriam capazes de atravessar o portal tão facilmente, não sem alguma ajuda interna.
Seraphine caminhou até o altar, onde uma inscrição antiga estava parcialmente visível. A lâmina de sua espada cortou o ar, removendo a poeira e revelando mais símbolos. Ela parecia estar em um estado de concentração extrema.
— Estamos lidando com algo muito mais antigo do que pensávamos — ela murmurou. — Algo que não deveria ser liberto. Um ser que pode destruir o equilíbrio entre os mundos.
Dante olhou para ela com uma expressão séria, compreendendo o significado por trás de suas palavras. Isso não era apenas uma missão para resgatar o mundo, mas uma luta para impedir o colapso de toda a existência.
Enquanto as duas equipes tentavam lidar com as ameaças que surgiam, Shawdon deu um passo à frente, olhando diretamente para Elara, que se mantinha ao seu lado.
— Precisamos localizar a origem disso — disse ele, sua voz firme. — Não podemos permitir que essa entidade se liberte por completo.
— E onde vamos começar? — perguntou Elara.
Shawdon olhou para a floresta, onde as árvores pareciam se mover em uma dança macabra, e para o vilarejo, onde a energia estranha continuava a se expandir.
— Vamos dividir. Dante e Seraphine devem ir até a igreja. Eles podem ter encontrado algo vital. Caden e Ava... precisam de nosso auxílio na floresta. Vou fazer o que puder para estabilizar a área ao redor do vilarejo.
Eles trocaram olhares rápidos, cada um entendendo o peso das decisões a serem tomadas.
Shawdon, com sua força e frieza características, avançou para o centro do vilarejo, sentindo a energia pulsante cada vez mais forte. Ele sabia que algo grande estava prestes a acontecer, e não podia permitir que isso fosse o fim.
A terra sob o vilarejo começou a rachar. Uma força cósmica de uma magnitude incompreensível surgiu, quebrando o selo que mantinha a entidade aprisionada. A energia distorcia tudo ao redor, e o céu parecia se rasgar.
Do fundo do abismo, uma figura colossal começou a emergir. Seus olhos brilhavam com a luz de um milhão de estrelas, e sua presença era tão esmagadora que parecia engolir toda a realidade ao seu redor.
Shawdon olhou para cima, e, pela primeira vez, uma sombra de preocupação cruzou seu rosto. Ele sabia que, se não agisse rapidamente, tudo estaria perdido.
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Atualizado até capítulo 43
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