cortante da noite fazia as árvores balançarem como se estivessem dançando uma dança frenética ao ritmo de uma música sem melodia. Shawdon andava à frente da equipe, seus passos firmes e resolutos. Cada movimento dele parecia ser calculado, como se estivesse antecipando o que estava por vir. No entanto, dentro de sua mente, a tempestade era muito mais feroz. As palavras de Iris ainda ecoavam em sua cabeça: “Vamos descobrir o que fazer. Mas não podemos fazer isso sozinhos.” Ele sabia que ela estava certa. Mas, ao mesmo tempo, sentia o peso de ser aquele que deveria tomar a decisão final. O que quer que fosse necessário para proteger o universo, ele faria. Mesmo que isso significasse se perder no processo.
Ryuuto, logo atrás dele, observava seu líder com uma expressão difícil de ler. O homem à sua frente não era mais o Shawdon que ele conhecia. Algo em seu olhar havia mudado, e isso o preocupava profundamente. Ryuuto sempre respeitou a força de Shawdon, mas, agora, ele via o desgaste emocional que ele carregava. O peso das escolhas feitas nas sombras de sua alma estava começando a cobrar um preço, e o exato momento em que isso viraria uma fraqueza ainda era uma incógnita.
Iris, por outro lado, tinha o olhar voltado para o horizonte, como se sentisse que algo maior estava prestes a acontecer. Ela havia observado Shawdon por muito tempo para entender que ele não se deixaria abalar, mas sabia também que ele tinha uma linha tênue entre a determinação e a obsessão. E quando isso acontecesse... ela temia o que ele poderia fazer.
A equipe inteira havia se reunido para discutir os próximos passos, mas a decisão de Shawdon parecia ser a única lógica naquele momento. Eles tinham que encontrar uma maneira de neutralizar a ameaça da entidade antes que ela se tornasse algo ainda mais incontrolável. Mas, para isso, teriam que ir além de seus próprios limites e explorar territórios desconhecidos, onde a linha entre o bem e o mal se confundiria.
— Eu tenho um plano. Shawdon disse, quebrando o silêncio que pairava. Sua voz estava baixa, mas firme.
Todos se voltaram para ele. Mesmo com as tensões, a equipe sabia que quando Shawdon dizia que tinha um plano, era porque ele já havia calculado todas as possibilidades. Mas essa vez... era diferente. O tom de sua voz estava mais grave, como se ele mesmo estivesse ciente do que estava em jogo.
— O que você tem em mente? A voz de Vicki, a outra mulher do grupo, cortou o silêncio com sua franqueza. Ela sempre fora direta, mas agora sua expressão mostrava uma mistura de confiança e receio. Ela sabia que, independentemente de seu respeito por Shawdon, ele não poderia fazer isso sozinho.
Shawdon fez uma pausa, olhando para cada um dos membros da equipe. Sabia que, para o plano funcionar, eles precisariam confiar nele mais do que nunca. Ele olhou para Iris e Ryuuto, as duas pessoas com quem compartilhava mais do que apenas um vínculo de equipe. Eram suas âncoras, a razão pela qual ele ainda lutava para se manter em equilíbrio.
— Precisamos acessar a fonte original da entidade. Shawdon disse, e sua voz se tornou mais sombria, mais tensa. — Não é apenas uma questão de poder, mas de entendimento. A entidade está além de qualquer coisa que possamos compreender. Para destruí-la, devemos ir à sua origem.
A equipe ficou em silêncio, processando a enormidade do que ele estava propondo. A origem da entidade não era apenas um lugar, mas uma força cósmica que estava além da realidade que conheciam. Eles estariam entrando em um território onde as regras da existência como conheciam poderiam se quebrar.
— E onde fica isso? Ryuuto perguntou, sua expressão de alerta se tornando mais visível. Ele sabia que Shawdon não falava sem entender as implicações, mas o que estava sendo proposto era algo que sequer ele conseguia imaginar.
— No coração da própria distorção que a entidade criou. Shawdon respondeu, com um tom calmo, mas com a gravidade de alguém que sabia exatamente o que estava envolvido. — Dentro do espaço onde a realidade e o caos se confundem. É uma dimensão alternativa, onde o tempo e o espaço não seguem as leis que conhecemos. Apenas quem é capaz de atravessar essas fronteiras poderá entender o verdadeiro poder da entidade.
O silêncio foi ensurdecedor. Eles estavam prestes a entrar em um lugar onde as leis do universo não se aplicavam. A realidade, como a conheciam, não teria significado algum lá. Eles precisariam de mais do que suas habilidades; precisariam de força de vontade, resistência e, acima de tudo, confiança uns nos outros. Shawdon estava disposto a liderar, mas sabia que essa jornada mudaria tudo.
— Isso é suicídio. Vicki foi a primeira a romper o silêncio. Ela não estava com medo de falar o que todos estavam pensando. — Ninguém que entrou lá voltou...
Shawdon a olhou, um sorriso sombrio curvando seus lábios.
— Eu sei. Ele disse, a intensidade de sua determinação criando um campo quase palpável ao redor dele. — Mas precisamos ir. Se não fizermos isso, o que está selado aqui vai se espalhar. E ninguém... nem mesmo vocês, vão sobreviver àquilo.
Vicki engoliu em seco, mas não contestou mais. Sabia que o líder tinha razão. O risco era absurdo, mas a alternativa seria muito pior.
— Quando partimos? Ryuuto perguntou, sua voz grave e resoluta.
Shawdon olhou para ele, seus olhos refletindo a escuridão de seu próprio fardo.
— Agora. Shawdon respondeu, e com isso, ele deu o primeiro passo em direção ao desconhecido.
A equipe se preparou para o que viria a seguir, cientes de que a linha entre a sobrevivência e a destruição era mais tênue do que nunca. Eles estavam prestes a entrar em uma realidade onde tudo o que conheciam poderia ser desfeito. A missão era clara, mas as consequências poderiam ser mais do que eles estavam prontos para enfrentar.
E, assim, o destino do universo dependia de suas escolhas.
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Atualizado até capítulo 43
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