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Detetives das Sombras

Capítulo 1: O Sombra da Morte

A noite caía lentamente sobre a cidade, envolvendo tudo com um manto de escuridão. O vento cortante soprava pelas ruas desertas, levando consigo a sensação de algo errado, como se o próprio ar estivesse imbuído de uma energia sinistra, aguardando o momento certo para se manifestar.

Dentro de um prédio escondido nas sombras do centro urbano, um grupo de seis pessoas estava reunido. A sala era austera, com paredes de concreto e uma mesa de vidro no centro, onde diversos dispositivos de alta tecnologia estavam espalhados. Monitores, arquivos e diagramas do mundo oculto cobriam a mesa. Mas, no meio de tudo isso, havia algo mais. Algo que fazia com que o ambiente se sentisse ainda mais opressor. Algo que não se via, mas que todos no local sabiam que estava lá.

Ele estava lá.

Shawdon.

O homem conhecido como "Sombra da Morte". Apenas o nome causava arrepios. Um ser imponente, cuja presença era quase palpável, e que, quando entrava em cena, todos sabiam que não havia mais volta. Seus olhos, quase totalmente negros, eram como poços sem fundo, onde a luz se perdia e onde a esperança parecia desmoronar.

— O que temos até agora? — A voz de Shawdon ecoou na sala, grave e serena, mas com uma autoridade indiscutível. Seus olhos estavam fixos no monitor diante dele, observando os detalhes da missão que estava prestes a começar.

Aquela era uma missão diferente. Não era apenas sobre resolver um caso qualquer. Não era apenas sobre caçar um criminoso. A ameaça era maior, mais sombria do que qualquer coisa que eles já haviam enfrentado. Eles estavam atrás de algo que não deveria existir: uma entidade capaz de destruir o universo e até outros universos, um poder que se espalhava através do espaço e do tempo, deixando um rastro de destruição por onde passava.

Elara Vos, a mulher de cabelo prateado, que se mantinha em silêncio ao lado de Shawdon, virou-se para os outros membros do time.

— As informações são fragmentadas, mas temos pistas de que a entidade está selada em algum lugar. O problema é que não temos a localização exata. Sabemos apenas que a selagem está enfraquecendo e que essa entidade está à beira de se libertar.

Dante Kade, que se encontrava mais afastado da mesa, observava a tela com um olhar distante, sua mente já viajando pelas possíveis consequências de falharem. Ele girava uma moeda entre os dedos, uma distração nervosa.

— Se ela escapar, estaremos todos mortos. Isso não é uma questão de se falharmos, é uma questão de quando — disse ele, a voz carregada de uma tensão quase palpável. — A questão é... quanto tempo nos resta antes disso acontecer?

Seraphine Ardent, de olhos intensos e calma imperturbável, observava os outros membros com uma expressão séria. Ela sempre parecia estar um passo à frente, entendendo o que os outros sentiam antes mesmo de falarem. Ela sabia o peso que carregavam.

— Shawdon, o que você pensa disso? — Ela perguntou, direcionando sua pergunta ao líder do grupo.

A sala ficou silenciosa por um momento, como se todos estivessem esperando pela resposta que viria de Shawdon. Ele não falava muito, mas quando o fazia, suas palavras tinham peso, como se carregassem a resposta de um ser que já havia vivido mil vidas e presenciado milhares de catástrofes.

Ele fechou os olhos por um instante, como se estivesse sentindo a presença da entidade, mesmo a quilômetros de distância. Quando abriu os olhos, a escuridão neles parecia ainda mais profunda, como se ele estivesse olhando além do que os outros poderiam compreender.

— Não podemos deixar que isso aconteça. — Ele disse, sua voz fria e intransigente. — Mas precisamos ser cuidadosos. A entidade está mais próxima do que imaginamos. O tempo não está do nosso lado.

Caden Storm, que havia ficado quieto até aquele momento, interrompeu a conversa com sua característica impulsividade. Ele já estava mais do que pronto para atacar qualquer coisa que estivesse na sua frente.

— Eu sou bom com tempestades. Diga-me onde ela está e eu resolvo isso. Um pouco de fogo e caos vão fazer esse mundo aprender a não brincar com o que não entende.

Ava Quinn, sempre atenta, não compartilhou do entusiasmo de Caden. Ela era a mais cautelosa do grupo, e seu papel como espiã exigia que ela mantivesse a calma, mesmo diante de uma situação como aquela.

— Não é assim que as coisas funcionam, Caden. Precisamos de mais informações. A criatura que estamos caçando não é apenas poderosa, ela é astuta. Correr para a batalha sem um plano será o fim de todos nós.

Luca Zane, com seu olhar silencioso e distante, observou seus companheiros enquanto passava a mão pela cicatriz que atravessava sua face. Ele sabia que as palavras de Ava eram verdadeiras, mas também sabia que havia algo mais. Algo que todos sentiam, mas ninguém queria dizer em voz alta.

A verdade era que Shawdon os estava guiando para o abismo, mas era impossível resistir ao seu magnetismo. Eles não tinham escolha.

Shawdon finalmente se levantou da cadeira, seu corpo como uma sombra em movimento. Ele caminhou até a janela, olhando para as ruas vazias abaixo, onde as luzes da cidade tremeluziam como pequenas estrelas perdidas no escuro.

— O tempo é nosso inimigo. Não sabemos onde está a chave para a libertação da entidade, mas sabemos que ela está aqui, em algum lugar. E não descansaremos até encontrá-la. — Ele disse, sem emoção. — Preparem-se. O mundo como o conhecemos está prestes a mudar.

E, com isso, a missão começou. O Sombra da Morte havia dado sua ordem.

E quando Shawdon falava, todos sabiam que a morte, de alguma forma, nunca estava longe.

Capítulo 2: A Primeira Caçada

A equipe estava reunida em um dos pontos de encontro mais seguros que possuíam: uma instalação subterrânea escondida sob as ruínas de um antigo templo. O lugar tinha sido convertido em um centro de operações completo, com equipamentos de monitoramento, áreas de treino e até mesmo dormitórios. Mas ninguém estava ali para descansar. Não naquela noite.

Shawdon estava no centro da sala principal, seus olhos fixos em um holograma que projetava o mapa de um pequeno vilarejo isolado nas montanhas. A iluminação fraca fazia sua figura parecer ainda mais ameaçadora, como se ele fosse uma extensão das próprias sombras.

— Recebemos um relatório — começou Elara Vos, aproximando-se com um tablet em mãos. — Uma entidade menor foi detectada nas proximidades desse vilarejo. Os moradores relatam desaparecimentos e fenômenos estranhos: tempestades repentinas, animais agindo de forma agressiva e, mais recentemente, pessoas sendo encontradas mortas, como se suas almas tivessem sido arrancadas dos corpos.

— Isso parece algo trivial comparado ao que estamos procurando — comentou Caden, encostado contra a parede, seus braços cruzados e uma expressão impaciente. — Por que estamos perdendo tempo com isso?

— Porque nada é trivial quando envolve entidades — rebateu Ava, com seu tom frio e calculado. — Além disso, precisamos entender se isso tem alguma ligação com a entidade que buscamos. Não é apenas uma caçada; é um quebra-cabeça. E cada peça importa.

Shawdon permaneceu em silêncio por alguns segundos, absorvendo as informações. Então, ele se virou para o grupo.

— Vamos. Precisamos agir antes que as coisas piorem.

A viagem até o vilarejo foi feita em dois veículos blindados, equipados com tudo o que era necessário para enfrentar o que estivesse à espreita. O caminho pelas montanhas era sinuoso e coberto por uma névoa espessa, dificultando a visibilidade. Mas isso não parecia incomodar Shawdon, que estava ao volante do primeiro veículo, seus olhos negros fixos na estrada como se pudessem enxergar além do mundo físico.

No segundo veículo, Elara e Dante discutiam as estratégias. Seraphine estava sentada no banco de trás, sua postura relaxada contrastando com a intensidade da situação.

— O que acha disso, Seraphine? — perguntou Dante, lançando um olhar para ela. — Você sempre tem uma visão diferente das coisas.

Ela o encarou por um momento, seus olhos azuis brilhando na penumbra do veículo.

— Eu acho que estamos lidando com algo mais do que uma entidade menor. A energia no ar está errada. Isso é um teste, e não tenho certeza se estamos prontos para passar por ele.

Dante soltou uma risada seca.

— Nós nunca estamos prontos. Só fingimos que estamos.

Quando chegaram ao vilarejo, o lugar estava mergulhado em um silêncio mortal. As poucas luzes que ainda funcionavam tremeluziam, e as ruas estavam completamente desertas. A sensação de algo errado era quase sufocante.

Shawdon saiu do veículo primeiro, seguido pelos outros. Ele segurava sua fiel arma, uma lâmina negra feita de um material desconhecido, forjada especificamente para enfrentar entidades. Sua presença era esmagadora, e mesmo os membros do grupo sentiam um arrepio na espinha ao vê-lo em ação.

— Espalhem-se. Quero relatórios a cada cinco minutos. Não se arrisquem desnecessariamente. — Sua voz era baixa, mas carregava uma autoridade inquestionável.

O grupo se dividiu em pares: Shawdon com Elara, Dante com Seraphine, e Caden com Ava. Cada dupla tomou uma direção diferente, vasculhando o vilarejo em busca de pistas.

Shawdon e Elara caminharam em silêncio por uma das ruas principais, suas botas ecoando no asfalto rachado. O ar estava pesado, carregado de uma energia que parecia vibrar ao redor deles.

— O que acha que vamos encontrar aqui? — perguntou Elara, quebrando o silêncio.

— Algo que não quer ser encontrado — respondeu Shawdon, sem tirar os olhos da frente. — E isso só torna o nosso trabalho mais interessante.

Eles pararam diante de uma casa abandonada, a porta entreaberta e marcas de garras nas paredes. Shawdon deu um passo à frente, seus sentidos alertas.

— Fique atrás de mim.

Elara assentiu, preparando sua própria arma, uma pistola modificada capaz de disparar projéteis energéticos. Eles entraram na casa, movendo-se com cuidado. O lugar estava em completo caos, com móveis quebrados e sangue seco nas paredes.

De repente, um som baixo e gutural ecoou pelo ambiente. Shawdon parou, levantando uma mão para sinalizar que Elara deveria ficar parada. Ele seguiu o som até uma porta nos fundos da casa, abrindo-a lentamente.

No porão, uma criatura os aguardava.

Era humanoide, mas completamente deformada, com membros desproporcionais e olhos brilhantes que pareciam queimados com ódio. Uma energia sombria emanava dela, fazendo o ar ao seu redor vibrar.

— Você não pertence a este mundo — disse Shawdon, sua voz um misto de calma e ameaça. — Mas eu vou garantir que você nunca mais volte para onde quer que tenha vindo.

A criatura rugiu e avançou.

Enquanto isso, Dante e Seraphine estavam em uma igreja abandonada, onde haviam encontrado símbolos estranhos esculpidos nas paredes. Seraphine se ajoelhou diante de um altar, seus dedos deslizando sobre os símbolos.

— Isso não é um aviso. É um convite — disse ela, seu tom baixo.

— Um convite para o quê? — perguntou Dante, olhando ao redor com nervosismo.

Antes que Seraphine pudesse responder, um som estridente encheu o ambiente. Algo estava vindo.

Capítulo 3: As Sombras que Sussurram

O vilarejo, que antes parecia apenas um local abandonado, agora se revelava um campo de batalha. Cada membro da equipe enfrentava desafios que testavam não apenas suas habilidades, mas também sua sanidade.

Shawdon encarava a criatura no porão, que rosnava com fúria enquanto uma energia pulsante emanava de seu corpo. Os olhos da entidade brilhavam em um tom vermelho intenso, e a cada passo que ela dava, a atmosfera parecia se tornar mais opressiva. Shawdon não hesitou.

Com um movimento fluido, ele empunhou sua lâmina negra, Umbra, e avançou. A criatura atacou, suas garras afiadas rasgando o ar. Shawdon desviou com uma precisão quase inumana, girando a lâmina em um arco que cortou uma das garras do monstro. Um grito ensurdecedor ecoou pelo porão.

— Você acha que pode me intimidar? — Shawdon murmurou, sua voz baixa e gélida. — Eu sou a sombra que devora monstros como você.

A criatura hesitou, mas apenas por um momento. Com um movimento rápido, ela saltou para o teto, suas garras cravando-se na madeira podre. Ela soltou um som gutural, e então, a energia ao seu redor se condensou, criando esferas de pura escuridão que foram disparadas contra Shawdon.

Ele ergueu Umbra, a lâmina absorvendo as esferas como se estivesse faminta.

— Interessante — ele comentou, seus olhos brilhando com uma intensidade perigosa. — Mas ainda não é o suficiente.

Com um movimento, Shawdon cortou o ar, liberando uma onda de energia negra que atravessou o porão, atingindo a criatura em cheio. Ela caiu ao chão, seu corpo se contorcendo em agonia antes de se dissolver em sombras.

— Uma a menos — ele disse, guardando a lâmina.

— Shawdon! — a voz de Elara ecoou do andar de cima. — Precisamos de reforços. Algo está errado!

Ele subiu as escadas rapidamente, encontrando Elara na entrada da casa. Seus olhos estavam arregalados, e sua pistola estava apontada para a rua. Lá fora, dezenas de formas nebulosas estavam se materializando, cada uma mais grotesca do que a outra.

— Isso é pior do que imaginávamos — disse ela, apertando o gatilho e disparando projéteis de energia contra as criaturas. — Elas não param de aparecer!

Shawdon observou as criaturas por um momento antes de apertar o comunicador em seu ouvido.

— Equipe, reporte. Temos uma infestação aqui. Precisamos recuar.

Dentro da igreja, o ar parecia mais denso, quase sólido. As paredes tremiam, e um som baixo e constante, como um murmúrio, preenchia o espaço. Seraphine estava de pé no altar, seus olhos fixos em um ponto brilhante no chão.

— Isso é um portal — ela disse, sua voz baixa. — Mas está incompleto.

— Incompleto ou não, eu não quero saber o que pode sair disso — respondeu Dante, segurando suas duas espadas curtas, que brilhavam com uma luz azulada. — Podemos fechar isso?

Antes que Seraphine pudesse responder, o portal começou a pulsar. Um braço monstruoso emergiu, seguido por uma cabeça desproporcional e cheia de olhos.

— É sempre assim, não é? — Dante suspirou, assumindo uma postura de combate. — Nada nunca é fácil.

— Você reclama demais — disse Seraphine, levantando sua mão direita. Um círculo mágico brilhou em torno dela, e uma lança de energia dourada se materializou. — Vamos acabar com isso.

O monstro saiu completamente do portal, seu corpo gigantesco preenchendo o espaço da igreja. Ele rugiu, e o som foi suficiente para fazer os vitrais se estilhaçarem.

Dante foi o primeiro a atacar, suas lâminas cortando o ar enquanto ele se movia com uma velocidade impressionante. Seraphine o seguiu, a lança dourada em sua mão brilhando intensamente enquanto ela atacava os pontos vulneráveis do monstro.

Mas a criatura era resiliente. Mesmo com os ataques precisos da dupla, ela parecia se regenerar a cada golpe.

— Isso não vai funcionar — disse Dante, recuando. — Precisamos de algo mais forte.

— Então cubra-me — respondeu Seraphine. Ela fechou os olhos, começando a recitar uma antiga invocação. A energia ao seu redor começou a crescer, criando uma pressão quase insuportável.

— Sempre a dramática — murmurou Dante, desviando dos ataques do monstro enquanto protegia Seraphine.

Quando ela terminou a invocação, um círculo mágico gigantesco apareceu sob os pés do monstro. Uma luz intensa preencheu o espaço, seguida por um som ensurdecedor. Quando a luz desapareceu, o monstro não estava mais lá.

— Resolvido — disse Seraphine, sua voz levemente ofegante.

— Por enquanto — respondeu Dante. — Vamos encontrar os outros.

Ava e Caden estavam na floresta, cercados por sombras que pareciam vivas. Caden empunhava um rifle de alta tecnologia, disparando contra as criaturas enquanto Ava manipulava as plantas ao seu redor, usando-as como armas contra os inimigos.

— Isso está ficando ridículo — disse Caden, recarregando sua arma. — De onde essas coisas estão vindo?

— Isso não importa agora. Apenas concentre-se em sobreviver — respondeu Ava, suas mãos brilhando com uma luz verde enquanto ela fazia uma árvore crescer e esmagar várias criaturas ao mesmo tempo.

Mas as sombras continuavam vindo, cada vez mais rápidas e agressivas.

— Não podemos continuar assim — disse Ava. — Precisamos nos reagrupar.

Caden assentiu, apertando o comunicador.

— Shawdon, estamos cercados. Precisamos de uma saída.

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