A atmosfera estava saturada de uma pressão insuportável. O ar parecia denso, cada respiração se tornando mais difícil à medida que a realidade ao redor da batalha se distorcia. Shawdon podia sentir a entidade tentando se recompor, sua essência cósmica se moldando em algo ainda mais perigoso e imprevisível. O chão, as paredes, o próprio espaço parecia desmoronar à medida que ela ganhava força, como se a batalha em si estivesse ameaçando desfazer a própria estrutura do universo.
O que Shawdon sabia, que ninguém mais sabia, era que ele estava lidando com algo além do que poderia ser destruído fisicamente. A entidade não era uma criatura. Não era um monstro ou algo que fosse simplesmente derrotado com força bruta ou magia. Ela era uma falha existencial, um ponto de ruptura entre os universos. E, para derrotá-la, seria necessário algo mais do que força: seria preciso entender o propósito dela.
— Ryuuto, Iris, preparem-se para o golpe final! Shawdon gritou, sua voz firme e imponente, ressoando em todo o campo de batalha.
Ryuuto, imerso em sua fúria, estava pronto para destruir qualquer coisa que se aproximasse dele. Seus músculos estavam tensos e carregados com uma energia capaz de destruir uma montanha. Iris, por sua vez, estava focada, seus olhos brilhando com a determinação de quem já enfrentou os maiores terrores do mundo. Ela ajustava sua magia de proteção, criando barreiras que podiam resistir aos maiores ataques.
Mas Shawdon sabia que nenhum desses ataques convencionais seriam suficientes. Eles precisavam encontrar uma maneira de destruir a entidade de dentro para fora, e isso significava confrontá-la em um nível além da matéria. Ele precisava se conectar com a essência da entidade, algo que só ele poderia fazer.
Ele se adiantou, seus passos silenciosos, mas firmes, à medida que a sombra ao seu redor crescia. O campo de batalha parecia ser engolido pela escuridão, suas sombras tomando uma forma viva, pulsante. O poder de Shawdon, o “Sombra da Morte”, era muito mais do que simples habilidades físicas. Ele tinha o domínio sobre as sombras, mas também sobre o conceito de fim, de conclusão, de morte. E agora, ele precisava usar isso ao máximo.
— Eu sei o que você é. Shawdon murmurou para a entidade, suas palavras sussurradas com uma calma que contrastava com a violência do ambiente.
A entidade, que até então estava se recompondo, parou por um momento, como se tivesse escutado. Seu corpo começava a se distorcer ainda mais, fragmentos de sua essência se fragmentando e se reorganizando. Era como se a entidade estivesse tentando escapar, mas não poderia. Ela não estava em seu pleno poder ainda, mas sabia que Shawdon estava se aproximando da verdade.
— Eu sei quem você realmente é... Shawdon repetiu, agora com mais força em sua voz.
A criatura hesitou, e foi nesse momento que Shawdon fez seu movimento. Ele estendeu uma das mãos, as sombras se expandindo como um manto, envolvendo a entidade, prendendo-a. O ar se condensou, o tempo pareceu desacelerar. Ele estava se conectando com a essência da entidade, entrando na camada mais profunda de sua existência.
E, ao fazer isso, ele viu a verdade.
A entidade não era simplesmente uma criatura ou um ser de destruição. Ela era uma falha no tecido da realidade, uma aberração que havia sido criada durante a formação dos multiversos. Seu propósito era claro, mas também devastador: ela existia para consumir e reiniciar tudo, para apagar e reconstruir os universos. Não era uma questão de querer destruir; era uma necessidade da própria natureza do caos.
— Você não pode ser destruída... Shawdon murmurou, seus olhos fechando à medida que ele conectava a essência de seu ser à da entidade.
Ele sentiu o poder dela, o caos, a destruição infinita que ela representava. Mas, ao mesmo tempo, ele sentiu algo mais. Algo que ninguém mais conseguira perceber: a entidade não queria destruir tudo. Ela queria existir. Ela queria um propósito. Ela queria ser contida, não destruída. Ela precisava ser contida em um espaço onde não pudesse mais causar a destruição dos universos.
Shawdon abriu os olhos, agora com uma compreensão mais profunda do que precisava ser feito.
— Eu não vou destruí-la... Eu vou controlá-la. Shawdon falou para si mesmo, seus olhos brilhando com uma intensidade jamais vista. Ele sentiu sua própria essência se conectar ao poder da entidade, como se ele estivesse pegando uma parte dela e a fundindo com a sua própria força. Ele sabia que era um risco enorme. Controlar um poder tão grande poderia destruí-lo. Mas ele estava disposto a pagar o preço.
A entidade tentou resistir, tentando se desvencilhar das sombras que a envolviam. Mas Shawdon não cedeu. Ele usou seu poder absoluto sobre as sombras e, aos poucos, começou a formar um selo ao redor da criatura. Ele não a destruiria, mas a aprisionaria em uma prisão de sombras, um espaço onde ela não poderia mais causar danos.
A batalha durou horas. Mas, eventualmente, Shawdon conseguiu. Ele havia selado a entidade, não com força bruta, mas com compreensão, com sacrifício.
Quando a batalha finalmente terminou, Shawdon estava exausto. Sua energia estava drenada, e ele sabia que o que fizera havia mudado tudo. Ele tinha controlado a entidade, mas a que preço?
Ryuuto e Iris chegaram até ele, suas expressões misturando alívio e preocupação. Ryuuto colocou uma mão em seu ombro, olhando para o líder com respeito, mas também com um toque de cautela.
— Chefe... você conseguiu. Mas está tudo bem com você? Ryuuto perguntou, sua voz baixa, quase reverente.
Shawdon respirou fundo, sentindo o peso daquilo que fizera. Ele sabia que nada seria o mesmo após aquilo. O selo que ele colocara na entidade não era definitivo; ele teria que vigiá-la, manter o controle sobre ela.
— Eu... eu não sei. Shawdon respondeu, sua voz trêmula, mas resoluta. — Mas por agora, ela está segura. E esse é o único motivo pelo qual estamos vivos.
Ele olhou para os amigos, para sua equipe. Eles estavam cansados, mas vitoriosos. E, por enquanto, isso era tudo o que importava.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 43
Comments