A equipe estava reunida em um dos pontos de encontro mais seguros que possuíam: uma instalação subterrânea escondida sob as ruínas de um antigo templo. O lugar tinha sido convertido em um centro de operações completo, com equipamentos de monitoramento, áreas de treino e até mesmo dormitórios. Mas ninguém estava ali para descansar. Não naquela noite.
Shawdon estava no centro da sala principal, seus olhos fixos em um holograma que projetava o mapa de um pequeno vilarejo isolado nas montanhas. A iluminação fraca fazia sua figura parecer ainda mais ameaçadora, como se ele fosse uma extensão das próprias sombras.
— Recebemos um relatório — começou Elara Vos, aproximando-se com um tablet em mãos. — Uma entidade menor foi detectada nas proximidades desse vilarejo. Os moradores relatam desaparecimentos e fenômenos estranhos: tempestades repentinas, animais agindo de forma agressiva e, mais recentemente, pessoas sendo encontradas mortas, como se suas almas tivessem sido arrancadas dos corpos.
— Isso parece algo trivial comparado ao que estamos procurando — comentou Caden, encostado contra a parede, seus braços cruzados e uma expressão impaciente. — Por que estamos perdendo tempo com isso?
— Porque nada é trivial quando envolve entidades — rebateu Ava, com seu tom frio e calculado. — Além disso, precisamos entender se isso tem alguma ligação com a entidade que buscamos. Não é apenas uma caçada; é um quebra-cabeça. E cada peça importa.
Shawdon permaneceu em silêncio por alguns segundos, absorvendo as informações. Então, ele se virou para o grupo.
— Vamos. Precisamos agir antes que as coisas piorem.
A viagem até o vilarejo foi feita em dois veículos blindados, equipados com tudo o que era necessário para enfrentar o que estivesse à espreita. O caminho pelas montanhas era sinuoso e coberto por uma névoa espessa, dificultando a visibilidade. Mas isso não parecia incomodar Shawdon, que estava ao volante do primeiro veículo, seus olhos negros fixos na estrada como se pudessem enxergar além do mundo físico.
No segundo veículo, Elara e Dante discutiam as estratégias. Seraphine estava sentada no banco de trás, sua postura relaxada contrastando com a intensidade da situação.
— O que acha disso, Seraphine? — perguntou Dante, lançando um olhar para ela. — Você sempre tem uma visão diferente das coisas.
Ela o encarou por um momento, seus olhos azuis brilhando na penumbra do veículo.
— Eu acho que estamos lidando com algo mais do que uma entidade menor. A energia no ar está errada. Isso é um teste, e não tenho certeza se estamos prontos para passar por ele.
Dante soltou uma risada seca.
— Nós nunca estamos prontos. Só fingimos que estamos.
Quando chegaram ao vilarejo, o lugar estava mergulhado em um silêncio mortal. As poucas luzes que ainda funcionavam tremeluziam, e as ruas estavam completamente desertas. A sensação de algo errado era quase sufocante.
Shawdon saiu do veículo primeiro, seguido pelos outros. Ele segurava sua fiel arma, uma lâmina negra feita de um material desconhecido, forjada especificamente para enfrentar entidades. Sua presença era esmagadora, e mesmo os membros do grupo sentiam um arrepio na espinha ao vê-lo em ação.
— Espalhem-se. Quero relatórios a cada cinco minutos. Não se arrisquem desnecessariamente. — Sua voz era baixa, mas carregava uma autoridade inquestionável.
O grupo se dividiu em pares: Shawdon com Elara, Dante com Seraphine, e Caden com Ava. Cada dupla tomou uma direção diferente, vasculhando o vilarejo em busca de pistas.
Shawdon e Elara caminharam em silêncio por uma das ruas principais, suas botas ecoando no asfalto rachado. O ar estava pesado, carregado de uma energia que parecia vibrar ao redor deles.
— O que acha que vamos encontrar aqui? — perguntou Elara, quebrando o silêncio.
— Algo que não quer ser encontrado — respondeu Shawdon, sem tirar os olhos da frente. — E isso só torna o nosso trabalho mais interessante.
Eles pararam diante de uma casa abandonada, a porta entreaberta e marcas de garras nas paredes. Shawdon deu um passo à frente, seus sentidos alertas.
— Fique atrás de mim.
Elara assentiu, preparando sua própria arma, uma pistola modificada capaz de disparar projéteis energéticos. Eles entraram na casa, movendo-se com cuidado. O lugar estava em completo caos, com móveis quebrados e sangue seco nas paredes.
De repente, um som baixo e gutural ecoou pelo ambiente. Shawdon parou, levantando uma mão para sinalizar que Elara deveria ficar parada. Ele seguiu o som até uma porta nos fundos da casa, abrindo-a lentamente.
No porão, uma criatura os aguardava.
Era humanoide, mas completamente deformada, com membros desproporcionais e olhos brilhantes que pareciam queimados com ódio. Uma energia sombria emanava dela, fazendo o ar ao seu redor vibrar.
— Você não pertence a este mundo — disse Shawdon, sua voz um misto de calma e ameaça. — Mas eu vou garantir que você nunca mais volte para onde quer que tenha vindo.
A criatura rugiu e avançou.
Enquanto isso, Dante e Seraphine estavam em uma igreja abandonada, onde haviam encontrado símbolos estranhos esculpidos nas paredes. Seraphine se ajoelhou diante de um altar, seus dedos deslizando sobre os símbolos.
— Isso não é um aviso. É um convite — disse ela, seu tom baixo.
— Um convite para o quê? — perguntou Dante, olhando ao redor com nervosismo.
Antes que Seraphine pudesse responder, um som estridente encheu o ambiente. Algo estava vindo.
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Atualizado até capítulo 43
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