Capítulo 10: A Fuga de Lorenzo

A noite caiu sobre Milão, e Lorenzo estava em um clube exclusivo no coração da cidade. O som abafado da música, as risadas, e o brilho das luzes ofereciam a distração que ele precisava. Uma mulher alta, de cabelos loiros e um vestido vermelho justo, aproximou-se com um sorriso sedutor.

Mulher: (deslizando os dedos pelo braço dele) – "Você está perdido nos seus pensamentos, Lorenzo. Quer que eu te traga de volta?"

Lorenzo: (com um sorriso frio, pegando sua taça de vinho) – "Eu não me perco, Isabella. Mas estou disposto a me distrair."

Ela riu e sentou-se ao lado dele, inclinando-se para sussurrar algo em seu ouvido. Lorenzo jogou a cabeça para trás e riu, mas a diversão parecia forçada. Por mais que tentasse, não conseguia apagar a imagem de Alessandra de sua mente: os olhos desafiadores, as palavras afiadas.

Enquanto Isabella falava, ele percebeu que não ouvia uma palavra. A lembrança do confronto daquela manhã voltou à sua cabeça, como uma corrente inescapável.

Lorenzo: (pensando, apertando a taça com força) Por que ela me afeta assim? Alessandra é só um contrato. Uma peça no meu jogo. Ela não deveria ter esse poder sobre mim.

Isabella notou a distração dele e franziu a testa, tentando recuperar sua atenção.

Isabella: (brincando, mas com um tom de curiosidade) – "Você está muito calado, Lorenzo. Aconteceu algo no trabalho? Ou talvez... em casa?"

Ele estreitou os olhos para ela, desconfortável com a pergunta.

Lorenzo: (frio) – "O que acontece em minha casa ou em meu trabalho não é da sua conta."

Isabella: (recuando ligeiramente, surpresa com o tom dele) – "Tudo bem, não quis invadir seu espaço."

Lorenzo suspirou, percebendo que estava descarregando sua frustração na pessoa errada.

Lorenzo: (mais controlado) – "Esqueça, Isabella. Vamos apenas aproveitar a noite."

Mas mesmo quando tentava relaxar, a voz de Alessandra ecoava em sua mente: "Sua necessidade de controle vem de onde? Do medo? Ou do ódio que sente por si mesmo?"

Ele se levantou abruptamente, deixando Isabella confusa.

Isabella: (olhando para ele, irritada) – "Lorenzo, o que está acontecendo? Vai embora assim?"

Lorenzo: (pegando o paletó e lançando um olhar frio para ela) – "A noite acabou para mim."

Isabella: (sarcasmo) – "Claro, porque o mundo gira ao redor de Lorenzo Moretti."

Ele ignorou a provocação dela e saiu do clube, entrando em seu carro com o maxilar tenso. Durante o trajeto de volta à mansão, o silêncio no veículo parecia ensurdecedor.

Lorenzo: (pensando, com a voz baixa e irritada) – "Por que diabos estou deixando isso me incomodar? Ela é só uma garota metida a forte... Nada mais."

Ao chegar à mansão, encontrou a sala iluminada apenas por um abajur. Marta estava sentada em uma poltrona, tricotando calmamente.

Marta: (levantando os olhos para ele) – "Está de volta cedo, Lorenzo. Algo o incomoda?"

Lorenzo: (desviando o olhar, tirando o paletó e jogando-o em uma cadeira) – "Não me faça perguntas, Marta. Não estou de humor."

Marta: (com um sorriso de canto, voltando ao tricô) – "Às vezes, enfrentar o que nos incomoda é mais fácil do que tentar fugir."

Ele parou no meio do caminho, sentindo o peso das palavras dela, mas não respondeu. Subiu as escadas para seu quarto, onde o silêncio finalmente o engoliu. Lorenzo se jogou na cama, encarando o teto, mas tudo o que via eram os olhos de Alessandra, sua postura desafiadora.

Lorenzo: (sussurrando para si mesmo, com raiva) – "Por que você ainda está na minha cabeça, Alessandra?"

Naquele momento, Lorenzo percebeu que, por mais que tentasse ignorar, Alessandra tinha rompido a muralha de frieza que ele erguera ao redor de si. E isso o aterrorizava mais do que qualquer inimigo que já enfrentara.

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