Capítulo 11: Prisão Dourada

Os dias na mansão Santoro seguiam como uma rotina opressiva para Alessandra. Cada movimento seu era observado por Marta ou pelos seguranças que Lorenzo colocara estrategicamente em todos os pontos da propriedade. Apesar disso, Alessandra se recusava a mostrar fraqueza. Todas as manhãs, ela se levantava, se arrumava e caminhava pelos corredores como se fosse dona de sua liberdade.

Naquela tarde, Lorenzo voltou para casa mais cedo do que o habitual. Alessandra estava sentada no jardim, olhando para as flores que Marta cultivava com tanto cuidado. O som dos passos dele no cascalho chamou sua atenção. Quando seus olhares se encontraram, uma onda de tensão tomou o ar.

Lorenzo: (cruzando os braços, o tom seco) – "Vejo que você encontrou uma maneira de aproveitar sua prisão."

Alessandra: (levantando-se, encarando-o sem hesitar) – "Se você acha que isso é aproveitar, Lorenzo, então não conhece o que significa viver."

Ele apertou os lábios, o olhar frio como sempre. Mas algo na postura dela o desarmava, mesmo que ele jamais admitisse.

Lorenzo: (irônico) – "Interessante ouvir isso de alguém que não tem escolha."

Alessandra: (desafiadora) – "Escolha? Você fala como se estivesse no controle absoluto, mas a verdade é que nem você sabe o que está fazendo. Está perdido no ódio, Lorenzo. Um ódio que não é meu, mas você insiste em despejar em mim."

Ele deu um passo à frente, aproximando-se o suficiente para que ela pudesse sentir a intensidade de sua presença.

Lorenzo: (baixando a voz, mas com tom ameaçador) – "Você fala demais, Alessandra. Talvez eu precise lembrá-la de onde você está e quem manda aqui."

Alessandra: (com o coração disparado, mas mantendo a postura) – "Pode tentar me controlar, Lorenzo, mas não pode me quebrar. Você quer me assustar? Boa sorte. Já enfrentei monstros maiores do que você."

O silêncio pairou entre eles, quebrado apenas pelo canto distante de pássaros. Lorenzo estreitou os olhos, tentando ignorar o impacto das palavras dela. Ele se virou bruscamente, mas antes de sair, parou.

Lorenzo: (sem olhar para ela) – "Não se engane, Alessandra. Sua presença aqui é uma conveniência, nada mais."

Ele se afastou, deixando-a sozinha no jardim, mas suas palavras ficaram com ele. A frieza que tanto cultivava começava a ser desafiada, e isso o incomodava mais do que qualquer coisa.

Marta: (aparecendo silenciosamente com uma bandeja de chá) – "Você é corajosa, minha querida, mas Lorenzo não é um homem fácil de enfrentar."

Alessandra: (suspirando e se sentando novamente) – "Eu sei, Marta. Mas também sei que ele está se escondendo atrás de algo. E enquanto ele não enfrentar isso, continuará descontando em mim."

Marta: (com um sorriso triste) – "Talvez você seja a única que pode ajudá-lo a enxergar isso. Mesmo que ele lute contra."

Alessandra não respondeu. Apenas voltou a olhar para as flores, sentindo o peso da vida que agora levava, mas também decidida a não permitir que Lorenzo apagasse sua essência.

Enquanto isso, Lorenzo, já no escritório, segurava um copo de uísque e encarava a janela. Ele odiava a maneira como Alessandra conseguia penetrar suas defesas. "Por que não consigo simplesmente ignorá-la?", pensou, enquanto o eco das palavras dela reverberava em sua mente

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