O subordinado que gerenciava as informações entrou apressado na sala, visivelmente pálido e nervoso.
— Senhor, temos um problema!
Ramon, ainda processando a tensão da reunião anterior, franziu a testa e respondeu com hesitação:
— O que foi agora?
O subordinado gaguejou antes de soltar a informação:
— Nossa conexão com cerca de 90% do mundo foi cortada... Parece que a informação não chegará a milhares de bases.
Ramon ficou estático por um momento, mas logo bateu com força na mesa, o som ecoando pela sala.
— Que droga! Eles estão bloqueando a informação.
O subordinado, ainda mais nervoso, perguntou:
— Eles?
Ramon passou a mão no rosto, claramente frustrado, e explicou:
— Os zumbis. Estão tentando nos colocar contra o Pesadelo Roxo. Se essa informação não chegar a tempo, muitas bases importantes ficarão vulneráveis, e temos muitos escolhidos ignorantes que podem acabar arrumando problemas com ele.
Ramon deixou a sala com passos firmes, indo para seu escritório particular. Assim que chegou, pegou seu telefone seguro e fez uma ligação privada para João Malan.
— Ramon, o que foi agora? — João atendeu com a voz cansada.
— Temos um traidor no nosso meio — disse Ramon diretamente.
João, já esperando uma resposta alarmante, recostou-se em sua cadeira com um suspiro pesado.
— Já esperava por isso... Mas diga, mandou alguém para a cidade onde o Pesadelo Roxo foi visto?
— Sim, senhor — confirmou Ramon. — Enviei uma escolhida do tipo cura. Ela não segue nossas ordens completamente, mas é leal à raça humana. Além disso, o vídeo mostrou o mascarado salvando uma escolhida durante o ataque.
João Malan ponderou a informação, seus olhos se estreitando em contemplação.
— Entendo. Você mandou batedores com ela?
— Sim, senhor. A equipe já está a caminho. Devem chegar amanhã e começar a coletar informações sobre o mascarado... inclusive possíveis fraquezas.
João suspirou profundamente, passando a mão pelo queixo.
— Bom trabalho, Ramon. Avise-me assim que tiver qualquer novidade.
— Sim, senhor — respondeu Ramon antes de João desligar a ligação.
Ramon recostou-se na cadeira por um momento, olhando para o teto enquanto tentava processar a situação. Finalmente, murmurou para si mesmo:
— Aquela rebelde vai me dar boas notícias... Espero.
Ele sabia que o futuro das relações com o Pesadelo Roxo e o equilíbrio entre zumbis e humanos dependia de como esses próximos passos seriam conduzidos.
>>>
Jhonatan acordou assustado, olhando ao redor e percebendo que estava em um quarto diferente. Virando-se, viu Ari ao seu lado. Ele ficou vermelho e exclamou:
— Ari, o que você tá fazendo aqui?
Ari, ainda se espreguiçando, respondeu com tranquilidade:
— Você ronca alto demais.
Jhonatan notou as faixas cobrindo o corpo de Ari e perguntou preocupado:
— E o Levi? Ele tá bem?
Ari ficou séria e respondeu:
— Ele foi embora.
Jhonatan, tomado pela raiva e tristeza, socou a cama com força.
— Eu sou mesmo um inútil! Ele me deixou pra trás porque sou um fardo.
Antes que pudesse continuar, Ari o socou.
— Por que você me bateu? — perguntou Jhonatan, surpreso.
— Porque o Levi mandou eu te bater — respondeu Ari com um olhar firme.
Jhonatan ficou sem palavras, mas Ari continuou:
— Eu sei que a sua amizade com Levi é importante, mas, ontem, nós quase fomos devorados por uma legião de pesadelos. Então para de agir como uma criança e vira logo o homem da minha vida!
Jhonatan ficou desconcertado.
— O que você disse?
Ari, sem hesitar, pegou a mão de Jhonatan, colocou um anel nela, e depois mostrou o anel em sua própria mão.
— Esse é o dote que Levi me deu. Tenho certeza de que ele ficaria feliz em ver você mais forte.
Emocionado, Jhonatan abraçou Ari e murmurou:
— Obrigado, Ari... Eu te amo.
Ari sorriu e respondeu:
— Eu sei.
Do outro lado da cama, Bruna se mexeu e resmungou:
— Dá pra parar com isso? Eu vou vomitar.
Ela então passou a mão na cabeça, sentindo algo. Pegou uma carta e um anel junto dela. Ao abrir a carta, começou a ler em voz alta:
"Sobrinha, não posso estar presente no seu aniversário, mas este anel de armazenamento é meu presente. Nele, você encontrará suprimentos. Quero que fique forte. Espero que as palmadas que te dei tenham te ensinado algo.
Bruna sorriu e comentou:
— O tio me ama!
Naquele momento, Carter entrou no quarto.
— É bom ver vocês vivos. Ontem, se eu chegasse atrasado, a cidade teria sido destruída.
Ari olhou para ele, confusa.
— Mas o Levi não estava ganhando?
Carter caminhou até a janela, abriu-a e apontou para o topo da muralha.
— Olhem lá.
Eles seguiram o olhar dele e viram a muralha totalmente destruída, com marcas de garras profundas espalhadas por toda parte.
Jhonatan perguntou com preocupação:
— O Levi se feriu?
Carter balançou a cabeça, sério.
— Escutem bem o que vou dizer: aquele garoto que a gente conheceu... acho que ele não existe mais.
Todos ficaram em silêncio enquanto Carter continuava:
— Quando a pousada foi destruída pelos zumbis, eu consegui chegar a tempo de matar os pesadelos e salvar vocês. Mas, quando o fogo cessou, ele estava lá, em cima da muralha, nos observando com olhos sombrios.
Ari murmurou:
— Era o Levi... Ou, melhor dizendo, a verdadeira personalidade dele.
Bruna, determinada, colocou o anel no dedo e declarou:
— Eu vou ficar forte para ver o tio de novo.
Jhonatan sorriu, concordando.
— Eu também.
Elen abriu a porta do quarto, trazendo uma sensação de leveza ao ambiente.
— A cidade tá uma confusão. Muitos corpos de zumbis foram encontrados perto da base. Mas, pelo menos, estamos vivos. O Levi não mudou de lado, né?
Aquelas palavras acalmaram os ânimos, e o clima ficou mais leve.
Ari sorriu e disse:
— Você tem razão, Elen. Vamos tomar café.
E assim, apesar da tensão, o grupo tentou reunir forças para enfrentar o que o futuro lhes reservava.
°°°
Levi estava no topo de um prédio destruído, observando o movimento abaixo. o sol começava a esquentar, forçando os zumbis a se esconderem nos edifícios próximos. com os olhos frios, ele murmurou para si mesmo:
_" zumbis estão ficando mais inteligentes com o tempo ... se escondendo do sol para desacelerar a decomposição . que desagradável..."
ele respirou fundo e olhou para suas mãos.
_" mas porque sinto que minha personalidade está sendo alterada pela do meu personagem?..."
o céu começou a escurecer, e uma chuva pesada caiu sobre a cidade. Levi permaneceu imóvel, deixando- se ser molhado pela chuva enquanto olhava para o horizonte cinzento.
_" tentando ser alguém...", disse ele, a voz carregada de incerteza.
_" mas quem seria essa pessoa?..."
enquanto permanecia parado, imerso em seus pensamentos, a sensação de solidão parecia mais tangível do que nunca.
_" as vezes, e triste ver a solidão...", a voz de Higure ecoou em sua mente, quebrando o silêncio interno.
_" mas parece que você não se importa muito, não e mesmo, Levi ?..."
Levi respondeu, sem mudar sua expressão:
_" a solidão pode ser a melhor companhia quando não se tem ninguém. mas preciso encontrar pessoas úteis logo ... isso não é um jogo. qualquer erro meu é o fim de tudo. preciso estar um passo a frente dos zumbis..."
_" Levi , tá cercado!...", alertou Higure.
Levi puxando sua lâmina meia-lua, os olhos estreitando.
_" eu sei..."
camuflados pela chuva , zumbis começaram a surgir. eram diferentes : tinham quatro braços, pele escura e dentes afiados. eles se moviam pelo lado externo do prédio, escalando rapidamente na direção de Levi.
_" usar a chuva para tentar enganar meus sentidos não foi uma escolha ruim....", ele murmurou.
_" mas eu também sei caçar na chuva..."
os zumbis atacaram em massa, mas Levi estava pronto. com passos Calculdados , ele começou a girar, bloqueando golpes e cortando inimigos. os corpos Caíam em pedaços pelo prédio, o sangue negro sendo lavado pela chuva pesada.
enquanto se movia , Levi deu um mortal para trás, tocando o chão com uma mão enquanto seus pés chutavam outros zumbis que tentavam emboscá-lo . recuperando-se com precisão, ele puxou sua segunda lâmina e bloqueou um ataque surpresa vindo de cima, mas o impacto o empurrou para trás.
olhando para baixo , Levi percebeu outros zumbis escalando o prédio com as bocas abertas, prontos para atacá-lo . sem hesitar, ele rodopiou como um redemoinho, eliminando os inimigos que subiam. pisando na cabeça de um deles , ele usou o impulso para voltar ao no topo do prédio.
_" tem algo errado...", murmurou.
_" eles está sendo usados como iscas..."
assim que chegou ao topo novamente, ele parou e analisou os arredores . foi então que viu uma figura diferente: um zumbi de seis braços, com olhos brilhantes e uma postura ameaçadora, observando-o.
_" que patético...", Levi disse, o desprezo evidente em sua voz.
_" achar que eu nasci ontem?..."
ao perceber que tinha sido descoberto, o zumbi ativou sua camuflagem e desapareceu na chuva. logo em seguida, os outros zumbis de quatro braços também recuaram, voltando a camuflagem e cessando o ataque.
agora, Levi estava sozinho novamente, cercado apenas de corpos dos inimigos que havia abatido. a chuva continuava a cair, lavando o sangue negro dos zumbis enquanto ele permanecia imóvel, os olhos fixos na chuva.
Continua...
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Atualizado até capítulo 28
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