Capítulo 16 Extra...

O subordinado que gerenciava as informações entrou apressado na sala, visivelmente pálido e nervoso.

— Senhor, temos um problema!

Ramon, ainda processando a tensão da reunião anterior, franziu a testa e respondeu com hesitação:

— O que foi agora?

O subordinado gaguejou antes de soltar a informação:

— Nossa conexão com cerca de 90% do mundo foi cortada... Parece que a informação não chegará a milhares de bases.

Ramon ficou estático por um momento, mas logo bateu com força na mesa, o som ecoando pela sala.

— Que droga! Eles estão bloqueando a informação.

O subordinado, ainda mais nervoso, perguntou:

— Eles?

Ramon passou a mão no rosto, claramente frustrado, e explicou:

— Os zumbis. Estão tentando nos colocar contra o Pesadelo Roxo. Se essa informação não chegar a tempo, muitas bases importantes ficarão vulneráveis, e temos muitos escolhidos ignorantes que podem acabar arrumando problemas com ele.

Ramon deixou a sala com passos firmes, indo para seu escritório particular. Assim que chegou, pegou seu telefone seguro e fez uma ligação privada para João Malan.

— Ramon, o que foi agora? — João atendeu com a voz cansada.

— Temos um traidor no nosso meio — disse Ramon diretamente.

João, já esperando uma resposta alarmante, recostou-se em sua cadeira com um suspiro pesado.

— Já esperava por isso... Mas diga, mandou alguém para a cidade onde o Pesadelo Roxo foi visto?

— Sim, senhor — confirmou Ramon. — Enviei uma escolhida do tipo cura. Ela não segue nossas ordens completamente, mas é leal à raça humana. Além disso, o vídeo mostrou o mascarado salvando uma escolhida durante o ataque.

João Malan ponderou a informação, seus olhos se estreitando em contemplação.

— Entendo. Você mandou batedores com ela?

— Sim, senhor. A equipe já está a caminho. Devem chegar amanhã e começar a coletar informações sobre o mascarado... inclusive possíveis fraquezas.

João suspirou profundamente, passando a mão pelo queixo.

— Bom trabalho, Ramon. Avise-me assim que tiver qualquer novidade.

— Sim, senhor — respondeu Ramon antes de João desligar a ligação.

Ramon recostou-se na cadeira por um momento, olhando para o teto enquanto tentava processar a situação. Finalmente, murmurou para si mesmo:

— Aquela rebelde vai me dar boas notícias... Espero.

Ele sabia que o futuro das relações com o Pesadelo Roxo e o equilíbrio entre zumbis e humanos dependia de como esses próximos passos seriam conduzidos.

>>>

Jhonatan acordou assustado, olhando ao redor e percebendo que estava em um quarto diferente. Virando-se, viu Ari ao seu lado. Ele ficou vermelho e exclamou:

— Ari, o que você tá fazendo aqui?

Ari, ainda se espreguiçando, respondeu com tranquilidade:

— Você ronca alto demais.

Jhonatan notou as faixas cobrindo o corpo de Ari e perguntou preocupado:

— E o Levi? Ele tá bem?

Ari ficou séria e respondeu:

— Ele foi embora.

Jhonatan, tomado pela raiva e tristeza, socou a cama com força.

— Eu sou mesmo um inútil! Ele me deixou pra trás porque sou um fardo.

Antes que pudesse continuar, Ari o socou.

— Por que você me bateu? — perguntou Jhonatan, surpreso.

— Porque o Levi mandou eu te bater — respondeu Ari com um olhar firme.

Jhonatan ficou sem palavras, mas Ari continuou:

— Eu sei que a sua amizade com Levi é importante, mas, ontem, nós quase fomos devorados por uma legião de pesadelos. Então para de agir como uma criança e vira logo o homem da minha vida!

Jhonatan ficou desconcertado.

— O que você disse?

Ari, sem hesitar, pegou a mão de Jhonatan, colocou um anel nela, e depois mostrou o anel em sua própria mão.

— Esse é o dote que Levi me deu. Tenho certeza de que ele ficaria feliz em ver você mais forte.

Emocionado, Jhonatan abraçou Ari e murmurou:

— Obrigado, Ari... Eu te amo.

Ari sorriu e respondeu:

— Eu sei.

Do outro lado da cama, Bruna se mexeu e resmungou:

— Dá pra parar com isso? Eu vou vomitar.

Ela então passou a mão na cabeça, sentindo algo. Pegou uma carta e um anel junto dela. Ao abrir a carta, começou a ler em voz alta:

"Sobrinha, não posso estar presente no seu aniversário, mas este anel de armazenamento é meu presente. Nele, você encontrará suprimentos. Quero que fique forte. Espero que as palmadas que te dei tenham te ensinado algo.

Bruna sorriu e comentou:

— O tio me ama!

Naquele momento, Carter entrou no quarto.

— É bom ver vocês vivos. Ontem, se eu chegasse atrasado, a cidade teria sido destruída.

Ari olhou para ele, confusa.

— Mas o Levi não estava ganhando?

Carter caminhou até a janela, abriu-a e apontou para o topo da muralha.

— Olhem lá.

Eles seguiram o olhar dele e viram a muralha totalmente destruída, com marcas de garras profundas espalhadas por toda parte.

Jhonatan perguntou com preocupação:

— O Levi se feriu?

Carter balançou a cabeça, sério.

— Escutem bem o que vou dizer: aquele garoto que a gente conheceu... acho que ele não existe mais.

Todos ficaram em silêncio enquanto Carter continuava:

— Quando a pousada foi destruída pelos zumbis, eu consegui chegar a tempo de matar os pesadelos e salvar vocês. Mas, quando o fogo cessou, ele estava lá, em cima da muralha, nos observando com olhos sombrios.

Ari murmurou:

— Era o Levi... Ou, melhor dizendo, a verdadeira personalidade dele.

Bruna, determinada, colocou o anel no dedo e declarou:

— Eu vou ficar forte para ver o tio de novo.

Jhonatan sorriu, concordando.

— Eu também.

Elen abriu a porta do quarto, trazendo uma sensação de leveza ao ambiente.

— A cidade tá uma confusão. Muitos corpos de zumbis foram encontrados perto da base. Mas, pelo menos, estamos vivos. O Levi não mudou de lado, né?

Aquelas palavras acalmaram os ânimos, e o clima ficou mais leve.

Ari sorriu e disse:

— Você tem razão, Elen. Vamos tomar café.

E assim, apesar da tensão, o grupo tentou reunir forças para enfrentar o que o futuro lhes reservava.

°°°

Levi estava no topo de um prédio destruído, observando o movimento abaixo. o sol começava a esquentar, forçando os zumbis a se esconderem nos edifícios próximos. com os olhos frios, ele murmurou para si mesmo:

_" zumbis estão ficando mais inteligentes com o tempo ... se escondendo do sol para desacelerar a decomposição . que desagradável..."

ele respirou fundo e olhou para suas mãos.

_" mas porque sinto que minha personalidade está sendo alterada pela do meu personagem?..."

o céu começou a escurecer, e uma chuva pesada caiu sobre a cidade. Levi permaneceu imóvel, deixando- se ser molhado pela chuva enquanto olhava para o horizonte cinzento.

_" tentando ser alguém...", disse ele, a voz carregada de incerteza.

_" mas quem seria essa pessoa?..."

enquanto permanecia parado, imerso em seus pensamentos, a sensação de solidão parecia mais tangível do que nunca.

_" as vezes, e triste ver a solidão...", a voz de Higure ecoou em sua mente, quebrando o silêncio interno.

_" mas parece que você não se importa muito, não e mesmo, Levi ?..."

Levi respondeu, sem mudar sua expressão:

_" a solidão pode ser a melhor companhia quando não se tem ninguém. mas preciso encontrar pessoas úteis logo ... isso não é um jogo. qualquer erro meu é o fim de tudo. preciso estar um passo a frente dos zumbis..."

_" Levi , tá cercado!...", alertou Higure.

Levi puxando sua lâmina meia-lua, os olhos estreitando.

_" eu sei..."

camuflados pela chuva , zumbis começaram a surgir. eram diferentes : tinham quatro braços, pele escura e dentes afiados. eles se moviam pelo lado externo do prédio, escalando rapidamente na direção de Levi.

_" usar a chuva para tentar enganar meus sentidos não foi uma escolha ruim....", ele murmurou.

_" mas eu também sei caçar na chuva..."

os zumbis atacaram em massa, mas Levi estava pronto. com passos Calculdados , ele começou a girar, bloqueando golpes e cortando inimigos. os corpos Caíam em pedaços pelo prédio, o sangue negro sendo lavado pela chuva pesada.

enquanto se movia , Levi deu um mortal para trás, tocando o chão com uma mão enquanto seus pés chutavam outros zumbis que tentavam emboscá-lo . recuperando-se com precisão, ele puxou sua segunda lâmina e bloqueou um ataque surpresa vindo de cima, mas o impacto o empurrou para trás.

olhando para baixo , Levi percebeu outros zumbis escalando o prédio com as bocas abertas, prontos para atacá-lo . sem hesitar, ele rodopiou como um redemoinho, eliminando os inimigos que subiam. pisando na cabeça de um deles , ele usou o impulso para voltar ao no topo do prédio.

_" tem algo errado...", murmurou.

_" eles está sendo usados como iscas..."

assim que chegou ao topo novamente, ele parou e analisou os arredores . foi então que viu uma figura diferente: um zumbi de seis braços, com olhos brilhantes e uma postura ameaçadora, observando-o.

_" que patético...", Levi disse, o desprezo evidente em sua voz.

_" achar que eu nasci ontem?..."

ao perceber que tinha sido descoberto, o zumbi ativou sua camuflagem e desapareceu na chuva. logo em seguida, os outros zumbis de quatro braços também recuaram, voltando a camuflagem e cessando o ataque.

agora, Levi estava sozinho novamente, cercado apenas de corpos dos inimigos que havia abatido. a chuva continuava a cair, lavando o sangue negro dos zumbis enquanto ele permanecia imóvel, os olhos fixos na chuva.

Continua...

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