Capítulo 13: Extra...

As meninas dormiam tranquilamente, fartas de pizza como nunca antes. Levi, com cuidado, ajeitou-as na cama e colocou duas pelúcias de ursinhos em seus braços. Ele observou por um instante as expressões serenas das crianças, refletindo sobre o contraste entre a inocência delas e a escuridão que o rodeava. Sentando-se em uma cadeira de embalo, chamou Mika.

— Vem cá, Mika.

Mika, com o coração acelerado, aproximou-se. Sem hesitar, sentou-se no colo de Levi, embora ainda estivesse nervosa com o que ele queria falar.

Levi passou a mão em seus cabelos, fazendo um cafuné leve.

— Mika, nunca mais vá para a rua. Não precisa mais disso. Quero que treine e se torne uma caçadora. Mude seu destino agora que tem essa chance.

Mika ergueu os olhos, surpresa, mas comovida.

— Sim, senhor. Mas por que fez tanto por mim? Eu não sou especial. Não tenho nada para dar em troca...

Levi suspirou, encarando-a com seus olhos frios.

— O mundo é cruel, Mika. Ele mata qualquer esperança antes mesmo de nascermos. Mas quando olhei para você, achei que fosse diferente. Quando alguém morre, não sabe que está morto.

As palavras de Levi pesaram no ar. Mika, encarando-o com lágrimas nos olhos, perguntou:

— Você está morrendo?

Levi assentiu levemente, sem desviar o olhar.

— Sim, estou morrendo. Morrendo para a humanidade. Mas, em troca, ganhei coisas boas.

Mika abaixou a cabeça, processando suas palavras.

— Senhor... — ela hesitou, tentando segurar as lágrimas. — Ainda posso ter filhos. Se quiser um...

Levi riu baixo, apertando levemente a bochecha dela.

— Não me chame de senhor. Eu ainda tenho 15 anos.

Mika arregalou os olhos, surpresa.

— Novinho assim? Verdade?

Nesse momento, a máscara de Levi se desfez, revelando seu rosto jovem e sério. Mika ficou boquiaberta.

— Que bonito...

Levi desviou o olhar, pensativo.

— Mika, a vida nem sempre é como queremos. Quanto mais tentamos fazer o certo, mais parece que erramos. Essa realidade é feita de vazio e dor.

Mika engoliu em seco, tentando segurar as lágrimas.

— Você consegue acreditar em você mesma?

Ao ouvir isso, Mika finalmente desabou em lágrimas. Nos olhos de Levi, ela viu uma dor tão profunda que parecia interminável.

— Acredito — respondeu ela, entre soluços.

Levi pegou um anel prateado e colocou no dedo dela.

— Este anel tem uma poção. É suficiente para você e as meninas. Não sei se vou voltar.

Mika, tomada pela emoção, inclinou-se e deu um beijo no rosto de Levi.

— Estarei esperando, não importa quantos anos demore, amigo.

Levi levantou-a com cuidado, colocando-a na cama ao lado das meninas.

— Mika, não saia do quarto hoje. Será uma noite sangrenta.

Ela, ainda chorando, forçou um sorriso.

— Como quiser.

Higure começou a cobrir novamente o rosto de Levi, restaurando sua máscara. Ele saiu, fechando a porta atrás de si, enquanto pensamentos sombrios o atormentavam.

Desculpa, Mika. Acho que não tem volta para mim.

Continua...

>>>

Levi caminhava calmamente pelos corredores da pousada quando bateu na porta próxima. Bruna abriu com um sorriso e, sem hesitar, abraçou-o.

— Tio, trouxe minhas amigas!

Levi olhou para dentro e viu três moças, todas da idade de Bruna. Ele cumprimentou-as com um tom calmo:

— Boa noite.

As garotas, no entanto, ficaram tensas ao notar os olhos roxos de Levi com pupilas fendidas brilhando por trás da máscara.

Bruna, tentando aliviar o clima, explicou:

— Meninas, esse é meu tio. Vamos dormir juntos hoje.

As três gaguejaram, vermelhas como tomates, trocando olhares desconcertados.

— Bruna... ele é um homem... isso é perigoso!

disse uma.

— Eu... eu não tô preparada ainda.

falou outra.

— "É minha primeira vez...", disse baixinho a terceira.

Levi, percebendo a confusão, riu de leve.

— Só íamos dividir o quarto, mas se quiserem dividir a cama... que fofinhas.

As três ficaram ainda mais sem jeito, desviando os olhares dos olhos penetrantes dele.

Nesse momento, Jhonatan saiu de outro quarto, segurando Levi pelo braço.

— Mano, como foi com a gata? A mãe das gêmeas?

Levi arqueou uma sobrancelha por trás da máscara.

— Que gata?

Jhonatan deu um sorriso travesso.

— Você não brinca em serviço, hein?

Levi, impassível, deu um leve peteleco na testa de Jhonatan.

— Era só uma amiga. Ela vai morar do lado de vocês.

Bruna, tentando mudar de assunto, disse corando:

— Tio, vamos jantar?

Levi, afofando os cabelos da sobrinha, respondeu:

— Bora. O que tem, Jhonatan?

Jhonatan coçou a cabeça, envergonhado:

— Só uns cogumelos...

Levi, balançando a cabeça, retirou de seu anel cinco pizzas tamanho família de queijo e três garrafas de Coca-Cola geladas, colocando-as no chão.

— Podem comer.

O grupo atacou a pizza com vontade. Enquanto Jhonatan mastigava uma fatia, Levi perguntou:

— Como foi com a Ari? Ela saiu atrás das escolhidas e não voltou?

Jhonatan engoliu com dificuldade antes de responder:

— Mano, ela não escuta ninguém. Tentamos avisar a Associação de Caçadores, mas ninguém acredita que hoje a noite será banhada em sangue.

Levi ficou em silêncio por alguns segundos antes de afirmar:

— Eu vou achar a cunhadinha. Ela saiu quando estávamos conversando com o Carter?

Jhonatan assentiu, mas antes que pudesse continuar, Bruna e suas amigas adormeceram após comer bastante.

— Mano, o que você fez? — Jhonatan perguntou desconfiado.

Levi respondeu com frieza:

— Botei para dormir. É melhor assim.

Enquanto Jhonatan começava a sentir-se sonolento, ele protestou:

— Levi... por que eu também...?

Levi levantou-se, olhando para o amigo com os olhos frios.

— É melhor assim. Durma bem.

Jhonatan caiu no sono. Levi pegou as meninas, colocando-as na cama uma a uma, cobrindo-as com cuidado. Depois, carregou Jhonatan até o quarto dele, deitando-o na cama com um leve toque na testa.

— Boa noite, Jhonatan.

O rosto de Levi tornou-se sério de repente.

— Cheiro de sangue... minha cunhadinha está com problemas. Melhor eu ir.

Ao sair do quarto, ele encontrou Elen com suas subordinadas.

— Já começou, né? — disse ela, com firmeza. — Escondi as crianças no subsolo, como você pediu, e vou proteger Mika e as filhas dela, como prometido.

Levi fez um cafuné em Elen, o que surpreendeu suas subordinadas.

— Bom trabalho.

Enquanto passava por elas, também fez um cafuné em cada uma, arrancando sorrisos tímidos e bochechas coradas.

— Bom trabalho, meninas.

Sem perder mais tempo, Levi saltou pela janela, desaparecendo na escuridão da noite.

— Tô chegando, cunhadinha... — murmurou, enquanto o ar ao seu redor parecia gelar.

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Comments

tata

tata

a história tá incrível continua escrevendo por favor

2024-12-20

5

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