Capítulo 8: base de sobreviventes

Levi ajustou sua máscara enquanto olhava para as sombras e zumbis à sua volta. Com um leve sorriso, ele disse:

— Jhonatan, sobe nas minhas costas. Vou precisar das duas mãos.

Jhonatan, hesitante, subiu rapidamente, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Levi e segurando firme.

— Tô pronto. — murmurou, tentando controlar a respiração.

Sem aviso, Levi desapareceu em um borrão de velocidade. Quando reapareceu, as sombras caíam em pedaços ao seu redor. O som de lâminas cortando o ar e o grunhido dos inimigos ecoavam enquanto sangue preto pingava nas ruas abaixo.

Levi deu um passo para trás, desviando de um ataque surpresa. Girando o corpo com agilidade, ele cortou vários braços das sombras que tentavam alcançá-lo, fazendo-as recuar com gritos animalescos.

— Eles são persistentes... — disse, enquanto preparava seu próximo movimento.

De repente, ele saltou para o chão, mergulhando diretamente em meio à multidão de zumbis que atacavam de todos os lados. As sombras, famintas, desceram para o nível da rua, tentando cercá-lo. Percebendo o perigo, Levi pisou com força no solo, criando uma rachadura, e saltou para o lado externo de um prédio em ruínas.

— Não sou idiota de ser cercado! — gritou enquanto corria, desviando de mordidas das sombras ocultas que o perseguiam.

Jhonatan, ainda em suas costas, tentava acompanhar a cena.

— Que dia louco! Eu nem tô lutando, mas meu coração tá disparado!

Levi riu brevemente, sacando uma segunda lâmina do anel.

— O meu também, mas temos que sobreviver. Não podemos vencer isso tudo.

Com movimentos rápidos e precisos, Levi bloqueou os ataques que vinham de todas as direções. Ele observava o ambiente, analisando cada saída possível.

— Demorou um pouco, mas já achei nossa rota de fuga. — disse, com determinação.

Enquanto continuava a correr pelos prédios, Levi percebeu um zumbi evoluído se preparando para saltar na direção deles. Sem hesitar, ele pulou na cabeça do inimigo, usando-o como plataforma para um salto ainda mais alto.

Com força, Levi impulsionou-se contra o lado externo de outro prédio, pisando na parede para ganhar ainda mais velocidade. O movimento foi rápido e inesperado, despistando os zumbis que o perseguiam.

Ao aterrissar em um telhado distante, ele olhou para trás, vendo a horda confusa e espalhada.

— Conseguimos despistá-los... por enquanto. — disse, colocando Jhonatan no chão.

Jhonatan ofegante respondeu:

— Você é insano, cara. Insano!

Levi apenas sorriu por trás da máscara, seus olhos roxos brilhando enquanto olhava para o horizonte, já planejando o próximo movimento.

Continua...

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Levi encarava Jhonatan com olhos curiosos por trás da máscara.

— Sua amiga é uma escolhida? — perguntou.

Jhonatan assentiu, parecendo pensativo.

— Sim. Na base onde eu moro, há três escolhidas. Elas protegem a cidade contra os zumbis evoluídos. Mas tivemos uma discussão antes de eu sair. Ela foi contra minha ideia de explorar, mas aquele cara... Ele era nosso amigo de infância. Não consigo suportar a ideia de que ele mentiu, dizendo que tentou me salvar, enquanto na verdade...

Jhonatan parou, contendo a raiva que surgia em sua voz. Levi, impassível, olhou para o horizonte, avistando uma grande muralha.

— Atrás daquela muralha está sua base? — perguntou Levi.

— Sim, é lá. — respondeu Jhonatan.

Sem dizer mais nada, Levi segurou Jhonatan pela cintura e começou a caminhar em direção à base. Quando se aproximaram, Levi avistou homens armados com metralhadoras no topo da muralha e zumbis vagando perto do portão.

— Por que não mataram os zumbis? — perguntou.

— É um teste. Quem quiser entrar tem que lidar com eles. Gastar balas não vale a pena. — explicou Jhonatan.

Levi, sem demonstrar emoção, tirou uma mochila cheia de suprimentos do anel. Colocando Jhonatan no chão, ele perguntou:

— Tem alguma taxa para entrar?

— Um pacote de pão ou um enlatado. — respondeu Jhonatan.

Levi sorriu de canto, sacando sua lâmina meia lua.

— Sem problemas.

Os zumbis perceberam Levi e começaram a avançar com grunhidos altos. Do topo da muralha, os sentinelas observaram com interesse.

— Temos visitas. — disse um deles.

— Olhem a mochila dele. Deve estar cheia de comida. — comentou outro.

Um deles, o "amigo" traidor de Jhonatan, ficou pálido ao avistar o garoto ao lado do mascarado.

— Droga... Ele sobreviveu. Estou em apuros. — murmurou.

Levi andava calmamente, movendo sua lâmina de forma quase artística. Em segundos, os zumbis caíram mortos no chão. Ao chegar perto do portão, foi recebido por guardas armados.

— Foi mordido? Tem comida? — perguntaram, de forma ríspida.

Levi jogou uma barra de chocolate para um dos guardas.

— Como viram agora, não fui mordido. Posso entrar?

Os guardas, gananciosos, olharam para a mochila cheia de suprimentos e disseram:

— Essa mochila está cheia. Divide com a gente. Não tem empatia?

Levi encarou os homens, seus olhos roxos brilhando entre as fendas da máscara. O olhar predatório fez os guardas recuarem, engolindo em seco.

— Foi mal, era brincadeira. Pode entrar. — disseram, apressadamente.

Jhonatan riu ao dar um passo à frente.

— O time do capitão Caio não muda mesmo.

Passando pelo portão, Levi viu a base pela primeira vez: uma pequena cidade cheia de vida. Crianças brincavam, idosos trabalhavam, e mulheres grávidas carregavam suprimentos. Apesar disso, a cena era dura.

— É triste, mas quem não trabalha não come. Alguns têm que vender o próprio corpo. — explicou Jhonatan.

Levi olhou para o outro lado e viu mulheres oferecendo seus serviços em troca de comida. Uma delas, aproximando-se dele, disse:

— Irmão, faço você se sentir no céu. Tem pão?

Levi a encarou, e ela congelou ao ver os olhos roxos e ameaçadores por trás da máscara. Ele segurou o queixo da garota e perguntou:

— Tem filhos?

— Tenho... Duas crianças. Por favor, não me machuque! — respondeu ela, tremendo.

Sem dizer nada, Levi tirou a mochila cheia de suprimentos e entregou à mulher. Ela, aliviada, curvou-se, agradecendo.

— Obrigada, senhor. Quando quiser, estou à disposição... de graça.

Levi pensou consigo mesmo: No apocalipse, o mundo muda, e as pessoas também. É bom ver o esforço de quem luta para sobreviver.

Seguindo Jhonatan, Levi chegou a um ponto onde o garoto parou de repente.

— Ali está minha irmãzinha! E... Ari Mile, minha amiga. — disse ele, apontando para duas figuras próximas.

Ari, ao vê-lo, suspirou aliviada, mas caminhou até ele e deu um peteleco em sua testa.

— Achei que tinha morrido, idiota! — disse ela, irritada.

A irmãzinha de Jhonatan correu para abraçá-lo, chorando de alívio.

— Você não voltou! Achei que tinha morrido! — exclamou, apertando-o com força.

Jhonatan, sorrindo nervosamente, respondeu:

— Desculpa. Um amigo me ajudou.

Quando Ari olhou para Levi, seu coração disparou. Os olhos predatórios do mascarado fizeram-na puxar sua espada por instinto.

— Pesadelo... está aqui? — disse, pálida.

— Calma, Ari! Ele não é inimigo. — apressou-se Jhonatan.

Levi aproximou-se dela com um sorriso frio.

— Minha cunhadinha tem um temperamento forte. Gostei de você.

Continua...

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