Capítulo 7: Predador contra Predadores

Levi subiu pelas fendas do prédio, retornando ao local onde Jhonatan dormia profundamente, alheio ao que acabara de acontecer. Ele se sentou calmamente na cadeira de praia, suspirando enquanto tocava a máscara que ocultava seu rosto.

— Metade zumbi... — murmurou, encarando o horizonte escuro. — E você, Higure, caçando a própria espécie?

A máscara começou a se desfazer lentamente, revelando o rosto de Levi, iluminado apenas pela luz pálida da lua. Ele encarou o vazio por um momento antes de perguntar:

— Por que gosta tanto do meu rosto?

A gosma preta que formava a máscara começou a se mover, transformando-se na figura de uma mulher esguia, com cabelos brancos que brilhavam à luz lunar. Seus olhos eram vermelhos como sangue, com pupilas fendidas que pareciam perfurar a alma de quem a olhasse.

Ela se sentou na beira da cadeira, olhando para Levi com um misto de melancolia e determinação.

— Desculpe por usar seu corpo... — disse, sua voz suave, mas carregada de um peso indescritível. — Seu rosto me lembra de alguém.

Levi suspirou profundamente, deixando escapar um sorriso irônico.

— Então eu pareço com o humano que você amava, não é? É por isso que virou meu antídoto, por isso caça a própria espécie.

Ela assentiu, seus olhos fixos nos dele.

— Sim... Está certo.

Levi, ainda sentado, abriu os braços em um gesto acolhedor, sua expressão séria, mas cheia de propósito.

— Vamos caçar juntos, Higure. Nesse mundo Z, só faz sentido lutar com um parceiro ao lado.

A figura sorriu levemente e, sem hesitar, sentou-se no colo de Levi, como se buscasse um momento de paz.

— Higure... Eu gostei desse nome. — disse ela, antes de seu corpo começar a se desfazer em pequenas partículas negras.

A gosma retornou ao corpo de Levi, cobrindo lentamente seu rosto e formando a máscara novamente. Era como se nunca tivesse deixado de estar ali. Levi olhou para sua perna, percebendo que o corte da batalha anterior estava completamente curado.

— Obrigado, Higure. — disse ele, tocando levemente a máscara, sentindo uma conexão ainda mais profunda com ela.

Seus olhos, agora mais intensos do que nunca, brilhavam em um tom púrpura com pupilas fendidas enquanto encaravam a lua.

— Vamos mudar esse mundo Z... Juntos. — murmurou, antes de recostar-se na cadeira, pronto para o que viria pela frente.

Continua...

>>>

Levi estava sentado na cadeira de praia, encarando a lua enquanto tocava a máscara em seu rosto.

— Tem algum perigo se um zumbi evoluído me morder? — perguntou, seus olhos fixos no céu.

Higure, sua companheira sombria, respondeu em sua voz calma:

— Não tem. Afinal, eu também era uma zumbi evoluída.

Levi acenou com a cabeça, processando a informação.

— Entendo...

A noite avançou, e Levi permaneceu imóvel, contemplando o horizonte. Por ser metade zumbi, dormir era desnecessário; apenas um curto descanso já bastava. Quando o amanhecer começou a colorir o céu, ele se espreguiçou e olhou para suas roupas, rasgadas e sujas da batalha do dia anterior.

— Preciso trocar de roupa. Estas estão horríveis... — murmurou, começando a tirar as peças.

Enquanto estendia a mão para o anel que guardava suas roupas, Higure agiu antes. A gosma negra começou a cobrir seu corpo, transformando-se em um traje completo de mercenário, inteiramente preto.

— Eu cuido do seu corpo, Levi. — disse ela. — Dei uma olhada nas suas memórias; estas são as roupas que você usava no jogo, certo?

Levi tocou o tecido, surpreso.

— Que possessiva... Mas obrigado. — respondeu com um sorriso.

Depois de se vestir, ele tirou algumas caixinhas de Nescau gelado e bolos do anel. A máscara de Higure recuou para que ele pudesse comer, revelando seu rosto. Após terminar, a máscara voltou a cobrir seu rosto com perfeição.

Levi se aproximou de Jhonatan, que ainda dormia, e deu um leve toque em seu ombro.

— Acorda, cara. Já é de manhã.

Jhonatan, sonolento, bocejou enquanto se levantava.

— Já é dia?

— Sim, e está perigoso ficar aqui fora por muito tempo. Zumbis inteligentes não vão esperar.

Jhonatan começou a comer o bolo e beber o Nescau que Levi havia deixado. Enquanto isso, Levi foi até a beira do prédio e olhou para baixo. O restaurante onde havia lutado na noite anterior estava cercado por zumbis. A legião olhava para ele, faminta.

— Que coisa... Estão sem paciência. — murmurou, encarando-os com seus olhos roxos brilhando por trás da máscara.

Ele voltou para onde Jhonatan estava, guardando as cadeiras de praia e o abajur elétrico.

— Vamos.

Jhonatan terminou sua refeição e respondeu:

— Vamos, mano.

Levi pegou Jhonatan pela cintura com facilidade, segurando-o enquanto olhava o horizonte.

— Que dia lindo.

Abaixo deles, os zumbis começaram a grunhir e correr, atraídos pelo som de seus movimentos.

— Mano, tem muito zumbi! — disse Jhonatan, nervoso. — Vamos por outro caminho.

Levi respondeu com um tom sarcástico:

— Nem pensar.

Ele saltou do prédio, descendo pelas fendas. O som do impacto ecoou, atraindo ainda mais zumbis. As criaturas começaram a correr em sua direção, grunhindo e mostrando dentes afiados.

— Se eu morrer, vou puxar seu pé! — gritou Jhonatan.

Levi riu, mantendo seu tom irônico.

— Se sobrar algo de você.

Correndo pelo lado externo do prédio, Levi saltava entre os edifícios, seguido pelos zumbis.

— Sempre disseram que zumbis só andam, mas esses aqui correm e pulam como malucos! — comentou, em tom de deboche.

Jhonatan, agarrado a Levi, respondeu:

— Só os escolhidos têm habilidades físicas assim...

Enquanto corria, Levi puxou sua lâmina meia lua, fazendo um movimento rápido e diagonal.

— O que foi? — perguntou Jhonatan.

— Zumbis camuflados.

Jhonatan piscou e viu carniçais caindo no chão, cortados pela lâmina de Levi.

— Que desgraça... São sombras! — exclamou Jhonatan. — A versão evoluída dos carniçais normais.

Levi parou em um prédio próximo, observando a situação ao redor.

— Tem um monte deles.

Jhonatan olhou para baixo, vendo a rua repleta de zumbis comuns, e para frente, onde centenas de sombras com línguas babando os encaravam.

— Mano, você dá conta? Eu nem cheguei a namorar!

Levi limpou o sangue preto de sua lâmina e respondeu calmamente:

— Acho que sim. Ainda quero ver minha sobrinha e minha cunhada.

Ele encarou as sombras com seus olhos roxos e pupilas fendidas. Os predadores o encararam de volta, famintos. Ambos sabiam que apenas o mais forte sobreviveria naquele confronto.

Continua...

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