Levi subiu pelas fendas do prédio, retornando ao local onde Jhonatan dormia profundamente, alheio ao que acabara de acontecer. Ele se sentou calmamente na cadeira de praia, suspirando enquanto tocava a máscara que ocultava seu rosto.
— Metade zumbi... — murmurou, encarando o horizonte escuro. — E você, Higure, caçando a própria espécie?
A máscara começou a se desfazer lentamente, revelando o rosto de Levi, iluminado apenas pela luz pálida da lua. Ele encarou o vazio por um momento antes de perguntar:
— Por que gosta tanto do meu rosto?
A gosma preta que formava a máscara começou a se mover, transformando-se na figura de uma mulher esguia, com cabelos brancos que brilhavam à luz lunar. Seus olhos eram vermelhos como sangue, com pupilas fendidas que pareciam perfurar a alma de quem a olhasse.
Ela se sentou na beira da cadeira, olhando para Levi com um misto de melancolia e determinação.
— Desculpe por usar seu corpo... — disse, sua voz suave, mas carregada de um peso indescritível. — Seu rosto me lembra de alguém.
Levi suspirou profundamente, deixando escapar um sorriso irônico.
— Então eu pareço com o humano que você amava, não é? É por isso que virou meu antídoto, por isso caça a própria espécie.
Ela assentiu, seus olhos fixos nos dele.
— Sim... Está certo.
Levi, ainda sentado, abriu os braços em um gesto acolhedor, sua expressão séria, mas cheia de propósito.
— Vamos caçar juntos, Higure. Nesse mundo Z, só faz sentido lutar com um parceiro ao lado.
A figura sorriu levemente e, sem hesitar, sentou-se no colo de Levi, como se buscasse um momento de paz.
— Higure... Eu gostei desse nome. — disse ela, antes de seu corpo começar a se desfazer em pequenas partículas negras.
A gosma retornou ao corpo de Levi, cobrindo lentamente seu rosto e formando a máscara novamente. Era como se nunca tivesse deixado de estar ali. Levi olhou para sua perna, percebendo que o corte da batalha anterior estava completamente curado.
— Obrigado, Higure. — disse ele, tocando levemente a máscara, sentindo uma conexão ainda mais profunda com ela.
Seus olhos, agora mais intensos do que nunca, brilhavam em um tom púrpura com pupilas fendidas enquanto encaravam a lua.
— Vamos mudar esse mundo Z... Juntos. — murmurou, antes de recostar-se na cadeira, pronto para o que viria pela frente.
Continua...
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Levi estava sentado na cadeira de praia, encarando a lua enquanto tocava a máscara em seu rosto.
— Tem algum perigo se um zumbi evoluído me morder? — perguntou, seus olhos fixos no céu.
Higure, sua companheira sombria, respondeu em sua voz calma:
— Não tem. Afinal, eu também era uma zumbi evoluída.
Levi acenou com a cabeça, processando a informação.
— Entendo...
A noite avançou, e Levi permaneceu imóvel, contemplando o horizonte. Por ser metade zumbi, dormir era desnecessário; apenas um curto descanso já bastava. Quando o amanhecer começou a colorir o céu, ele se espreguiçou e olhou para suas roupas, rasgadas e sujas da batalha do dia anterior.
— Preciso trocar de roupa. Estas estão horríveis... — murmurou, começando a tirar as peças.
Enquanto estendia a mão para o anel que guardava suas roupas, Higure agiu antes. A gosma negra começou a cobrir seu corpo, transformando-se em um traje completo de mercenário, inteiramente preto.
— Eu cuido do seu corpo, Levi. — disse ela. — Dei uma olhada nas suas memórias; estas são as roupas que você usava no jogo, certo?
Levi tocou o tecido, surpreso.
— Que possessiva... Mas obrigado. — respondeu com um sorriso.
Depois de se vestir, ele tirou algumas caixinhas de Nescau gelado e bolos do anel. A máscara de Higure recuou para que ele pudesse comer, revelando seu rosto. Após terminar, a máscara voltou a cobrir seu rosto com perfeição.
Levi se aproximou de Jhonatan, que ainda dormia, e deu um leve toque em seu ombro.
— Acorda, cara. Já é de manhã.
Jhonatan, sonolento, bocejou enquanto se levantava.
— Já é dia?
— Sim, e está perigoso ficar aqui fora por muito tempo. Zumbis inteligentes não vão esperar.
Jhonatan começou a comer o bolo e beber o Nescau que Levi havia deixado. Enquanto isso, Levi foi até a beira do prédio e olhou para baixo. O restaurante onde havia lutado na noite anterior estava cercado por zumbis. A legião olhava para ele, faminta.
— Que coisa... Estão sem paciência. — murmurou, encarando-os com seus olhos roxos brilhando por trás da máscara.
Ele voltou para onde Jhonatan estava, guardando as cadeiras de praia e o abajur elétrico.
— Vamos.
Jhonatan terminou sua refeição e respondeu:
— Vamos, mano.
Levi pegou Jhonatan pela cintura com facilidade, segurando-o enquanto olhava o horizonte.
— Que dia lindo.
Abaixo deles, os zumbis começaram a grunhir e correr, atraídos pelo som de seus movimentos.
— Mano, tem muito zumbi! — disse Jhonatan, nervoso. — Vamos por outro caminho.
Levi respondeu com um tom sarcástico:
— Nem pensar.
Ele saltou do prédio, descendo pelas fendas. O som do impacto ecoou, atraindo ainda mais zumbis. As criaturas começaram a correr em sua direção, grunhindo e mostrando dentes afiados.
— Se eu morrer, vou puxar seu pé! — gritou Jhonatan.
Levi riu, mantendo seu tom irônico.
— Se sobrar algo de você.
Correndo pelo lado externo do prédio, Levi saltava entre os edifícios, seguido pelos zumbis.
— Sempre disseram que zumbis só andam, mas esses aqui correm e pulam como malucos! — comentou, em tom de deboche.
Jhonatan, agarrado a Levi, respondeu:
— Só os escolhidos têm habilidades físicas assim...
Enquanto corria, Levi puxou sua lâmina meia lua, fazendo um movimento rápido e diagonal.
— O que foi? — perguntou Jhonatan.
— Zumbis camuflados.
Jhonatan piscou e viu carniçais caindo no chão, cortados pela lâmina de Levi.
— Que desgraça... São sombras! — exclamou Jhonatan. — A versão evoluída dos carniçais normais.
Levi parou em um prédio próximo, observando a situação ao redor.
— Tem um monte deles.
Jhonatan olhou para baixo, vendo a rua repleta de zumbis comuns, e para frente, onde centenas de sombras com línguas babando os encaravam.
— Mano, você dá conta? Eu nem cheguei a namorar!
Levi limpou o sangue preto de sua lâmina e respondeu calmamente:
— Acho que sim. Ainda quero ver minha sobrinha e minha cunhada.
Ele encarou as sombras com seus olhos roxos e pupilas fendidas. Os predadores o encararam de volta, famintos. Ambos sabiam que apenas o mais forte sobreviveria naquele confronto.
Continua...
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Atualizado até capítulo 28
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