Jhonatan levantou-se abruptamente e declarou:
— Vou avisar a Ari sobre a traição das duas escolhidas!
Levi, com um leve sorriso, respondeu:
— Tá tudo bem, cara. Minha cunhadinha não é fraca. Vamos nos preparar. Parece que estamos sem tempo.
Jhonatan hesitou, mas, ao ouvir a confiança na voz de Levi, suspirou e sentou-se novamente. Levi então se virou para o velho Carter e perguntou:
— E você, Carter? Que arma usa?
O velho respondeu com uma risada:
— Uso uma espingarda de dois canos, garoto.
Levi mexeu no anel em seu dedo, e, em um piscar de olhos, uma espingarda de dois canos apareceu em suas mãos. Ele a entregou a Carter com um sorriso.
— Essa aqui é de última geração.
Carter segurou a arma, testando seu peso, e seus olhos brilharam de entusiasmo.
— Gostei! Tem um peso bom. Mas... essas balas não parecem normais, né?
Levi confirmou com um aceno:
— Não são. Foram criadas especialmente para matar zumbis. Embora eu prefira usar lâminas meia-lua, não me importo de brincar com armas de vez em quando. Já faz um tempo, mas ainda lembro como usar.
Jhonatan, que observava tudo, estava impressionado com a tecnologia das armas. Levi percebeu e tirou mais uma arma do anel: uma poderosa doze. Ele a entregou a Jhonatan com uma expressão séria.
— Pega essa doze, cara.
Jhonatan segurou a arma, surpreso com seu peso e design. Levi continuou:
— Eu vou dormir no quarto com a Bruna e as amigas dela hoje, mas quero que você fique perto. Quando os zumbis disfarçados de humanos aparecerem, vou deixar elas com você. As crianças vão precisar de você.
Jhonatan, ainda analisando a arma, assentiu com firmeza.
— Deixa comigo, mano.
Carter, que observava as armas, comentou com hesitação:
— Essas armas... elas parecem...
Antes que pudesse terminar, Levi lançou um olhar direto a ele, fazendo-o engolir em seco e mudar de ideia.
— Esquece! Vamos nos preparar. Hoje, eu mato pesadelos!
Levi sorriu de canto e respondeu:
— Boa atitude.
Levi então anunciou:
— Vou sair por um momento. Já volto.
O grupo respondeu com sinais de positivo, enquanto cada um começava a se preparar para o que estava por vir.
Continua...
>>>
Levi caminhava pelas ruas, sentindo olhares fixos e não humanos o seguindo. Ele fingia não perceber, mantendo sua expressão neutra enquanto seus sentidos permaneciam alertas. Eventualmente, virou em direção a uma rua onde as mulheres trocavam seus serviços por comida. Seus olhos logo identificaram Mika, a mulher a quem havia dado uma bolsa cheia de mantimentos algumas horas atrás.
Ao vê-lo, Mika, que antes exibia olhos vazios, correu em sua direção com um sorriso genuíno e o abraçou.
— É bom ver você, senhor! — disse ela animada. — Eu troquei alguns enlatados por preservativos, como o senhor sugeriu.
Levi segurou sua cintura com firmeza, demonstrando gentileza e ao mesmo tempo autoridade.
— Me leve até sua casa — pediu calmamente.
Mika hesitou por um momento.
— Senhor... meu quarto é pequeno e alugado. Tem crianças...
Levi interrompeu, sorrindo.
— Não vou fazer nada.
Ela relaxou, dando um suspiro aliviado.
— Me chamo Mika — disse, segurando o braço de Levi e guiando-o pelas ruelas até um prédio desgastado.
Enquanto subiam as escadas, o proprietário das casas apareceu, bloqueando o caminho.
— Mika, é proibido trazer homem pro quarto. Já pagou os aluguéis atrasados? — Ele deu um sorriso malicioso antes de continuar. — Ou vai querer pagar de outra forma?
Levi olhou para o homem com desprezo.
— Que nojento. Hoje você está fora da lista que eu vou salvar.
O proprietário riu, desdenhoso.
— Que ameaça vazia! Eu sou alguém próspero nessa cidade.
Levi ignorou o homem, voltando sua atenção a Mika.
— Tá tudo bem, Mika. Me leve até o quarto.
Mika assentiu nervosamente e abriu a porta de um quarto minúsculo e mal iluminado. No chão, duas gêmeas brincavam com pedaços de madeira improvisados como brinquedos. Assim que viram Mika, correram em sua direção, abraçando-a.
— Mamãe! — gritaram as duas em uníssono.
Quando perceberam Levi, com seus olhos estranhos por trás da máscara, recuaram, assustadas.
— Tá tudo bem, meninas — Mika explicou. — Foi ele que deu a comida hoje.
As crianças hesitaram, mas a mais velha tomou coragem e disse:
— Obrigado, senhor.
Levi sorriu por trás da máscara.
— Que lindas vocês são.
Mika olhou para as filhas e comentou:
— Usei a comida para comprar umas roupas para elas.
Levi, com naturalidade, pegou as duas no colo, uma em cada braço.
— Mika, vou ser o tio delas agora.
Mika arregalou os olhos, surpresa.
— Sério? Não tenho como pagar por isso...
Levi lançou um olhar sério para ela.
— A gente conversa depois.
Percebendo que havia chateado Levi, Mika rapidamente mudou de assunto.
— Senhor, tenho água para beber.
— Quantos anos você tem, Mika? — perguntou ele, ignorando a oferta.
Mika, vendo as filhas relaxadas no colo de Levi enquanto ele fazia cafuné nelas, respondeu:
— Tenho 24. As meninas têm 7 anos. Tive elas com 17. O pai... ele sumiu em uma exploração de suprimentos. Desde então... a vida tem sido difícil.
Ao perceber que estava falando demais, Mika parou e olhou para Levi, nervosa.
— Desculpa, falei demais.
— Tá tudo bem — respondeu Levi, sem emoção. Ele então olhou para as meninas. — Como vocês se chamam?
A mais velha respondeu timidamente:
— Sou a Mirela.
A mais nova disse:
— Sou a Melzinha.
Levi sorriu novamente.
— Querem mudar de casa? O tio vai dar coisas gostosas pra comer e uma cama confortável.
As meninas olharam para Mika, buscando aprovação.
— A mamãe pode ir com a gente? — perguntou Melzinha.
— Pode sim — respondeu Levi.
Mirela abraçou o pescoço de Levi.
— Tio, você é assustador, mas eu amo você!
Melzinha completou:
— Eu também te amo, tio!
Levi apertou ambas em um abraço.
— Eu também amo vocês, gatinhas.
Ele então se levantou com as duas no colo e olhou para Mika.
— Vamos para a pousada no centro da cidade.
Mika hesitou novamente.
— Mas, senhor...
— Mika, você quer continuar aqui? — perguntou Levi, interrompendo-a.
Mika balançou a cabeça e sorriu, emocionada.
— Obrigada, senhor. Vou aonde achar melhor.
Ela rapidamente começou a arrumar suas coisas. Enquanto saíam, o proprietário apareceu novamente, furioso.
— Café é o pagamento? Vai sair sem pagar?!
Mika pegou a bolsa com os poucos enlatados que tinha e jogou na direção dele.
— Não preciso disso.
O homem rangia os dentes, olhando diretamente para Levi.
— Mascarado... você vai me pagar!
Levi lançou um último olhar frio antes de sair com Mika e as meninas, ignorando completamente o homem.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 28
Comments