“Éster”
O ônibus para e lá está minha mãe, desço, a abraço e me sinto mais forte.
_ Calma, criança, me conta o que aconteceu.
_ Vamos para casa, mãe, que o assunto é longo e você ficará muito brava comigo.
Pegamos o táxi e fomos para casa. Chegamos e conto tudo para minha mãe até da gravidez. Ela para e reflete, me diz:
_ Você quer ter esta criança. Éster?
_ Claro, mãe, nunca pensei em tirar.
_ Então te apoio e faremos isso juntas, e você não contará para o cretino? Pelo que você falou, ele tem muito dinheiro, poderia te ajudar com a criança.
_ Não, ele não merece ser pai de ninguém, eu criarei meu filho sozinha, se depender de mim, ele nunca vai saber.
_ Sozinha, não, criaremos juntas, nunca deixarei você sozinha. Mas acho que você está errada em não contar para ele, você errou, mas não fez isso sozinha.
_ Henrique não me queria e também não quererá essa criança, eu não deixarei ele tentar me convencer a tirar meu filho.
Minha tia me liga:
_ Você está bem. Éster, por que foi embora deste jeito sem nem me avisar? Cheguei em casa e achei seu bilhete.
_ Estou bem, tia, não se preocupe, só quis vir para casa, o curso praticamente acabou.
_ Aquele seu professor esteve aqui te procurando, queria seu endereço, disse precisar falar com você com urgência.
_ A senhora não deu meu endereço para o Henrique, deu?
_ Dei, achei que podia ser alguma coisa do curso.
Dei um suspiro, me acalmei, minha tia, não tem como saber que eu não queria que Henrique soubesse meu endereço.
_ Tá bom, tia, não tem problema se Henrique aparecer, me entendo com ele.
_ Tchau, Éster, fique bem.
_ Tchau, tia.
Também, o que tem ela, dar meu endereço para ele? Ele não vem tão longe atrás de mim.
# Ele está aqui.
“Éster”
Não acredito que ele venha, mas se vier, eu falarei umas verdades para ele. Estamos almoçando e ouço parar um carro em frente de casa.
Minha mãe levanta e vai ver quem é. Volta, assustada, me diz:
_ Não conheço seu cretino, mas acho que é ele que está aí na porta. Éster.
Começo a tremer, ele está aqui… Por quê? Se ele já está com a outra.
_ Mãe, vou lá falar com ele, não se mete.
_ Se ele te agredir chamo a polícia.
_ Mãe, ele não vai me agredir. Ele é gentil, amoroso, não me fará mal.
Quando abri a porta, ele entra como um vento e me abraça. Sinto a tristeza dele, como pode ser tão falso, estava lá beijando outra e agora está aqui todo apaixonado.
_ Fiquei preocupado, o que aconteceu? Por que você veio embora assim? Sem falar comigo, me deixou desesperado.
Me afastei dele e friamente dou o ultimato.
_ Porque cansei de ser sua namorada, preciso de espaço para crescer na minha profissão e você está me sufocando.
_ Tudo bem. Éster, se você está com medo do compromisso, eu te entendo, faz pouco tempo que estávamos juntos, vamos só namorar. Venho para cá de vez enquanto você vai lá, até você perder seu medo.
_ Não quero mais nada com você, Henrique, tudo o que eu queria era aprender suas táticas e consegui. E outra coisa, você não conseguirá ficar sem mulher tanto tempo, eu não levo jeito para ser corna.
_ Não pode ser, esta não é você, eu te amo, você não pode me deixar assim sem uma explicação, isso que você está falando não faz sentido.
_. Pois repetirei para você, não quero mais nada com você, só te usei, agora acabou. Vai embora e me esquece, você não cabe na minha vida.
_ Meu Deus, como fui tão cego, que não enxerguei a pessoa por trás da cara de anjo. Você me usou o tempo todo, fui um estúpido, me deixei levar pelo meu coração. Mas pode ficar tranquila que não te incomodarei mais.
Por um momento, vi mágoa nos olhos dele, se eu não tivesse visto ele beijando, outra acreditaria no amor dele, mas ele me traiu. Ele, sim, me usou, me fez de idiota, estupida, ia me descartar como uma simplória do interior. Isso que ele está sentindo é orgulho de macho ferido porque fui eu quem o larguei e não o contrário.
“Henrique”
_ Ester, vou embora para nunca mais voltar, exceto se você me der uma explicação para tudo isso. Estou te dando o direito à dúvida, não consigo acreditar que foi tudo uma mentira.
_ Já te dei a explicação que você merece, adeus.
Fechei a porta e chorei. Porque é a única coisa que me sobrou, a sensação de abandono, de que perdi o amor de minha vida.
“Minha mãe”
_ Tem certeza disso, minha filha, ele parece estar sofrendo. Não me pareceu falsidade.
_ É tudo falso, ele me quer, mas quer as outras também. E isso eu não aceitarei.
_ Então, está bem, levanta daí e vamos para a cozinha acabar de comer, porque a criança que está dentro de você precisa se alimentar.
_ Vamos, mãe.
Henrique foi embora e não tivemos mais notícias dele, era tudo uma mentira porque, se fosse verdade, ele não teria desistido tão fácil.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Maria Lucia
o cara foi atrás se declarou, deu uma chance e por orgulho ou por insegurança não conversou com ele.
As coisa se resolve com diálogo.
2025-03-09
1
Reilta Elias
Não gostei dela nessa conversa nem falou do beijo.
2025-03-14
1
Marlene Reis
Ahhh! Vá! Agora o cara é adivinhão🤔 Atitude bem infantil viu Esther 🙄
2025-04-02
0