Éster está gostosa, cheirosa, linda de viver.

“Henrique”

Nossa, quase não consigo me segurar. Éster consegue estar mais bonita do que antes, o perfume é o mesmo, está mais geniosa e mais forte. Continua ficando sem fôlego quando me vê, claro que foi pelo susto de me ver aqui.

E Samantha, então, que menina adorável, simpática e inteligente. Parece comigo, terei problemas para manter os meninos longe dela. Estou apaixonado pela minha filha e mostrarei para Éster que posso ser um excelente pai.

“Éster”

A cidade, em pouco tempo, fica sabendo que Henrique Constantino é meu novo sócio. Todas as mulheres da cidade querem tirar fotos no meu estúdio, se possível com ele. No começo, me irritei porque ele é todo simpático e usa aquele sorriso de conquistador barato para fazer com que elas se derretam por ele. Mas não tenho nada com isso, não posso ter ciúmes do que não é meu, então deixarei rolar e aproveitarei a boa maré.

Falei para os meninos entregarem senhas para Henrique poder atender todas elas, do jeito que ele achar melhor.

Estamos formando uma boa equipe, ele tira as fotos, eu revelo e os meninos entregam.

A revelação é demorada e acabei ficando depois do horário.

Avisei os meninos que poderiam ir embora que ficarei até mais tarde.

_ Podem ir para suas casas, eu adiantarei um pouco as revelações e depois vou também. E tranquem a porta porque estarei aqui na sala escura e tenho outra chave.

“Jessé”

  _ Pode deixar, Ester. Fechamos tudo para você.

“Henrique”

_ Podem ir que fecho, ficarei aqui mais um pouco.

 Os meninos, mesmo cismados, vão embora para descansar. Vou ficar aqui esperando Éster sair do quarto escuro, não vou larga-lá so xxx inha aqui.

“Ester”

Eu, quando estou na revelação, não escuto mais nada, foco nas fotos e vou trabalhando, de repente ouço bater na porta.

_ Espera, já poderei abrir, quem será? Mandei que fossem embora descansar.

_ Ok

_ Acabei a revelação e abri a porta.

Lá está Henrique com um sanduíche nas mãos. Olhei e virei para fechar a porta de novo.

Henrique é teimoso, sei que se não parar para comer, não vai me deixar em paz.

_ Venha comer. Éster, porque se você desmaiar, eu não acudirei.

_ Estou trabalhando, Henrique já disse que pode ir embora.

_ Saco vazio na para em pé. Por favor, vem comer. 

  _Tá bom, mas depois disso você vai para casa, certo?

Não me responde nada, só balança a cabeça.

Sentei com Henrique e comecei a comer, reconheci o gosto de anos atrás. Falei:

_ Você trouxe sua cozinheira com você?

_ Por quê?

_ Porque é o mesmo sanduíche que eu comia com você no seu estúdio

_ Te falei mais de uma vez que sou eu que faço meu sanduíche.

_ Vou acreditar, então, não mudou nada.

_ Mudei, estou mais maduro. 

_ Continua muito bonito, Henrique

Pensei comigo mesma:

“Nossa, o que estou fazendo?”

“Éster”

Ele fica olhando para mim, leva a mão e puxa o prendedor de cabelos e meu cabelo cai como uma cascata.

Não cortei, ele continua comprido. Ele fica olhando encantado.

_ É mais bonito do que eu me lembrava.

_ Me dá o prendedor Henrique preciso voltar ao trabalho.

_ Larga ele solto, adoro ver a luz refletir nele.

_ Você é impossível. Me devolve, meu prendedor! 

 _ Vem pegar!

Fui perto dele, que esticou a mão segurando meu prendedor. Cheguei perto e estiquei minha mão tentando pegar, mas sou bem mais baixa e não consegui alcançar. Quando percebi o que estava fazendo, estava com meu corpo encostado ao dele. Comecei a ter palpitação, me afastei rapidamente e entrei em minha sala escura. Espero que, na hora que eu sair, ele já tenha ido embora.

“Ester”

Trabalhei mais um pouco e resolvi ir para casa. Saí do quarto escuro e lá está Henrique me esperando. Tomei até um choque, ele acabará com meu psicológico. 

_ Porque você não foi embora?

_ Porque você não foi, se você não vai, eu também não vou.

_ Então estou indo, tchau

_ Você acha mesmo que deixarei você andar sozinha pelas ruas?

_ Sempre andei sozinha, não preciso de você.

_ Porque você tem um namorado frouxo, agora eu não permitirei que você se arrisque por aí sozinha.

_ Ok, então vamos. Você sabe que minha casa é duas quadras daqui?

_ Muita coisa pode acontecer em duas quadras.

_ Tipo, o quê? 

_ Você ser agredida por algum maluco.

  _ Sabe qual é a coisa boa de morar em uma cidade pequena? Todos nos conhecemos, não tem maluco e nem tarado na rua.

 _ Prefiro te levar até em casa. Sou um cavalheiro e não gosto de deixar uma dama andar sozinha.

  _ Para com isso, Henrique não funcionará.

  _ O que não funcionará? Só estou acompanhando minha sócia até sua casa.

 _ Já cheguei, estou em casa, tchau.

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