A tensão no ar era palpável. Grace e Camila estavam escondidas em um pequeno apartamento no centro da cidade, longe dos olhos de Fagner e de suas influências. Mas, embora estivessem longe de seus inimigos, a sensação de urgência não diminuía. Grace sabia que o tempo estava correndo, e Fagner não demoraria a encontrar seu rastro. Ela precisava agir rápido, mas algo a estava incomodando.
Camila observava Grace de longe, visivelmente preocupada. A amiga parecia absorta em seus pensamentos, como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeça impossível. Ela sabia o que estava em jogo, mas a dor de ver Grace tão quebrada, tão consumida pela vingança, mexia com seu coração.
“Grace...” Camila começou, sua voz suave, quase hesitante. “Eu sei que você quer vingança. E sei o que Fagner fez. Mas você não pode continuar vivendo por isso. Não para sempre.”
Grace virou-se lentamente para Camila, seus olhos castanhos fixos na amiga. “Eu sei o que você quer dizer, Camila. E, às vezes, eu mesmo me pergunto se estou fazendo a coisa certa. Mas a dor... a perda... Ele me destruiu. Ele destruiu tudo o que eu tinha de bom.”
Camila suspirou, sentando-se ao lado de Grace. “Eu sei. Eu sei o que Fagner fez a você, e eu também sou culpada, de certa forma, por ter ficado em silêncio. Mas eu te conheço, Grace. E você não é apenas uma mulher vingativa. Você sempre foi forte, cheia de vida. Não sei o que ele fez para tirar tudo isso de você, mas eu sei que você pode se reencontrar.”
Grace olhou para Camila por um momento, os olhos marejados, mas sem lágrimas. Era como se ela estivesse lutando contra um turbilhão interno. Ela sabia que, em parte, Camila tinha razão. Mas a ferida aberta em seu coração ainda estava sangrando, e a única maneira de estancar essa dor parecia ser a vingança.
“Não posso voltar atrás, Camila. Fagner tem que pagar por tudo o que fez. Não vou permitir que ele saia impune. Não agora. Eu não posso mais confiar em ninguém. Nem em você, nem em ninguém.”
Camila deu um suspiro profundo, mas ao invés de se afastar, ela segurou a mão de Grace, buscando algum contato humano, uma conexão. “Eu sei que você tem suas razões, Grace. Eu sei que a dor te consome, mas eu também sei que você é capaz de mais do que isso. Não deixe o ódio te definir. O que Fagner fez a você não pode ser apagado, mas a sua vida... a sua felicidade ainda pode ser recuperada. E não estou dizendo que você precisa perdoá-lo. Só estou dizendo que não precisa viver para se vingar dele. Se você continuar assim, você vai se perder no caminho da destruição.”
Grace ficou em silêncio, com a mente em conflito. Não sabia o que pensar. A dor e o desejo de justiça ainda a dominavam, mas Camila estava lhe oferecendo algo que ela havia perdido há muito tempo: uma alternativa.
“Eu não sei como isso vai acabar, Camila. Mas sei que não posso fazer isso sozinha.” Grace sussurrou, mais para si mesma do que para a amiga. “Eu preciso de ajuda. Preciso de alguém em quem confiar, e não sei mais se posso confiar em mim mesma.”
Camila sorriu com doçura, apertando a mão de Grace. “Você tem minha confiança, Grace. E eu estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. Vamos encontrar uma maneira de acabar com isso, sem perder quem você é.”
O silêncio pairou entre elas por alguns segundos, antes de Grace levantar a cabeça, os olhos agora mais firmes. Algo havia mudado nela. Não completamente, mas ela sentia que o ódio já não a controlava da mesma forma. Agora, ela precisava de algo mais: um plano.
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O Plano
Horas depois, Grace e Camila estavam na cozinha, com mapas espalhados sobre a mesa, enquanto discutiam as opções para finalmente alcançar Fagner e expô-lo de uma vez por todas. Mas, ao mesmo tempo, Grace sabia que, para vencer, ela precisava de mais do que inteligência e força. Ela precisava entender seus próprios limites.
“O que sabemos sobre ele?” Grace perguntou, com a voz agora mais calma. “Quais são os pontos fracos de Fagner? Onde ele é vulnerável?”
Camila, com seu olhar atento, começou a traçar pontos no mapa. “Fagner não é invencível, embora ele acredite que sim. Ele tem muitos aliados poderosos, mas nem todos são leais. Alguns de seus contatos podem ser convencidos a trair ele, se souberem o que ele fez.” Ela fez uma pausa, os olhos brilhando com uma nova determinação. “Eu tenho contatos. Pessoas que podem nos ajudar a destruir a rede que ele criou. Podemos expô-lo sem que ele perceba.”
Grace respirou fundo, seus olhos se fixando nos mapas. “Isso pode funcionar, mas precisamos ser rápidas. Se ele perceber, vai ser tarde demais.”
Camila assentiu. “Eu vou começar a trabalhar em algumas conexões. Sei onde podemos encontrar informações valiosas. Só preciso que você fique calma e aguarde. Não podemos correr o risco de fazer tudo de uma vez.”
Grace, pela primeira vez em muito tempo, sentiu um fio de esperança. Ela não estava mais sozinha. Camila, sua amiga, estava ao seu lado, e juntas poderiam fazer o impossível acontecer.
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Enquanto isso, em outro canto da cidade, Fagner não estava alheio aos movimentos de Grace. Ele sentia que algo estava acontecendo, que ela estava se preparando para algo grande. Não podia mais subestimá-la. E sabia que, antes de tudo, precisava encontrar uma maneira de destruir qualquer esperança que ela ainda tivesse.
“Grace...” Fagner murmurou para si mesmo, uma sombra de desprezo em seus olhos. “Você acha que pode me derrotar? Eu sempre estarei um passo à frente. Sempre.”
Mas, sem saber, ele estava jogando o jogo que Grace tinha preparado. Ela sabia o que ele pensava. Ela conhecia seus movimentos. E dessa vez, seria ele quem cairia na armadilha.
Neste capítulo, Grace começa a refletir sobre seu desejo de vingança e o que ele realmente significa para ela. Camila, sua amiga, oferece a perspectiva de uma nova vida, sem ódio, mas com a mesma determinação. O plano contra Fagner começa a tomar forma, e os dois lados se preparam para a batalha final.
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Atualizado até capítulo 21
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