MINHA SEGUNDA CHANCE
Grace acordou sob o som suave do canto dos passarinhos. Ela tentou se mover, mas uma sensação estranha a envolveu, como se estivesse flutuando.
“Foi um pesadelo. Só pode ser um pesadelo.” Pensou, tentando recuperar o fôlego.
Ela olhou ao redor. As paredes do quarto eram as mesmas, a janela ainda dava para o jardim da casa de seus pais, e a luz do sol entrava pelas cortinas como sempre fazia pela manhã. Não havia sinais de destruição, como ela se lembrava da última vez que esteve ali. Então, o pânico tomou conta de seu peito.
Ela estava de volta ao seu antigo quarto.
O coração de Grace disparou enquanto ela se sentava na cama e olhava ao redor, tentando entender o que estava acontecendo. O que era aquilo? Como ela poderia estar ali novamente, quando tudo já havia acontecido? O último dia em sua vida... o dia da sua morte, parecia tão vívido. A voz de Fagner, os olhares frios de Tereza, a dor de ser jogada pela janela. E o vazio. O silêncio.
“Não… isso não pode ser real. Eu… eu morri. Eu... meu filho… eu…”
A lembrança do filho que jamais teve a chance de conhecer fez suas lágrimas caírem. Mas ao olhar para suas mãos, viu que estava viva, jovem, com apenas 17 anos. Era como se tudo o que ela vivenciou jamais tivesse acontecido.
O aniversário de Grace. 15 de junho.
Era o mesmo dia de sempre. Ela tinha apenas 17 anos, a mesma idade de quando tudo começou, quando ela conheceu Fagner e o enredou na mentira de amor que acabou destruindo sua vida. A mesma idade com a qual ela poderia ainda mudar tudo. Poderia impedir a tragédia. Mas como? "Vou fazer diferente, viver minha vida de outra maneira e o melhor, vou me vingar de Fagner!"
A porta do quarto se abriu com um leve estrondo, e a figura imponente de seu pai entrou, com um sorriso de quem não sabia que sua filha estava prestes a ter o dia mais marcante de sua vida.
“Bom dia, Grace. Feliz aniversário, minha filha.” Disse o Sr. Macedo, com os olhos carregados de carinho.
Ela quase não conseguiu responder, tão perdida estava na situação.
“Pai... Eu... não sei o que está acontecendo...” Grace balbuciou, tentando entender a confusão em sua mente. “Como… como eu estou aqui? Eu... eu morri! Eu vi tudo! Eu vi o fim!”
“Claro que não, Grace. O que está dizendo?” Seu pai a olhou, um pouco preocupado, mas com a expressão gentil de sempre.
Ela engoliu a angústia e tentou se controlar. Não poderia contar a ele sobre o que havia vivido. Como explicar algo tão absurdo? Como explicar que ela estava de volta ao passado, com a chance de mudar seu destino? O destino que a levara à morte, e a perda de seu filho que estavaem seu ventre.
O que ela faria agora?
E a presença de Fagner? Ele ainda não havia entrado em sua vida de forma tão marcante. Ela o conhecia como aquele rapaz arrogante que se achava o centro das atenções, mas que, no fundo, era apenas um homem que se aproveitava das fraquezas dos outros para manipular, mas que também era o homem que ela amava. E Tereza? A vilã de sua história, com seu sorriso venenoso, sempre tentando se aproximar de Fagner, minando cada tentativa que Grace fazia para ser feliz.
“Grace,” seu pai a interrompeu, “temos algo importante para conversar. Um bom rapaz apareceu na cidade, o Rafael Duarte, filho de um dos nossos vizinhos. Ele parece ser uma pessoa muito boa, e tem interesse em conhecê-la. Talvez seja bom considerar mais uma possibilidade de futuro.”
A menção de Rafael Duarte fez Grace ficar tensa. Ela não sabia se deveria aceitar ou melhor, confiar em um jovem, que para ela era um estranho. Mas, ao mesmo tempo, ele parecia ser a única pessoa que ela poderia se apoiar sem as sombras de Fagner e Tereza pairando sobre ela, já que Rafael tentou ajuda-la na sua outra vida.
“Eu… eu preciso pensar sobre isso, pai. Me deixe… um momento, por favor.” Grace pediu, tentando processar todas as emoções que estavam tomando conta dela.
Ele a olhou com curiosidade, mas respeitou seu pedido e saiu do quarto.
Grace ficou sozinha, respirando fundo. Ela sabia o que precisava fazer. Ela tinha a chance de reescrever a história. Mas como? Como evitar que Fagner destruísse sua vida novamente? Como evitar que ele a matasse? E, mais importante, como impedir que a dor que ela sentiu antes acontecesse novamente?
Ela estava de volta ao início. Ao seu aniversário de 17 anos, quando o futuro ainda não estava decidido. Ela tinha a chance de escolher, e dessa vez, ela não cometeria os mesmos erros.
“Eu não vou mais me casar com Fagner. Eu não vou deixar que ele me destrua.” Grace murmurou para si mesma, com uma determinação renovada. “Eu vou lutar por minha vida. Por minha felicidade.”
E então, sem perceber, ela deu o primeiro passo para um novo caminho. Um caminho que ainda poderia levar à dor, mas que agora tinha um propósito: vingança e, quem sabe, um verdadeiro amor.
Na vida anterior Grace foi traída por Fagner, ele a humilhava todos os dias, e foi pior quando Grace descobriu a traição dele com Tereza. Quando Grace quis que ele parasse de humilhá-la, ele a matou com a ajuda de Tereza que sempre odiou Grace. Mas agora com essa segunda chance Grace tem a capacidade de mudar seu destino e se vingar.
CONTINUA...
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Atualizado até capítulo 21
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