O enterro dos meus pais, foram no dia seguinte. Minha tia Júlia, tinha vindo para ficar comigo e me ajudar com tudo. Apesar dela ser irmã da minha mãe, era uma desconhecida para mim. Nunca tinha visto antes. Mas confesso que não sei se aguentaria passar por tudo isso sozinha.
Meus pais eram muito amados por toda vizinhança. Todos estavam presentes. Muitos estavam lá apenas para fazer fofoca. Senti o olhar de pena das pessoas, era a pior coisa. Mas eu estava sim, digna de pena. Queria chorar, mas as acho que as minhas lágrimas secaram.
Assim que meus pais foram enterrados, sai correndo para casa e me tranquei no quarto. Minha tia me chamou para comer, mas eu nao tinha fome. Ela batia na porta de hora em hora e eu só respondia no automático "não quero" ou "me deixa".
~ 5 dias depois:
Eu já estava aceitando o fato de não ter mais minha mãe e meu pai ao meu lado. Os dias foram longos e chatos. Sentia falta até das broncas que eu levava.
A minha tia Júlia e eu, estávamos sentadas à mesa tomando café, quando ela fala:
Júlia: Querida... eu sei que tudo é recente, mas precisamos agir.
Ana: Agir o que tia?
Júlia: Eu tenho que voltar pra cidade, e você vai comigo. Não posso deixar você aqui nesse fim de mundo, ainda mais sozinha.
Ana: A senhora não mora no trabalho? Aonde eu vou ficar?
Júlia: Eu já resolvi tudo. E você vai ficar lá comigo por um tempo. Tenho um quarto, e vou providenciar uma cama extra. Por enquanto vai ser assim, até eu arrumar uma casinha pra gente.
Eu não tinha muitas opções, com 15 anos de idade, órfã, sem emprego e sem ninguém, como sobreviveria nesse lugar? Aqui no interior não tem muitas oportunidades. Minha tia resolveu as coisas na escola para a transferência.
A casa vai ficar fechada por enquanto, até decidirmos o que iremos fazer. Vou levar para cidade comigo, só o necessário como roupas, alguns sapatos, itens de higiene e o mais importante, os álbuns de fotos.
Arrumei as minhas coisas e me despedi dos vizinhos mais próximos. O que tinha de comida nos armários, eu doei. Vamos embora logo depois do almoço, pois a minha tia não podia ficar mais nenhum dia longe do trabalho.
🔸 **JÚLIA**:
**Minha irmã e eu, brigamos bem antes de Ana nascer. Ela não aceitava a minha partida para a cidade grande. Eu contrariei meus pais, na época, e fui embora deixando apenas uma carta. Todos vivaram a cara para mim, pois eu era a "salvação". Meu pai queria que eu me casasse com um velho que prometeu dar um pequeno lote, e eu não aceitei. Fugi e comecei a minha vida**.
Quando cheguei na cidade, achei uma pensão bem humilde, e me instalei por lá. O dinheiro que tinha só dava pra uma semana, então eu precisava de um emprego o mais rápido possível. Uma senhora que morava no mesmo andar que eu, com quem fiz amizade, disse que a filha trabalhava na para um homem muito rico, o senhor Hugo Morais, que estava sempre precisando de empregada.
Eu falei com a filha dela, que me arrumou um emprego. Eu teria que morar na casa, o que era bom, pois não pagaria mais aluguel. Casa, não. Uma mansão de 12 suítes. O salário não era lá grandes coisas, ou pelo menos não como eu pensei. Mas era muito melhor do que voltar para o interior e ter que me casar com um velho.
Entrei no emprego, eu tinha 18 anos. Trabalhei por 30 anos. Me destaquei e me tornei governanta. Eu era responsável por todos os empregados, e meu salário era muito melhor. Eu casei com o motorista da casa, o casamento durou 8 anos, mas terminamos.
Atualmente, sou governanta na casa do filho dele, Breno Novais. Um jovem de 35 anos, que você para no trabalho e raramente aproveita as coisas que tem em casa. Ele me considera muito. Afinal, quem o criou foi eu. Ele sempre expressa a gratidão que sente por mim.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
Marli Batista
Eu estou gostando da história ❤️♥️❤️♥️❤️
2024-12-10
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Sheyla Cristina
eu só ñ intendo pq colocar essa diferença tão grande di idade dos protagonista. Ms vamos lá né
2025-02-17
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Agatha Sofia
E ne beeeem jovem pra vc ne amiga 35 aninho /Facepalm/
2024-12-28
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