detalhes

🔸 BRENO 🔸

Eu estava de péssimo humor. Entrei na empresa cuspindo fogo. Não estava afim de ver ninguém. Entrei no elevador e fui direto para minha sala. Meu dia estava cheio de reuniões importantes, e eu só conseguia pensar na Ana.

Mandei mensagem para a minha secretária trazer um café. Quando ela chegou com o café, perguntei pelo Paco, e ela disse que ele não havia chegado ainda. Achei estranho e liguei pra ele. Como eu imaginei, ele não atendeu.

Estava agoniado, entre uma entrevista e outra, eu olhava as redes sociais da Ana. Ela deveria estar na sala de aula, já que não postou nada. Como eu sabia os horários das aulas, sabia que ela estava no horário do recreio, e resolvi mandar mensagem...

⌨️ Precisamos conversar. (09:26)

⌨️ Não vai me responder? (09:27)

⌨️ Ana... Posso te buscar? (09:28)

A manhã foi passando e nada da Ana me responder. Mandei Carla me avisar assim que Paco pisasse na empresa. E avisei que não queria ser incomodado. Não muito tempo depois, bateram na minha porta. "toc!toc!"

Breno: QUE FOI, CARLA?

Carla: me desculpe, senhor. Mas seu motorista disse que o pneu do carro furou e ele foi ao borracheiro.

Breno: Só me faltava essa... Nada do Paco ainda? já são 11:40!

Paco: Ouvi meu nome?

Breno: Aonde você se enfiou, porra?

Paco: longa história... Bom dia, dona Carla... Como a senhorita está bonita hoje. ( ele beija a mão dela, que se derrete. Isso me enoja.)

Breno: Para de dar em cima da minha secretária. Pode sair, Carla! ( Ela saiu)

Paco: Então, deixa eu te contar... sabe quem me ligou de madrugada?

Breno: Não quero saber... Me poupe das suas aventuras. Eu preciso do seu carro, me empresta? (-toma.)

Peguei a chave e fui para escola da Ana, tentar encontrar com ela e resolver nossa situação. (- Vou resolver um problema na rua, só me liga se for urgente e necessário. - falei com Carla). Entrei no elevador. Assim que a porta de abriu, dei de cara com Luiza.

Breno: O que você faz aqui?

Luiza: Vim te fazer uma surpresa. Lembra como nosso encontro no elevador era prazeroso?

Breno: Eu tô com muita pressa. (deixei ela falando sozinha).

Luiza: Você não pode me deixar aqui falando sozinha?! (-Ja deixei... Tchau.) - respondi de costas.

Quando entrei no carro do Paco e fui arrumar o retrovisor, vi uma blusa de mulher no banco traseiro. "-Puta que pariu! Até aqui? Ele não tem casa mais não?". Me deu uma sensação estranha, e eu resolvi olhar a blusa. "-Essa blusa é idêntica a da Ana. Não é possível!". Eu comecei a suar. Fui olhar a foto que ela tinha postado só ter certeza se era igual mesmo. E não era só igual, como era aquela mesma.

Eu surtei... Sai do carro com a blusa na mão. E entrei na empresa novamente. O elevador estava demorando, fiquei apertando no botão e nada. Estava furioso, subi pela escada. Fui até a sala do Paco, e ele não estava lá. "-Eu vou te achar, seu desgraçado."

Breno: PACO! PAAACOO, CADE VOCÊ?!!

Carla: Senhor, ele está na sua sala. Está tudo bem?

Breno: ESTOU COM CARA DE QUEM TA TUDO BEM, PORRA?

Paco: Que isso, cara? O que houve?

Breno: O QUE HOUVE? O QUE HOUVE, É O CARALHO?

Paco: Não estou entendendo... (interrompi)

Breno: O QUE A BLUSA DELA ESTAVA FAZENDO NO SEU CARRO?

Paco: Ah! é isso? Esse escândalo todo por isso? Acho melhor você se acalmar. Só assim posso te contar em detalhes.

O deboche dele, me deixava cego de raiva. Paco era meu melhor amigo, e imaginar que ele possa ter tido qualquer coisa que seja com Ana, fazia o meu sangue ferver. Ele pediu para Carla trazer uma água com açúcar para mim e pediu para eu entrar na minha sala que tudo seria esclarecido.

Tínhamos o costume de dividir todas as mulheres. Mas eu nunca aceitaria dividir Ana com ninguém, muito menos com ele. E só de imaginar algo do tipo, me enlouquecia.

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