8. UM POUCO SOBRE TALES

Tales

Eu juro que queria saber que porra essa filha da puta tem mano. Ela me tira do sério, e se qualquer outra me enfretasse a metade do que ela me enfrenta já estaria morta a séculos. Minha ex inclusive, a única vez que levantou a voz pra mim ficou careca, se loko. Agora essa mandada dos infernos eu não sei, me falta coragem de machucar essa garota, mesmo com toda essa petulância.

Eu sempre achei que tivesse aver com meu filho, mas ultimamente estou achando que não tem nada a ver com isso. A verdade que não sei oque pensar.

Acabei dormindo daquela forma, mesmo indo contra todos os meus princípios, ali eu dormi.

Na manhã seguinte acordei antes da Rebeca, e me levantei de vagar para que ela não acordasse já. Por sorte ela não estava mais em meu peito e foi fácil me levantar sem que ela despertasse.

Fui para o meu quarto, tomei um banho, coloquei uma bermuda apenas, escovei meus dentes e retornei ao quarto dela. Lá eu me sentei na poltrona que ficava próxima aos pés da cama e ali aguardei que ela acordasse, enquanto mexia no meu celular, dando conta de algumas questões das minhas empresas.

Sim, eu sou dono do morro, mas antes de entrar nessa vida, eu estudei, me formei em administração primeiramente, pois ainda não sabia muito bem o caminho que queria seguir, mas depois optei por direito. Sou formado, tenho três empresas, todas em meu nome, por isso tenho todo cuidado de que nada aqui no morro seja feito diretamente por mim, para não correr riscos de expor minhas empresas a nada. Lá o dinheiro é totalmente limpo, porém uma de minhas empresas fica no México, país onde fica 75% do meu dinheiro, para caso algum dia de problema aqui no Brasil eu tenha meu lugar de refúgio. Lá também eu tenho uma casa a beira mar em uma cidade de interior pouco movimentada. A praia é praticamente deserta. Não costumo ir muito para lá, deixo aquele lugar como meu ponto de fuga caso necessário. Também tenho casas em outros pontos do mundo, mas nem todas estão em meu nome.

Aí me perguntam porque que com tanto dinheiro eu vim parar justo aqui, em meio a todo esse dinheiro sujo, e a tanta pobreza.

A verdade é que eu amo esse lugar, eu cresci aqui. Meu pai adotivo era o dono desse lugar, já que matou o antigo dono, e foi com dinheiro do tráfico que eu cheguei onde cheguei, foi com dinheiro sujo que meu pai pagou cada mensalidade da minha faculdade, pra que eu me tornace alguém. A verdade é que não era isso que eu queria pra mim e nem o que meu pai queria. Mas hoje graças a tudo que eu tenho, eu ajudo muito essa comunidade. Distribuo inúmeras cestas básicas e ajudo financeiramente inúmeras famílias.

Já me perguntaram porque é que eu não ajudo essas pessoas a sair daqui. E eu penso que não vale a pena, não é generalizando, mas o povo é mesquinho, e só dá valor no que conquista com garra, no que vem de mão beijada, as pessoas costumam não dar valor, ou a também aquelas que se acomodam e esperam que sempre vão ter aquilo caindo do céu. Comigo não tem essa, eu ajudo quem merece, quem eu sei que batalha dia após dia, mas que mesmo se fodendo muito nesse mundão ai, não dá conta de ter grana pra fechar o mês com comida na mesa, esses merecem ajuda, agora os acomodados e folgados, por mim que morram de fome, tô aqui pra sustentar vagabundo não.

Enquanto conversava com o diretor executivo da empresa de Belo Horizonte, Rebeca acordou.

Tales: A finalmente a princesinha resolveu acordar.

Deixei o celular de lado e foquei na fedelha, que me olhou confusa e ainda se espreguiçando.

Rebeca: O que faz no meu quarto?

Tales: Precisamos conversar.

Rebeca: Será que eu posso ao menos ir ao banheiro antes disso?

Tales: Fique avontade.

Ela se sentou na cama e esperou que eu saisse, mas ali eu me mantive.

Rebeca: O senhor não vai sair?

Tales: Não, eu aguardo você aqui mesmo.

Ela me olhou de cara feia e se levantou.

E é claro que a pilantra não iria perder a oportunidade de me provocar.

Ela foi ao banheiro, demorou um pouco e logo voltou, somente de toalha, abriu o guarda roupas e simplesmente se pôs a se vestir na minha frente.

Engoli em seco assim que a desgraçada tirou a toalha.

Tales: Que porra você tá fazendo Rebeca?

Rebeca: Eu pedi que saísse, mas já que faz questão de ficar o problema é seu, estou no meu quarto.

Tales: Garota, não me provoca, tu não tem ideia do que sou capaz.

Falei já indo pra cima dela, e tentando me conter.

Tales: Vai, se veste que te espero na sala. E é bom você não demorar.

Falei com o último pingo de lucidez que me sobrou após ver aquilo.

Sai do quarto e desci as escadas, meu amigo já estava todo alegre com a cena que nos proporcionou aquela garota.

Eu simplesmente nunca havia a olhado dessa forma, mas depois daquela noite, eu simplesmente não consigo mais a ver como antes, a desgraçada é linda e gostosa pra caralho.

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