19. ÓDIO

Rebeca

Me abaixei, com a Mel agora dormindo em meus braços, e agachada ao lado da cadeira de Miguel pedi que me contasse oque havia acontecido.

Rebeca: Querido, agora que está mais calmo, conta pra tia oque aconteceu?

Ele estava receoso mas logo se pôs a falar.

Miguel: Um dia eu pedi comida a um homem e ele me disse que ia me dar comida mas que eu tinha que ir com ele, e eu fui, eu tava com fome e a Melissa também estava. Mas antes de me dar comida ele me bateu e começou a passar a mão em mim e querer tirar minha roupa, e (ele pegou bem aqui, ele apontou para região íntima) e aí eu fugi.

Tales: Quem fez isso com você Miguel?

Ele apontou com o dedo para porta de vidro, onde agora conseguíamos ver o Médico com o JM como cão de guarda dele.

Tales: Eu mato esse desgraçado.

Tales ficou transtornado.

Rebeca: Oque ele te fez agora na sala quando você foi com ele?

Vi o Tales voltando para ouvir a resposta do menino.

Miguel: Falou que eu não podia contar, se não ele ia machucar a minha irmã.

- Disse que ela ia sofrer muito se eu falasse.

- Tio, não deixa ele machuca ela, eu amo a minha irmã.

Tales: Rebeca, leva eles pra casa, por favor.

- Miguel, eu te prometo que ele jamais vai machucar nenhum de vocês.

Sabia exatamente oque Tales ia fazer, e não queria nem pensar. Embora esse desgraçado mereça não gosto de pensar em violência de nenhum tipo, então apenas peguei as crianças e saí dali pela porta dos fundos, pra eles não terem que encarar esse maldito e lá fora outro vapor veio nos buscar e nos levar para casa.

Miguel: Tia, o Tio Tales ficou bravo com oque eu disse? Ele vai brigar comigo?

Rebeca: Claro que não pequeno, jamais. Ele ficou bravo com o médico, ele não podia falar essas coisas feias pra você e nem fazer o que ele fez. Mas pode deixar que o tio Tales vai brigar com ele e isso nunca mais vai acontecer ta bom?

Ele me olhou um pouco mais confiante, mas eu ainda via o receio em seus olhos.

Tales

Assim que o Miguel contou o que o desgraçado fez, meu sangue ferveu. Esse maldito não tem noção do que o aguarda. Eu sou contra certos tipo de tortura, mas ele terá o pior de mim e chamarei alguns amigos de um morro aliado para me dar uma força nessa missão. Não quero que ele morra logo, quero que sofra, sofra muito antes de morrer.

Rebeca já havia saído com as crianças e quando eu estava prestes a sair também, uma enfermeira me chamou num canto, pediu desculpas por ter ouvido a nossa conversa, mas disse que já ouviu vários papos de que esse médico estuprava crianças, questionei sobre o porque ela não disse nada antes. Ela disse que ficou com medo de não ser verdade e que estava investigando, pois não queria que um inocente fosse morto por causa dela, queria ter certeza antes, mas com isso agora parecia que não restava dúvidas.

Sai dali alucinado de ódio, no meu morro, assédio e estupro não tem vez, é tortura e morte na certa, agora assédio, estupro ou qualquer outro tipo de violência com criança, ou com vulnerável, aí o buraco é mais embaixo. Aqui no morro desde a minha gestão nunca peguei um caso desses, mas sabia que esse maldito ia sofrer muito, ele não tem ideia do quanto.

Quando sai, o médico me olhou e tentou fugir, mas não foi longe, os meninos pegaram ele rapidinho e mandei que o colocassem no carro.

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