Capítulo 18 Atena

Já havia tomado um banho e liguei a lareira já que a noite hoje prometia estar bem gelada, estávamos em meados de novembro e meu aniversário se aproximava mais não estava afim de comemorações por tanto ficaria em silêncio e deixaria essa data passar despercebida.

Escuto alguém bater na porta e vou atender. assim que abro Nico está parado com as duas mãos no batente e de óculos de grau, céus ele fixa um desperdício usando óculos.

— Aconteceu alguma coisa?

Pergunto confusa já que eu havia saído da casa dele fazia menos de três horas.

— Achei a solução do meu problema!

Abro espaço para que ele entre e então fecho a porta .

— Você sata se referindo a sua namorada imaginaria ?

Solto uma risada sarcástica zombando dele, enquanto recebo uma careta em troca.

— Isso mesmo!

Ele diz e então fico curiosa.

— Qual solução?

— Na verdade você mesmo que me deu a idéia.

Aponto para mim falando "eu" sem emitir nenhum som e ele concorda balançando a cabeça. Um enorme ponto de interrogação vem a minha cabeça.

— Vou explicar, lembra do filme que assistimos mais cedo?

— Sim, o que você disse que não gostava!

— Esse mesmo, vou fazer como nele e arrumar uma namorada falsa.

Ele não pode estar falando sério, caio na gargalhada me sentando na poltrona tentando entender se ele está fazendo algum tipo de piada, mais ao observar sua afeição percebo que ele está falando muito sério.

— Está falando sério?

Pergunto chocada.

— Muito sério!

— Uau, e onde vai encontrar uma mulher disposta a embarcar nessa aventura com você? Tem alguma em mente?

— Sim, a mulher perfeita!

— Quem?

— Você!

Fico por um momento sem palavras, ele não pode estar falando sério.

— Não! De jeito nenhum, não me coloque no meio dos seus rolos!

— Você é perfeita Atena! Primeiro somos amigos, segundo a minha mãe te conhece e adora você e terceiro mais não menos importante podemos terminar e vai ficar tudo bem entre nós dois!

— Pelo visto você já tem tudo em mente!

— Podemos fazer um contrato, eu te dou um bônus por ter que passar por isso.

— Um bônus?

— Sim! O suficiente para que você possa abrir a sua floricultura! Por favor Atena eu confio em você!

Estou chocada com toda essa conversa, e o pior de tudo é que ele está falando sério!

— Nico senta aqui.

Conduzo ele até o sofá e me sento ao seu lado.

— Você sabe que a probabilidade de dar uma merda é grande né? Estaremos mentindo uma relação que não existe! Esse tipo de coisa só acontece em filmes, contrato, namorados falsos enfim Kira e Nero vão pegar na hora que isso é encenação.

— Podemos contar a verdade a eles, você já vai passar o Natal com agente que eu sei, precisamos ficar juntos e isso não é difícil já que temos passado muito tempo assim.

— Nico meus Deus, como vou tirar isso da sua cabeça?! Você é adulto tem vinte e nove, trinta anos? Tem independência financeira, não mora com a sua mãe e caramba estamos no século vinte e um ninguém obriga o outro a casar assim rs!

— Não conhece a minha família, o meu primo Vincenzo vivia aqui antes de voltar para Nova York e casar com Emília, a minha tia combinou tudo com os pais dela. Por sorte ele realmente se encantou e se apaixonou por ela e hoje vivem felizes e como sabe estão a espera da primeira filha. Ele era assim como eu e gostava de curtir a vida, a minha tia Dolores fez o acordo de casamento e eles unificaram as empresas você pode pensar que esse tipo de coisa só acontece em filmes mais vai por mim e "normal" entre pessoas com dinheiro, nem sempre o amor é o motivo!

— Desculpa, mais esse tipo de coisa não passa pela minha mente, não consigo entender como alguém sentencia o próprio filho a um casamento sem amor ou atração apenas para manter o estatus. Achei que sua mãe fosse mais humana em relação a isso! Você é filho dela, a sua felicidade não vale mais que isso?

— Eu meio que sou a "ovelha negra" da família, ela sempre se incomodou com a "fama" que me deram de mulherengo, eu nunca gostei de uma mulher e nunca tive vontade de namorar, casar e constituir família.

— Se fosse Nero ou a Kira ela também faria isso?

— Não, eles nunca deram "trabalho" para ela, ainda mais depois do sucesso do casamento do meu primo.

— Nico não posso compactuar com algo desse tipo muito menos desejar algo em troca, vai fora dos meus princípios.

— Entendo!

Ele me diz decepcionado e fico triste por ele, será que Agnes não percebe o filho maravilhoso que tem? Ou melhor, como ela pode fazer ele passar por tudo isso apenas por conta de tabloides?

— Bom, era isso que tinha para falar...vou deixar você descansar!

Ele se levanta desanimado e me parte o coração ve-lo assim, sem se despedir direito ele saí fechando a porta.

Me lembro de todos esses dias e de como Nico tem sido essencial e do quanto tem se doado para me deixar feliz, das corridas, das tardes de risada e concentração nos deus igredientes, das noites regadas a vinhos e jogos de tabuleiro e até mesmo assitido filmes que não é do seu agrado.

Ele veio me pedir uma única coisa desde que nos conhecemos e eu disse não!

Será que estou sendo tão injusta? Nico me estendeu a mão e eu virei as costas quando ele precisa tanto.

Saio correndo atrás dele, descendo as escadas o mais rápido que posso, vejo seu carro parado do outro lado da rua e vou em sua direção, ele está sentado no banco do motorista e toma um susto quando bato na janela.

— Abre!

Ela abaixa o vidro e vejo que seus olhos estão avermelhados e isso me faz ter certeza de que ele merece a minha ajuda mesmo que eu não concorde.

— Eu aceito!

Falo rápido e ele vira a cabeça um pouco de lado como um cachorrinho prestes a ganhar o que mais deseja.

— Tem certeza?

— Sim! Vamos te tirar dessa enrascada!

Ele abre aquele sorriso lindo e com esses óculos ficando extremamente sexy! Que Deus me ajude!

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