Capítulo 8 Nico

A semana foi bem tranquila, hoje tenho um evento no restaurante, cheguei mais cedo que o habitual pois gosto de organizar tudo nos mínimos detalhes e com antecedência para que tudo ocorra perfeitamente sem nenhum erro ou imprevistos de última hora.

Será um noivado no salão reservado para cerca de trinta pessoas e a noiva é filha de um embaixador eu estarei full time para esse evento porém para me cobrir meu sub chefe Henry ficará responsável pelo outro salão, ele trabalha comigo a anos e é meu braço direito.

Passo pelo lounge e já está todo arrumado assim como o salão principal, quando chego onde será o noivado vejo Paola olhando o ambiente.

— Bom dia Paola.

— Bom dia Nico!

Ela responde me parecendo preocupada.

— Qual é o problema?

Ela me encara e então responde.

— A floricultura que contratamos teve um contra tempo e não vai conseguir chegar e organizar tudo a tempo!

Ela vomita toda essa informação as nove da manhã sendo que o evento é as sete da noite e estaremos cheios no horário do almoço dificultando ainda mais que a entrega seja feita sem que os clientes perceba.

E isso é um enorme problema.

— Como assim, o que aconteceu?

— Teve um deslizamento de terra e a estufa ficou comprometida, disseram que só vão conseguir ter acesso a a ela a tarde ou amanhã!

— Isso sim é um puta problema!

— Eu sei, ainda não avisei a cerimonialista da noiva porque precisava saber o que você vai querer fazer!

— Vamos procurar outra!

Falo o óbvio.

— Já estou fazendo isso, mais as que já abriram não podem nos abastecer e outras duas não trabalham com esses tipos específicos de flores.

—Merda!

— Faz assim, vai organizando as outras coisas antes da cerimonialista histérica chegar aqui e aloprar a minha mente que eu vou tentando resolver isso.

Trabalho com essa empresa de flores a anos e nunca tive nenhum problema como eles, justamente hoje nesse evento que trará muitos holofotes para cá tenho esse tipo de contratempo. Fico půtō da vida mais ainda tenho tempo de contornar a situação.

— Tá certo!

Passo pela cozinha e já está com aquele cheiro maravilhoso, Henry está a todo vapor assim que nota minha presença para o que está fazendo e se aproxima.

— Bom dia Chefe.

Ele fiz e me dá um aperto de mão.

— Bom dia, cara estou com uma bomba relógio prestes a explodir na minha mão! Vou ter que deixar o almoço nas suas mãos hoje enquanto resolvo isso para o jantar de noivado da filha do embaixador.

— Putz que zica, fica tranquilo que aqui está tudo sobcontrole se eu puder ajudar em algo estou a disposição.

— Eu agradeço, segue só com o de sempre por aqui que já vai salvar a minha pele.

— Beleza chefe.

Eu saio de lá e sigo para o meu escritório, pego o contrato da floricultura para ver o que dá para ser feito e em que eles devem me ressarcir, tem que ter uma outra solução que eles devem resolver quando acontece esse tipo de coisa por culpa deles, mais para a minha decepção eles eram muito meticulosos e para esse tipo de problema climáticos não tem o que ser feito.

Merda! jogo o contrato longe e então pesquiso no computador todas as floriculturas de Paris e regiões que podem me entregar essas benditas flores até no máximo meio-dia, depois de um tempo ligando em todas elas e tendo a mesma resposta de que não trabalham com esse tipo específico de flores fico frustrado.

No rodapé do notebook vejo que já está na hora do almoço são onze e quarenta da manhã e os clientes já devem estar para chegar.

Vou até à cozinha para ver como tudo está e se não estão precisando de nada, quando passo pela área de eventos Paola vem na minha direção com um enorme sorriso.

— Nico, estava indo até o escritório. Boas notícias a floricultura ligou e informou que vai conseguir entregar todas as flores dentro de trinta minutos.

— Maravilha!

Vou até Henry e passo algumas instruções a ele e toda a equipe, confiro as temperaturas e o cozimento de alguns alimentos, experimento algum dos molhos para ter certeza que estão dentro do meu padrão de qualidade quando os primeiros pedidos começam a chegar, observo os empratamentos e em como tudo está fluindo corretamente.

Ouço Paola me chamando e um calafrio percorre a minha espinha, o que pode estar acontecendo agora meu pai.

— Nico, pode me acompanhar por favor?

Confirmo com a cabeça a seguindo sou parado algumas vezes pelo caminho por clientes satisfeitos afim de me parabenizar e elogiar o restaurante, tento esconder a minha aflição e quando enfim chego no salão de eventos fico estático.

— O que significa isso?

Pergunto furioso já que tudo que vejo são um monte de flores mais nenhum arranjo pronto.

— Então, não sei nem por onde começar...

— Do início Paola por favor e rápido se for possível.

— As flores vieram direto da estufa, e como hoje eles tem muitos eventos os funcionários responsáveis pelos arranjos que deveriam ser feitos hoje de manhã já estão em outro local fazendo outro trabalho.

— E como eu fico?

Pego o meu celular e ligo para Heloise dona da porcaria de floricultura.

— Boa Tarde.

Ela atende solicita mais o ódio já me domina.

— Boa tarde só se for para você Heloise! Que brincadeira de mal gosto é essa comigo justamente hoje?

Paola, sai de perto vendo meu nível de stress e com medo de sobrar para ela desaparece da minha vista.

— Sinto muito pelo ocorrido Nico, fiz tudo que pude para lhe entregar as flores e não lhe trazer problemas maiores.

— Eu contratei a sua empresa para me fornecer arranjos, não ramalhete de flores das quais eu não posso fazer nada! Tem noção do tamanho do problema que você me arrumou?

— os meus funcionários estão decorando um casamento Nico, não tem como tira-los de lá!

— Esse não é um problema meu! Você foi contratada e paga pelo serviço, se vire para me entregar se em vinte minutos não tiver uma equipe sua aqui fazendo essas flores virarem obras de artes iguais a que a minha cliente encomendou eu irei processar a sua empresa irresponsável de merda!

— É difícil ser frustrado não é Nico?!

Que porra essa maluca está falando?Me lembro então da tarde regada a sexo que tivemos no escritório dela esses dias atrás e de como ela ficou chateada quando tomou um fora depois que me chamou diversas vezes para sair.

— Você só pode estar brincando comigo, que está me fudendo no evento da filha do embaixador de Paris só porque eu não quis te comer mais de um dia.

Brado do outro lado, louco da vida que essa vadia está fazendo isso.

— Acha mesmo que eu ia colocar metade da minha estufa de baixo da terra só para te dar um castigo? Se enxerga babaca!

— Então não faça comentários irônicos em um momento tenso como esse e me entreguei o trabalho que eu encomendei deixando esse lugar do jeito que Nicole LaFontaine sempre sonhou!

Desligo o telefone na cara dessa idiota mais tenso do que nunca.

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